sábado, 4 de julho de 2015

Rebeldes jihadistas sírios lançam ofensiva contra Alepo

O Exército da Conquista, uma aliança de milícias extremistas muçulmanas incluindo a Frente al-Nusra, braço da rede terrorista Al Caeda, e Ahrar al-Cham (Movimento Islâmico dos Homens Livres do Levante) lançou ontem uma ofensiva para tomar Alepo, a maior cidade da Síria, informou o jornal Gulf News, dos Emirados Árabes Unidos.

A ditadura de Bachar Assad fez uma série de bombardeios aéreos para tentar repelir o assalto, enquanto a Turquia enviou tropas, tanques e blindados para reforçar a fronteira com a Síria. O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu declarou não haver planos para invadir o território sírio.

"A Síria é hoje de fato um país dividido, mas as linhas dessa divisão vão mudar e as áreas vão mudar de mão. O regime vai recuar, mas vai defender suas linhas vermelhas com vigor e tenacidade", previu Ossama al-Sharif no jornal Gulf News.

Com a mesma visão de um país em colapso, Samia Nakhoul, da agência Reuters, observou que a estabilidade depende do contexto regional: "Não importa quanto a Síria se fragmente, seu destino final depende da disputa pelo poder regional entre o Irã xiita e a Arábia Saudita sunita, dizem os analistas, o que significa que a guerra civil pode se prolongar por anos."

O conflito deflagrado pela violência repressão da ditadura de Bachar Assad aos protestos da Primavera Árabe, em março de 2011, arrasou o país, mais mais de 220 mil pessoas, tornou o Estado Islâmico o mais poderoso grupo terrorista e não tem a menor perspectiva de solução.

"No momento", acrescenta Nakhoul, "a corrente mais linha dura do jihadismo sunita, o Estado Islâmico controle o Leste da Síria e grande parte do Oeste do Iraque, e incita seus seguidores a cometer atentados como os da semana passada na França, no Kuwait e na Tunísia. Ao mesmo tempo, o Irã xiita tenta consolidar sua posição no Mar Mediterrâneo através da aliança com a Síria e o Hesbolá, seu bastião no Líbano."

As dificuldades do regime sírio no Leste do país aumentaram desde que o Exército da Conquista (Jaish al-Fatah) - uma força conjunta que reúne a Frente al-Nusra, Ahrar al-Cham e a Legião de al-Cham - conquistou grandes áreas da província de Idlibe, em 18 de março de 2015.

"O rápido avanço do Exército da Conquista e a chegada dos rebeldes à costa da Síria, um dos principais redutos do regime e sua reserva de recursos humanos", advertiu Mohammed al-Khatieb no jornal digital Al Monitor, "põe o regime em risco".

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