quarta-feira, 6 de maio de 2015

Soldados da ONU morrem em emboscada no Leste do Congo

Dois soldados da maior missão de paz das Nações Unidas foram mortos, 13 saíram feridos e quatro estão desaparecidos depois de uma emboscada ontem na República Democrática do Congo, noticiou a agência Reuters.

O ataque aconteceu na província de Kivu do Norte, que fica na fronteira com Uganda e Ruanda. As maiores suspeitas recaem sobre as Forças Democráticas Aliadas (FDA), uma milícia extremista muçulmana ugandesa.

Durante o fim de semana, soldados do Exército do Congo mataram 16 rebeldes das FDA na região. A emboscada foi o segundo ataque à força de paz da ONU em 48 horas.

Depois do genocídio de 800 mil pessoas em Ruanda, em 1994, a fuga em massa de civis e dos grupos derrotados na guerra civil ruandesa, inclusive a milícia genocida, desestabilizou o Leste do Congo, que na época se chamava Zaire.

Em 1996, o veterano guerrilheiro Laurent Cabila, que lutara ao lado de Ernesto Che Guevara em sua aventura revolucionária na África, saiu de seu esconderijo nas Montanhas da Lua e marchou rumo a Kinshasa, onde depôs o ditador Joseph Mobutu.

Mobutu estava no poder desde um golpe arquitetado pela CIA (Agência Central de Inteligência), o serviço de espionagem dos Estados Unidos, em plena Guerra Fria, em 14 de setembro de 1960, contra o herói da independência do ex-Congo Belga, Patrice Lumumba, preso e executado em 17 de janeiro de 1961.

A queda de Mobutu, em 16 de maio de 1997, deflagrou a chamada Primeira Guerra Mundial Africana, quando nove exércitos nacionais e centenas de grupos armados irregulares disputaram as riquezas do país, que naquele ano passou a se chamar República Democrática do Congo.

Mais de 5,4 milhões morreram em combate, de fome ou de doenças causadas pelo conflito. As grandes batalhas cessaram em 2002, mas até hoje acontecem escaramuças, especialmente no Leste do Congo.

Riquíssimo em recursos naturais, alvo de um genocídio durante a colonização promovida por Leopoldo II, da Bélgica, no fim do século 19 e início do século 20, o Congo segue sua triste sina de ser um país miserável, apesar de riquíssimo em recursos naturais.

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