sábado, 11 de abril de 2015

Obama e Raúl Castro têm encontro histórico no Panamá

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o ditador de Cuba, Raúl Castro, tiveram um encontro bilateral histórico entre os líderes dos dois países hoje durante a 7ª Cúpula das Américas, realizada ontem e hoje no Panamá. Isso não acontecia há quase 60 anos, desde a vitória da revolução comunista em Cuba. Em dezembro de 2014, eles anunciaram o reatamento das relações diplomáticas, rompidas em 1961.

"Este é obviamente um encontro histórico", declarou o presidente americano ao se sentar: "A Guerra Fria já acabou faz tempo. Não quero continuar uma luta que começou antes do meu nascimento." Desde 1956, os líderes dos dois países não se reuniam.

Obama prometeu "virar a página" em relação às controvérsias do passado e afirmou não estar interessado em "mudança de regime" em Cuba, mas na "liberdade do povo cubano". Ele não anunciou a retirada de Cuba da lista dos países que apoiam o terrorismo. Prometeu estudar o caso.

As negociações para a reabertura de embaixadas não foram concluídas. Mesmo sem relações diplomáticas, a representação dos EUA em Havana tem 50 diplomatas, que não têm liberdade para viajar dentro do país. Precisam de autorização do governo.

Com a reabertura oficial das embaixadas, Cuba teme que o número de agentes americanos aumente ainda mais e que eles apoiem ativamente os dissidentes. Retirar o governo cubano da lista dos que apoiam o terrorismo é uma carta do governo Obama nesta negociação.

Em seu discurso na conferência de cúpula, Raúl Castro criticou os EUA, principalmente o embargo econômico e o centro de detenção ilegal de Guantânamo, mas elogiou Obama, que descreveu como um homem sincero e honesto: "Peço desculpas ao presidente Obama porque ele não tem culpa de nada disso. Os dez presidentes americanos que vieram antes têm dívidas conosco, mas Obama, não. Ele é um homem honesto e isto se deve à sua origem humilde."

A maior exigência de Cuba é o fim do embargo econômico imposto a partir de 1960 e ampliado a partir de fevereiro de 1962. Desde 1991, o boicote está em lei. Só pode ser revogado pelo Congresso dos EUA, no momento dominado pela oposição conservadora, e de acordo com a lei quando houver pluralidade partidária e eleições livres na ilha.

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