segunda-feira, 16 de março de 2015

Turquia condena possível negociação entre EUA e Assad

A Turquia repudiou a declaração do secretário de Estado americano, John Kerry, admitindo que será preciso negociar com o ditador Bachar Assad o fim da guerra civil na Síria, declarou o ministro do Exterior turco, Mevlut Cavusoglu.

Ontem, quando o conflito completou quatro anos com mais de 220 mil mortes e 11 milhões de refugiados interna e externamente, Kerry disse que a paz passa pelo diálogo com Assad. Para a Turquia, a afirmação dá legitimidade ao governo sírio.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, considera a saída de Assad uma precondição para a paz na Síria. Esta posição era compartilhada pelos Estados Unidos e a União Europeia. Com a ascensão do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, visto como uma ameaça maior ao Ocidente pelo potencial de ataque de voluntários europeus que voltam para casa, a situação mudou.

Desde que os EUA entraram na guerra contra o Estado Islâmico, em setembro de 2014, a Turquia exige a queda de Assad, que considera responsável pelo caos na região, para participar da aliança.

Os críticos da ditadura síria alegam que o EI foi responsável por apenas 3% das 220 mil mortes na Síria. Ao bombardear a população civil de áreas rebeladas com todo o poder de suas Forças Armadas, o governo Assad seria muito mais responsável pela tragédia.

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