sábado, 21 de março de 2015

Supremo Líder e presidente do Irã divergem sobre acordo nuclear

A República Islâmica do Irã manda sinais contraditórios sobre as negociações com as cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) para desarmar o programa nuclear iraniano. Enquanto o presidente Hassan Rouhani acredita que um anteprojeto de acordo possa ser feito até o fim deste mês, o Supremo Líder, aiatolá Ali Khamenei, acusou os Estados Unidos de "coação", informa a agências Reuters.

Depois de negar mais uma vez que o regime dos aiatolás esteja desenvolvendo armas atômicas, Khamenei manifestou desconfiança em relação às intenções dos EUA ao negociar.

O secretário de Estado americano, John Kerry, declarou haver um "progresso genuíno" rumo a um acordo, mas insistiu que o Irã deve tomar "decisões difíceis". A França mostrou ceticismo. Para o ministro do Exterior francês, Laurent Fabius, qualquer acordo precisa incluir garantias de que o Irã não terá armas atômicas.

Diante das repetidas ressalvas feitas pelo Líder Supremo, fica evidente que a reaproximação entre EUA e Irã ainda não gerou a confiança necessária, especialmente entre a linha-dura representada por Khamenei e a Guarda Revolucionária Iraniana, o braço armado do regime teocrático dos aiatolás. Rouhani está mais interessado no fim das sanções e no desenvolvimento econômico, enquanto Khamenei prefere continuar demonizando os EUA e acusando-o por todos os males do país.

As negociações devem levar a um acordo preliminar até o fim de março e um acordo definitivo até 30 de junho de 2015.

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