segunda-feira, 16 de março de 2015

Netanyahu: "Se eu for eleito, não haverá Estado palestino"

Num apelo desesperado para não perder as eleições de amanhã em Israel, o primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu enterrou definitivamente seu compromisso com a paz baseada em dois países, um israelense e outro palestino, convivendo lado a lado, informa o jornal liberal Haaretz.

As últimas pesquisas indicam uma vantagem de quatro deputados para a União Sionista, liderada por Isaac Herzog, do Partido Trabalhista, favorável às negociações de paz com a Autoridade Nacional Palestina e à criação de uma pátria para o povo palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

"Se eu for eleito, não haverá Estado palestino", declarou Netanyahu. Numa última tentativa de tirar votos do partido de ultradireita Casa Judaica, que defende a manutenção das colônias implantadas ilegalmente nos territórios árabes ocupados, o chefe de governo de Israel abandonou a proposta de paz que prevê a criação de uma Palestina independente, feita em discurso na Universidade Bar-Ilan, em 2009.

Em entrevista a um sítio do magnata americano Sheldon Adelson, o líder do partido Likud acusou mais uma vez a esquerda de comprometer a segurança de Israel: "Acredito que qualquer um que se mude para estabelecer um Estado palestino e evacuar territórios está cedendo território para ataques de radicais islamitas contra Israel. A esquerda enterrou sua cabeça na areia e ignorou isso várias vezes, mas nós somos realistas e entendemos."

Se a União Sionista vencer amanhã, "vai se associar à comunidade internacional e suas propostas" como o congelamento das colônias na Cisjordânia ocupada, inclusive no setor oriental (árabe) de Jerusalém, e o retorno de Israel às fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Durante visita nesta segunda-feira ao assentamento de Bar Homa, no setor árabe de Jerusalém, Netanyahu afirmou que uma vitória da oposição, o "Hamastão B" incluiria a parte oriental da cidade: "Se Tzipi [Livni] e Bougie [Isaac Herzog] formarem um governo, o Hamastão B será estabelecido aqui."

O primeiro Hamastão seria a Faixa de Gaza, onde no ano passado Netanyahu travou mais uma guerra inútil sem conseguir destruir o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).

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