quinta-feira, 12 de março de 2015

Líder da oposição russa quer lista negra de amigos de Putin

O Ocidente deve fazer uma lista negra dos íntimos do regime de Vladimir Putin, inclusive o magnata Roman Abromovich, dono do clube de futebol Chelsea, congelar seus bens e proibi-los de entrar na Europa e nos Estados Unidos, sugeriu o principal líder da oposição na Rússia, Alexei Navalny.

"Você pode fazer uma lista negra de umas mil pessoas que não seriam mais autorizadas a entrar em países ocidentais e pode fazê-lo em silêncio, sem grandes anúncios", propôs Navalny, advogado, blogueiro anticorrupção, ativista político e candidato a prefeito de Moscou derrotado pelo regime, em entrevista ao jornal inglês Financial Times.

Até agora, as sanções ocidentais visaram pessoas diretamente envolvidas na anexação ilegal da península da Crimeia um ano atrás e na intervenção militar no Leste da ex-república soviética da Ucrânia iniciada no começo de abril de 2014. Também fecharam os mercados financeiros do Ocidente a bancos e companhias de petróleo estatais.

Depois do assassinato do ex-primeiro-ministro Boris Nemtsov, outro importante líder da oposição, Navalny quer mais pressão sobre o Kremlin: "Você tem de atingir os propagandistas da guerra, quem financia a guerra, o verdadeiro partido da guerra."

Com a morte de Nemtsov em 27 de fevereiro de 2015, a oposição russa ficou mais pessimista e sombria: "Poucos anos atrás, acreditávamos que era apenas nepotismo, mas agora percebemos um planejamento de longo prazo. Ele está instalando um regime dinástico", protesta Navalny.

Ele foi preso durante 15 dias para não participar da grande manifestação convocada para 1º de março, que acabou se transformando em marcha de protesto pelo assassinato de Nemtsov. Só acredita em sanções focadas nos homens mais ricos da Rússia.

"[Alicher] Usmanov, Abramovich e suas famílias - se eles não puderem chegar a suas residências em Londres ou na Suíça, isso faria a diferença", argumentou Navalny, acrescentando que os responsáveis pela propaganda oficial devem ser sancionados.

Entre outros nomes, ele citou Vladimir Soloviev, apresentador de rádio e televisão que costuma atacar o Ocidente durante a semana e no fim de semana foge para sua mansão no Lago de Como, na Itália, e os oficiais Vladislav Surkov e Viacheslau Volodin, "comandantes vistos lutando no Vale do Rio Don [na Ucrânia], enquanto seus filhos passam o fim de semana em Paris".

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