domingo, 8 de fevereiro de 2015

Nigéria adia eleições por causa do terrorismo

Por causa da ameaça terrorista, a Comissão Nacional Eleitoral da Nigéria adiou ontem de 14 de fevereiro para 28 de março de 2015 as eleições parlamentares e presidencial. Na reta final da campanha, a milícia extremista muçulmana Boko Haram aumentou os ataques a civis e às forças de segurança.

"Considerando as advertências da agências de segurança, seria uma inconsciência realizar eleições sem a segurança adequada", declarou o presidente da comissão, Attahiru Jega. Milhares de pessoas foram mortas nos últimos meses.

O presidente Goodluck Jonathan, candidato à reeleição, um cristão sulista, é acusado de não fazer o esforço necessário para combater o grupo jihadista, que tem suas bases no Norte da Nigéria, majoritariamente muçulmano. Em janeiro, sua comitiva foi apedrejada durante visita ao Nordeste do país.

Jonathan, do Partido Democrático Popular, enfrenta o ex-ditador Muhamadu Buhari, do Congresso de Todos os Progressistas (CTP), que governou a Nigéria com mão de 1983 a 1985, quando impôs uma campanha para "disciplinar" os nigerianos extremamente impopular. Mas, como muçulmano, linha dura e nortista, ele é considerado um "homem-forte" capaz de enfrentar o terrorismo.

A oposição considerou o adiamento "um grande revés para a democracia na Nigéria". O presidente do  partido de Buhari, John Odigie Oyegun fez "um forte apelo a todos os nigerianos para que permaneçam em calma, desistam da violência e de qualquer atividade que colabore para esse acontecimento desafortunado. Não podemos cair nessa armadilha. A mudança virá. Eles só podem adiá-la. Ninguém pode pará-la."

O adiamento das eleições nigerianas foi anunciada no mesmo dia em que Benin, Camarões, Chade, Níger e Nigéria prometeram organizar uma força de 8,7 mil homens para combater o Boko Haram, que também atacou nos vizinhos Camarões e Chade.

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