segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

China pressiona Irã a fazer acordo nuclear

O Irã tem uma oportunidade histórica para concluir um acordo nuclear que lhe permitirá concentrar seus esforços no desenvolvimento, declarou ontem o ministro do Exterior da China, Wang Yi, durante visita a Teerã.

A China aumentou em 30% suas importações de petróleo iraniano no ano passado e quer estreitar ainda mais os laços econômicos com a república islâmica. Wang Yi acredita que os dois países têm "enormes possibilidades" de cooperação energética e industrial.

O chanceler prometeu: "A China vai encorajar as empresas chinesas a investir no Irã, a construir fábricas para o desenvolvimento conjunto de parques industriais."

Sob suspeita de estar desenvolvimento armas nucleares, o Irã é alvo de sanções internacionais de forte impacto sobre a economia do país. Isso levou à eleição para presidente de um aiatolá considerado moderado, Hassan Rouhani, que prometeu na campanha uma reaproximação com o Ocidente.

O presidente Barack Obama aposta na conclusão de um acordo negociado pelas cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido) e a Alemanha para que o Irã pare de enriquecer urânio e aceite inspeções irrestritas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

A república dos aiatolás insiste no direito de enriquecer urânio para fins pacíficos, mas persistem fortes suspeitas, especialmente em Israel, o arqui-inimigo que o ex-presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad ameaçava "varrer do mapa", o que só a bomba atômica é capaz de fazer.

Para afrontar Obama, o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, deputado John Boehner, convidou o primeiro-ministro linha-dura israelense Benjamin Netanyahu a fazer um pronunciamento no Congresso em 3 de março de 2015, duas semanas antes das eleições parlamentares em Israel.

Sob pressão dos outros partidos políticos, o presidente da Comissão Eleitoral de Israel, Salim Joubran, decidiu que o discurso será transmitido pela televisão israelense com um atraso de cinco minutos para dar tempo aos editores de cortar o que considerarem mera propaganda política, noticiou hoje a agência Reuters.

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