domingo, 18 de janeiro de 2015

Obama propõe aumento de impostos para bancos e ricos

Em mais uma jogada para desafiar a maioria conservadora na Câmara e no Senado dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama vai propor na terça-feira, no discurso sobre o Estado da União, aumentos de impostos sobre os bancos e as grandes fortunas, anteciparam altos funcionários da Casa Branca. O alvo é o 1% mais rico.

Na sua prestação de contas anual ao Congresso, Obama vai defender e elevação da alíquota do imposto de renda sobre ganhos de capital de 15% para 28% para casais com renda anual acima de US$ 500 mil. Também vai tapar um furo na lei que dá uma grande isenção de impostos a herdeiros de grandes carteiras de investimentos.

Se uma pessoa abre uma carteira com US$ 1 milhão que se valoriza e vale US$ 10 milhões quando esse investidor morre, seus herdeiros podem declarar que a aplicação começou com US$ 10 milhões, deixando assim de pagar imposto sobre ganhos de capital em cima de US$ 9 milhões de rendimentos da carteira.

Além disso, o presidente quer um novo imposto baseado no passivo das grandes instituições financeiras de modo a desestimular operações de alto risco. A Casa Branca prevê que sejam atingidos cerca de 100 bancos com capital de US$ 50 bilhões ou mais.

Com a arrecadação extra, estimada em US$ 320 bilhões em dez anos, o governo Obama ampliaria o limite das deduções para educação de filhos das classes média e pobre e para famílias de baixa renda sem filhos.

Tudo está no condicional porque o Partido Republicano domina o Congresso e é radicalmente contra aumentos de impostos. As propostas de Obama têm pouca chance de serem aprovadas, mas são bandeiras interessantes para caracterizar a oposição como o partido dos ricos, dos grandes bancos e megacorporações, indiferente às dificuldades das classes média e pobre.

Ao mudar as regras de imigração, reatar relações diplomáticas com Cuba e propor alta de tributos para os mais ricos, Obama encurrala o Partido Republicano tendo em vista as eleições de 2016. Se a oposição for mais para a direita, torna-se inelegível.

O grande desafio da maioria republicana no Congresso é se mostrar capaz de governar os EUA, com propostas que vão além de cortes de impostos e da redução de benefícios sociais, e não se limitar apenas a ficar obstruindo o governo Obama, como fez nos últimos quatro anos, desde que conquistou a Câmara dos Representantes.

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