terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Marchas e panelaços pressionam governo argentino por morte de promotor

Com cartazes de "Eu sou Nisman", milhares de pessoas protestaram hoje à noite com marchas e panelaços contra a morte do promotor de Justiça Alberto Nisman. Houve manifestações na Praça de Maio, no centro de Buenos Aires, diante da residência oficial da Presidência em Olivos, em vários bairros da capital e no interior, em Córdoba, Mendoza e outras grandes cidades da Argentina, informa o jornal Clarín.

Na semana passada, Nisman acusou a presidente Cristina Kirchner e o ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman, de encobrir o caso sobre o atentado que matou 85 pessoas em 1994 na AMIA, uma associação cultural israelita de Buenos Aires para acobertar o Irã. No domingo, horas antes de apresentar as provas, foi encontrado morto em seu apartamento no bairro de Porto Madero, em Buenos Aires.

A polícia declarou que inicialmente está tratando do caso como suicídio, mas a multidão nas ruas não acredita nessa versão.

O inquérito oficial sobre o atentado terrorista apontou a responsabilidade da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá, a serviço do regime teocrático iraniano. Seria uma vingança porque o então presidente Carlos Menem, um muçulmano convertido ao catolicismo, pedira dinheiro a países árabes durante a campanha eleitoral e, no poder, fazia o jogo dos Estados Unidos e de Israel.

A operação teria sido conduzida por terroristas infiltrados através da Tríplice Fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai, na Foz do Iguaçu, concluiu Nisman.

Várias autoridades iranianas foram denunciadas, inclusive o então presidente Ali Akbar Hachemi Rafsanjani, até hoje um importante líder do regime dos aiatolás, e o comandante da Guarda Revolucionária Iraniana e ex-ministro da Defesa Ahmad Vahidi.

Com a aproximação entre os governos argentinos do casal Kirchner e a Venezuela, o falecido presidente Hugo Chávez, aliado do Irã por ter petróleo e ser antiamericano, tentou melhorar as relações entre Argentina e Irã. Os maiores obstáculos eram os atentados contra a Embaixada de Israel, em 1992, e contra a AMIA, em 1994.

O governo Cristina Kirchner chegou a criar uma comissão bilateral com o Irã. Daí partem as denúncias de acobertamento.

Um comentário:

Luiz I Medeiros disse...

Parabens pelo exato que estão teus relatos. Já postei no Face com muitos curtir. Abraço Luiz Inacio medeiros