domingo, 18 de janeiro de 2015

Israel pressiona aliados a esvaziar o Tribunal Penal Internacional

Diante da abertura de inquérito sobre possíveis crimes de guerra cometidos durante a ofensiva contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na Faixa de Gaza, o governo de Israel está pressionando seus aliados a cortar o financiamento do Tribunal Penal Internacional, noticiou hoje o jornal conservador The Times of Israel.

Em entrevista à Rádio Israel, o ministro do Exterior linha-dura, Avigdor Lieberman, revelou: "Vamos pedir a nossos amigos no Canadá, na Austrália e na Alemanha simplesmente para parar de financiar este órgão. É um órgão político que não representa ninguém. Vários países acreditam que não existe razão para sua existência."

O primeiro-ministro conservador canadense, Stephen Harper, declarou "lamentar profundamente" a abertura de inquérito sobre a Operação Margem Protetora, nome dado pelas Forças de Defesa de Israel para a ofensiva.

"É inconcebível que uma organização terrorista esteja entrando com uma ação criminal contra Israel", repudiou Harper. "O Hamas usou seus próprios civis como escudos humanos enquanto disparava foguete contra Israel. A Autoridade Palestina está zombando do direito internacional."

O TPI foi criado pelo Estatuto de Roma em 17 de julho de 1998 e foi instalado em 1º de julho de 2002 depois de ser ratificado por mais de 60 países-membros. Tem hoje 123 países, mas não grandes potências como os Estados Unidos, a China e a Rússia, que não aceitam submeter seus cidadãos a leis e tribunais que não sejam de seu próprio país.

Israel também não faz parte e não reconhece a jurisdição do tribunal, fundado para examinar casos de possíveis crimes de guerra e crimes contra a humanidade não processados pelas justiças nacionais.

Na sexta-feira, o TPI abriu uma investigação preliminar sobre a operação militar israelense. De 8 de julho a 26 de agosto de 2014, cerca de 2,2 mil palestinos foram mortos. Israel alega que pelo menos metade era de combatentes e o alto número de baixas civis é culpa do Hamas, que instalaria seus lançadores de foguetes em áreas residenciais, usando sua própria população como escudo. Também morreram 66 soldados e seis civis israelenses.

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