segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Inflação na Alemanha cai para 0,1% ao ano

Com a Alemanha à beira da deflação e a Zona do Euro ameaçada pela estagnação e a queda de preços, cresce a pressão para o Banco Central Europeu (BCE) adotar políticas de compra de títulos públicos para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação e assim estimular a economia, como fizeram os Estados Unidos e o Reino Unido. Em dezembro, o índice de crescimento de preços ao consumidor alemão baixou para 0,1% ao ano. É o menor desde outubro de 2009.

Na Eurozona como um todo, a inflação ficou em 0,3% ao ano em novembro. No mês passado, a Espanha registrou deflação de 1,1%. Diante do dado da Alemanha, a expectativa dos analistas é de uma queda de 0,1% nos preços da região.

O euro caiu a sua menor cotação em nove anos, comprando US$ 1,19.

"Claramente, existe uma alta probabilidade de deflação na Eurozona", reconhece o economista Carsten Brzeski, do banco holandês ING, baseado em Frankfurt. "Aumenta a pressão para o BCE agir."

A próxima reunião do BCE está marcada para 22 de janeiro de 2015. A Alemanha impôs a austeridade fiscal à Eurozona por não querer bancar as dívidas da Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Itália. Com a obsessão anti-inflacionária que vem da hiperinflação de 1923, é o país que mais resiste às políticas de "alívio quantitativo".

Por isso, a Europa é a única região do mundo que ainda não superou a crise que agora se renova com a deflação e a ameaça de eleição na Grécia de um governo contrário às políticas de austeridade fiscal. O presidente linha-dura do Bundesbank, o banco central alemão, Jens Weidmann, atacou as propostas de compra de títulos alegando que a baixa nos preços do petróleo será suficiente para estimular o crescimento europeu.

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