domingo, 18 de janeiro de 2015

Esquerda radical amplia vantagem na corrida eleitoral da Grécia

A uma semana das eleições parlamentares na Grécia, a Coligação de Esquerda Radical (Syriza) aumentou de 2,6% para 3,1% sua vantagem sobre o partido conservador Nova Democracia, do primeiro-ministro Antonis Samaras, indica uma pesquisa do instituto Kapa divulgada neste domingo pelo jornal grego Vima.

Na pesquisa realizada de 13 a 15 de janeiro de 2015, a Syriza obteve 31,2% das preferências contra 28,1% para a Nova Democracia. Normalmente, para obter maioria absoluta, um partido precisa de 36% a 40% dos votos válidos, dependendo do número de partidos que não atingirem o mínimo de 3% dos votos exigido para entrar no Parlamento da Grécia, de 300 cadeiras.

Para facilitar a formação do governo, o partido mais votado ganha um bônus de 50 deputados. Isto dificultaria a manutenção da atual coligação de governo, formada pela Nova Democracia e o Partido Socialista Pan-Helênico (Pasok), os dois partidos tradicionais, que apelam para a tática do medo, assustando o eleitorado com uma possível saída da Grécia da Zona do Euro e até mesmo da União Europeia (UE).

O líder da Syriza, Alexis Tsipras, promete rejeitar as políticas de austeridade econômica impostas pela UE, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) em troca de ajuda para a Grécia pagar sua dívida pública e obter uma redução.

Tsipras defende uma nova renegociação que corte o total pela metade e recomponha os salários e as pensões reduzidas para equilibrar as contas públicas. A Alemanha e a Finlândia rejeitaram qualquer redução.

Depois de seis anos de recessão, quando a Grécia volta a crescer, as eleições antecipadas ameaçam reacender a crise. Em 2012, cogitou-se a possibilidade de que a Grécia deixasse a Zona do Euro. Na época, isso poderia ser catastrófico. A crise tinha atingido outros países da periferia da Eurozona: Irlanda, Espanha e Portugal.

Agora, a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, e seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, estariam prontos para aceitar a saída: "Queremos que a Grécia continue na Zona do Euro, mas ela tem de cumprir suas obrigações", resumiu Merkel.

O Ministério do Interior revelou que 9.808.760 eleitores estão aptos a votar no próximo domingo na Grécia, sendo 5.060.877 mulheres e 4.787.883 homens. Quase 274 mil votarão pela primeira vez, sendo 224 mil jovens e 49,6 mil estrangeiros naturalizados.

Depois de seis anos de crise, o desemprego atinge cerca de 25% dos trabalhadores gregos e mais da metade dos jovens. A economia é o grande debate da campanha e o desemprego um fator importante.

SEMANA ECONÔMICA
Na terça-feira, a China divulga o crescimento do produto interno bruto no quarto trimestre do ano. A expectativa é de um ritmo de 7,2% ao ano, o menor desde os 6,6% do primeiro trimestre de 2009, sob o impacto da crise financeira mundial. A alta do PIB em todo o ano de 2014 deve ficar abaixo da meta oficial de 7,5%. Será a menor em 24 anos.

Também depois de manhã, o presidente Barack Obama propõe aumentos de impostos para os bancos e os ricos no discurso sobre o Estado da União perante o Congresso dos Estados Unidos, dominado pela oposição republicana, que deve rejeitar a ideia. A IBM divulga seu balanço na terça-feira e a General Eletric na sexta-feira.

Ainda na terça-feira, começa a reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, com 2,5 mil participantes, entre eles os primeiros-ministros da China, Li Keqiang, e da Alemanha, Angela Merkel, e o secretário de Estado americano, John Kerry. Como a presidente Dilma Rousseff preferiu ir à posse do presidente da Bolívia, Evo Morales, o Brasil será representado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Na pauta, a desaceleração da economia mundial, o terrorismo, os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia, e a forte queda nos preços do petróleo.

Há uma forte expectativa de que o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, anuncie na quinta-feira o início de um grande programa de compra de títulos públicos para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação e assim estimular a economia da Eurozona, que está à beira da deflação. É o chamado alívio quantitativo.

No próximo domingo, a Grécia vai às urnas.

Nenhum comentário: