sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Dois terços das francesas já simularam orgasmo

Às vésperas do Dia Mundial do Orgasmo, celebrado em 21 de dezembro, o Instituto Francês de Opinião Pública (IFOP) divulgou uma pesquisa sobre o prazer sexual. Dois terços das francesas já fingiram ter orgasmo para não decepcionar o parceiro, noticia o jornal Le Monde. A pesquisa foi financiada pelo sítio CAM4.fr, que oferece "webcâmaras gratuitas de sexo ao vivo".

Um terço das francesas (33%) declarou não ter tido prazer na última relação sexual, em contraste com apenas 6% dos homens. Ao todo, 60% das francesas disseram ter prazer com frequência nas relações com seus atuais parceiros, 27% às vezes, 8% raramente e 5% jamais.

Algumas categorias em que foi dividida a mostra revelaram ter mais dificuldades do que outras: as menores de 25 anos, as profissionais de nível superior, as que estão acima do peso e as obesas.

Só 6% das francesas afirmaram ter orgasmo todos os dias, 37% ao menos uma vez por semana, 31% ao menos uma vez por mês e 7% menos de uma vez por mês.

A conclusão da pesquisa é que a sexualidade continua sendo "falocêntrica", orientada para a satisfação sexual masculina: "As técnicas de coito mais praticadas hoje não são aquelas mais destinadas a buscar o prazer da mulher."

A simples penetração vaginal só leva ao orgasmo 28% das mulheres ouvidas na pesquisa, enquanto 38% precisam de uma estimulação clitoriana junto com a penetração e 30% de sexo oral antes da penetração.

Para o IFOP, o segredo da satisfação feminina está na dupla estimulação, vaginal e clitoriana, o que acontece duas vezes menos do que a simples penetração. A estimulação do clitóris é fundamental. O instituto aconselha a "relativizar a oposição clássica e hoje sem sentido entre o orgasmo vaginal e o clitoriano".

A pesquisa também conclui que a tradicional "posição do missionário" ou papai e mamãe, como é mais conhecido, com homem por cima e mulher por baixo, pode dar plena satisfação à mulher. Mas destaca a importância de posições sexuais condenadas moralmente por muito tempo e em várias culturas machistas por dar mais iniciativa à mulher.

Um exemplo é a posição de Andrômaca, em que o homem se deita na cama, a mulher senta em cima do pênis e cavalga, permitindo uma penetração mais profunda. Outra é quando simplesmente ela se deita sobre o homem, a posição fêmea superior.

Essas três posições citadas acima são consideradas mais conducentes à satisfação da mulher do que a clássica posição do cachorrinho, em que a mulher fica de quatro e o homem a penetra por trás, ajoelhado ou em pé, acrescenta a pesquisa: "A distância entre prevalência e eficácia tendem a reforçar a ideia de que ela responde mais às fantasias masculinas do que à satisfação feminina."

A grande falha na pesquisa, critica Le Monde, é não ter examinado o papel das preliminares, a estimulação sexual anterior à penetração, na plena satisfação da mulher, que envolve todo um jogo de carícias que não precisam ficar restritas aos órgãos sexuais.

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