quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Atirador morto no Canadá era extremista muçulmano

O atirador morto hoje pela polícia do Canadá depois de invadir a sede do Parlamento, em Ottawa, foi identificado como Michel Zehaf Bibeau. Ele nasceu no país e tinha uma longa ficha criminal por posse de drogas, pequenos roubos e fraudes em cartões de crédito antes de se converter ao islamismo, informou a televisão americana CNN, citando como fontes agentes americanos.

Zehaf Bibeau atirou no cabo Nathan Cirillo, que guardava o Memorial da Guerra e morreu. Em seguida, o terrorista invadiu o Parlamento, onde saiu atirando até ser morto pelo chefe de segurança, Kevin Vickers, que está sendo tratado como herói.

A polícia de Ottawa e a Polícia Montada Real do Canadá ainda procuram outros atiradores ou cúmplices. O Congresso continua fechado e o centro da cidade isolado.

Em pronunciamento à nação, o primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, declarou que "o país está sujeito a atentados terroristas como qualquer outro", mas "o Canadá não será intimidado". O caso está sendo tratado como terrorismo, informou o jornal The Globe and Mail.

Apesar da enorme diferença de proporções do ataque, é o equivalente para o Canadá dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, um alerta de que o país perdeu sua aura de paz e tranquilidade.

Na véspera, a polícia canadense tinha matado no Quebec outro muçulmano convertido, um extremista que atropelara dois soldados de propósito, matando um deles. Os ataques aconteceram no momento em que o Canadá elevou de baixo para médio o nível de alerta contra o terrorismo, diante de rumores de atentados no país detectados em salas de bate-papo de jihadistas na Internet.

Membro frequente de missões de paz das Nações Unidas, o Canadá se associou aos EUA na guerra contra a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que está recrutando vários jovens rebeldes ocidentais.

O grande medo no Ocidente não é que o EIIL faça atentados como os de 11 de setembro de 2001. É a volta para casa de terroristas treinados nas guerras do Oriente Médio.

Ao atacar o coração do Canadá, o terrorismo mostra como será difícil derrotar o Estado Islâmico. Não faltam rebeldes e desajustados nos países ocidentais para aderir ao jihadismo. Uma das preocupações centrais da guerra é evitar que os estilhaços atinjam os EUA e seus aliados.

No mês passado, o porta-voz do Estado Islâmico, Abu Mohamed al-Adnani, exortou os fiéis à sua visão fundamentalista a atacar soldados e civis dos países ocidentais.

Embora a maioria dos muçulmanos que vivem no Ocidente seja de cidadãos pacatos e cumpridores da lei, a minoria radicalizada é suficiente para gerar um mal-estar permanente na relação dos muçulmanos com a sociedade e se nutrir dele à medida que a discriminação produza novos voluntários do martírio.

Este é o principal desafio doméstico de travar uma nova guerra contra terroristas: manter a segurança interna sem comprometer as liberdades democráticas e os direitos civis.

2 comentários:

Ana Deiro. disse...

Eu não falei que a temporada de atentados ia começar?

Nelson Franco Jobim disse...

Ainda não se conhecem as afiliações do terrorista morto. O grande medo é a volta para a casa dos voluntários do martírio que estão lutando ao lado do Estado Islâmico.