quinta-feira, 25 de setembro de 2014

EUA e aliados atacam refinarias tomadas pelo Estado Islâmico

Em sua campanha para destruir a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), os Estados Unidos e seus aliados árabes atacaram ontem 12 refinarias de petróleo tomadas pelo grupo nas cidades de Abu Kamal, Hassaká e Maiadin, além de posições do grupo ao redor da cidade de Kobane, na região curda do Norte da Síria. Milícias curdas ligadas ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão tentam resistir à ofensiva jihadista.

As refinarias são uma das principais fontes de renda do Estado Islâmico e do Califado que proclamaram em junho nas regiões ocupadas no Iraque e na Síria, cerca de US$ 2 milhões por dia.

Os ataques também dificultam a mobilidade dos extremistas na batalha contra os curdos no Norte da Síria. Dessa vez, a maioria dos bombardeios teria sido realizadas por países árabes, especialmente a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.

Antes dos bombardeios, o EIIL escondeu a liderança e dispersou suas forças e recursos. As armas e munições foram distribuídas para depósitos menores. Os milicianos foram para as linhas de frente ou se misturaram com a população civil.

Já o grupo Khorassan, uma célula da rede terrorista Al Caeda, teria sido surpreendida pelo ataque. Sem se proteger, seu líder, Muhsin al-Fadhli, teria sido morto junto com outros 50 militantes. A Frenta al-Nusra, representante oficial d'al Caeda na guerra civil da Síria, também foi atingida e um de seus líderes, Abu Yussef al-Turki, morto. Outro líder da Frente al-Nusra, Abu Mussab al-Makdissi, denunciou os ataques e declarou que os EUA, e não o EIIL, são o verdadeiro inimigo.

Através do Irã, os EUA avisaram a ditadura de Bachar Assad que o governo sírio não seria alvejado. Apesar da tensão evidente nos círculos governamentais, para consumo interno, o regime afirma que os bombardeios foram coordenados com Washington.

Outros grupos salafistas em ação na guerra civil síria, como Ahrar al-Sham, também decidiram dispersar suas forças preventivamente por medo de virar alvo. Assim, pelo menos em curto prazo, os bombardeios beneficiam o governo sírio ao obrigar seus inimigos a se reorganizarem e reposicionarem.

Mais de 150 mil curdos sírios fugiram para a Turquia em uma semana. Amanhã, o Parlamento Britânico deve autorizar o primeiro-ministro David Cameron a aderir à campanha aérea liderada pelos EUA.

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