segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Achraf Ghani toma posse como presidente do Afeganistão

Em uma cerimônia em Cabul transmitida ao vivo pela BBC, Achraf Ghani Ahmadzai está tomando posse neste momento como novo presidente do Afeganistão em meio a um recrudescimento na guerra contra a milícia dos Talebã e às vésperas da retirada do grosso das tropas de combate dos Estados Unidos, no fim de 2014.

É a primeira transferência de poder democrática da história do país. Achraf Ghani sucede Hamid Karzai depois de uma recontagem de votos e uma longa negociação com o ex-ministro do Exterior Abdullah Abdullah, que será o primeiro-ministro.

O Afeganistão, que nunca foi um Estado nacional moderno e integrado, vai precisar um governo de união nacional para resistir aos Talebã e às pressões de vizinhos poderosos como o Paquistão, a Rússia e o Irã depois da retirada americana, um compromisso de campanha do presidente Barack Obama.

A Guerra do Afeganistão, iniciada em outubro de 2001 para punir a rede terrorista Al Caeda e o governo da milícia fundamentalista dos Talebã, que a acolhia, pelos atentados de 11 de setembro, é a mais longa da história dos EUA.

"Somos agora uma equipe. Estamos unidos por um futuro melhor para o Afeganistão", declarou o primeiro-ministro Abdullah.

Neste momento, fala o novo presidente, dizendo que, apesar de todos os problemas, há mais oportunidades sociais: "A nação quer mudança e desenvolvimento. Eu me comprometo a realizar estas mudanças. As mulheres, crianças e nosso povo querem uma 'guerra santa' pela paz neste país. Queremos ajudar cada órfão desta terra. Pagamos um alto preço pelo extremismo muçulmano."

Em alguns anos, prometeu Achraf Ghani, teremos uma "era de ouro" no Afeganistão e lembrou que há países implodindo no Oriente Médio. "Queremos paz e justiça social. Sem justiça social, não teremos uma paz duradoura. Precisamos aceitar uns aos outros e não ter governos paralelos para termos uma paz duradoura e estável." Fazia uma referência aos senhores da guerra

Ter um governo significa ter uma Constituição, acrescentou o presidente. As reformas necessárias precisam ser feitas dentro da lei: "Todo ministro deve se reportar à Assembleia Nacional, que terá o papel de controlar suas atividades", acrescentou, numa promessa de transparência.

O Afeganistão é um dos países mais corruptos do mundo por causa do atraso e da guerra permanente em que vive há pelo menos 35 anos.

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