domingo, 13 de julho de 2014

EUA fazem acordo entre candidatos no Afeganistão

Diante de denúncias de fraude de parte a parte e do risco de um impasse político, o secretário de Estado americano, John Kerry, mediou um acordo entre os dois candidatos que disputaram o segundo turno da eleição presidencial no Afeganistão um mês atrás para uma auditoria de todos os votos.

"Será a primeira vez que todos os votos serão auditados", afirmou Achraf Ghani Ahmadzai, segundo colocado no primeiro turno, apontado como líder na apuração preliminar do segundo turno. Seu adversário é o ex-ministro do Exterior Abdullah Abdullah, derrotado nas eleições anteriores pelo atual presidente, Hamid Karzai.

Achraf Ghani é da etnia pachtum, maioria relativa no Afeganistão, à qual também pertencem Karzai e a milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes), que boicotou a votação. Os Talebã querem recriar o emirado islâmico que se beneficiou do caos deixado pela derrota da invasão soviética (1979-89) para impor um regime extremista muçulmano de 1996 até a invasão americana de 2001 para vingar os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

Naquela época, a rede terrorista Al Caeda mantinha suas bases e sua liderança no Afeganistão, sob a proteção dos Talebã. Como esta é a guerra mais longa da história dos Estados Unidos, desde sua primeira campanha presidencial, em 2008, o presidente Barack Obama prometeu retirar os soldados americanos do Afeganistão. A data marcada é o fim deste ano.

Se a frágil democracia imposta depois da invasão americana fracassar, o Afeganistão não vai conseguir se livrar de uma guerra que já dura mais de 35 anos, arrasou o país e o transformou em terreno fértil para o jihadismo e centro de treinamento de terroristas.

O futuro presidente deverá negociar a manutenção de uma força militar dos EUA para treinar as forças de segurança locais e assessorá-las no combate ao terrorismo.

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