quinta-feira, 26 de junho de 2014

Justiça dos EUA rejeita pedido de tempo da Argentina

Treze anos depois do colapso da dolarização, a Argentina está mais uma vez à beira de um calote de sua dívida pública. A Justiça dos Estados Unidos rejeitou hoje um pedido do governo argentino de mais tempo para renegociar com um pequeno grupo de credores que não aceitaram as reestruturações da dívida em 2005 e 2010.

Outro pedido da Argentina, para pagar primeiro os juros devidos aos credores que aceitaram a renegociação, também foi negado. Os pagamentos terão de ser feitos ao mesmo tempo, determinou o juiz Thomas Griesa, na próxima segunda-feira.

O governo argentino depositou hoje US$ 832 milhões para pagar os novos credores. Esse dinheiro pode ser bloqueado pelo juiz para as dívidas mais antigas.

A dívida com os fundos que rejeitaram as propostas anteriores da Argentina soma apenas US$ 1,3 bilhão, mas a decisão judicial abre a possibilidade para que os outros credores peçam o mesmo tratamento, o pagamento integral da dívida sem os descontos da reestruturação.

"Não há dúvida da parcialidade do juiz em favor dos fundos-abutres e sua verdadeira intenção, de levar a Argentina à moratória e desfazer as reestruturações negociadas em 2005 e 2010", protestou o ministro da Economia do país, Axel Kicillof.

A Argentina precisa pagar pelo menos US$ 500 milhões em juros em 30 de junho de 2014. O Fundo Monetário Internacional (FMI) e até mesmo comentaristas conservadores como Martin Wolf, do jornal inglês Financial Times, criticaram a decisão. Observam que será difícil a partir de agora renegociar dívidas porque os credores irão à Justiça para receber o valor integral dos títulos caloteados.

Um comentário:

Anônimo disse...

Penso que o governo argentino ao depositar o dinheiro jogou a batata quente nas mãos do juiz distrital.
Os credores majoritários não ficarão muito felizes com qualquer decisão que atrapalhe o recebimento de seus creditos.