domingo, 11 de maio de 2014

Rebeldes russos cantam vitória em referendos na Ucrânia

Os rebeldes pró-Rússia da autoproclamada República Popular de Donetsk afirmaram hoje que 89% dos eleitores aprovaram a independência de sua região no Leste da Ucrânia, embora nem o Kremlin reconheça a legitimidade da consulta popular.

Também houve votação em Luhansk, onde os separatistas aliados a Moscou também organizaram o referendo, realizaram a votação, apuraram o resultado e se declararam vencedores. Agora, tanto em Donetsk quanto em Luhansk, pretendem formar seus próprios exércitos e declarar os ucranianos estrangeiros.

Talvez não seja suficiente para tomar o poder, mas vai atrapalhar ou até inviabilizar as eleições parlamentares e presidencial convocadas para 25 de maio na Ucrânia.

Pelos dados do comitê eleitoral de Donetsk, que não tem a menor credibilidade, 75% dos 3 milhões de eleitores aptos a votar compareceram às urnas hoje. Os números contrariam inteiramente as pesquisas de opinião realizadas no Leste da Ucrânia, onde cerca de 70% dos entrevistados manifestaram a intenção de permanecer sendo ucranianos.

A revolta da minoria russa, insuflada diretamente pelo homem-forte do Kremlin, Vladimir Putin, começou depois da queda do presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, em fevereiro de 2014. No fim daquele mês, milicianos russos ocuparam o Parlamento Regional da Crimeia e convocaram um referendo que, em 16 de março, aprovou a anexação à Rússia.

No início de abril, o movimento chegou ao Leste da Ucrânia, onde a maioria da população é étnica e linguisticamente russa, mas, de acordo com as pesquisas, não quer aderir à Rússia.

Depois de fomentar a revolta para desestabilizar o governo provisório da Ucrânia e sabotar as eleições convocadas para 25 de maio, na semana passada, Putin desautorizou os referendos convocados pelos separatistas. Como quer manter a influência sobre toda a Ucrânia, especialmente sobre Kiev, o presidente da Rússia não tem interesse na divisão do país além da anexação da Crimeia.

Os Estados Unidos lamentaram que a Rússia não tenha usado sua influência sobre os rebeldes para evitar a realização dos referendos. Tropas russas voltaram a se concentrar junto à fronteira da Ucrânia, algumas com uniforme das forças de paz das Nações Unidas.

Só o Conselho de Segurança da ONU podem autorizar o envio de missões de paz. Se os russos invadirem sem aprovação da ONU, será uma intervenção militar.

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