quarta-feira, 28 de maio de 2014

Obama faz discurso bonito mas vazio

Em discurso na Academia Militar de West Point para celebrar a retirada do Afeganistão, o presidente Barack Obama disse aos formandos que será a primeira turma de oficiais a não ser enviada ao Iraque nem ao Afeganistão em uma década. Ele afirmou que a liderança dos Estados Unidos é indispensável, mas não deixou claro até onde os compromissos com a segurança e defesa de outros países.

Sua única proposta concreta foi a criação de um fundo de US$ 5 bilhões de combate ao terrorismo. Seria usado, por exemplo, para tentar encontrar as estudantes sequestradas por extremistas muçulmanos no Nordeste da Nigéria.

Há um recuo evidente dos EUA como potência mundial pressionada por déficits orçamentários que forçaram um corte nas despesas militares, mas o país ainda gasta em armas três vezes mais do que a China, que vem em segundo lugar.

As Forças Armadas dos EUA devem ser usadas para apoiar a ação diplomática e em operações especiais contra o terrorismo, considerado a maior ameaça à segurança nacional do país, em vez de guerras como no Iraque e no Afeganistão. Os EUA devem armar e treinar rebeldes sírios não ligados a grupos extremistas.

Diante da inação em conflitos como na Síria e na Ucrânia, os aliados dos EUA duvidam que possam contar com a superpotência no momento em que a Rússia faz demonstrações de força contra ex-repúblicas soviéticas e a China fustiga os países vizinhos com que tem disputas territoriais. Depois de intimidar as Filipinas, afundou um navio pesqueiro do Vietnã.

No Oriente Médio, além da omissão na Síria, citada apenas genericamente no discurso de hoje, a reaproximação entre os EUA e o Irã assusta as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico lideradas pela Arábia Saudita, que aumentaram significativamente seus gastos com defesa. Se o acordo negociado pelas grandes potências para evitar que o regime iraniano faça a bomba atômica não convencer, pode haver uma corrida armamentista nuclear no Oriente Médio.

Se o recuo é considerado positivo pelos críticos do imperialismo americano, cria um vácuo de poder que pode ser ocupado por outras grandes potências. A China tem desafiado os vizinhos com que tem disputas territoriais.

Um comentário:

Anônimo disse...

O discurso de Obama deve ter sido esse: "de agora em diante não serão mandados mais soldados para o Iraque, só "mercenários da Academy".
kkkkkk