segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ditadura militar do Egito condena 638 islamitas à morte

A ditadura surgida do golpe militar de 2 de junho de 2013 bate seu próprio recorde: acaba de sentenciar à pena de morte 683 partidários da Irmandade Muçulmana, do presidente deposto Mohamed Mursi, inclusive seu líder máximo, Mohamed Badie. Há uma expectativa de que a maioria seja comutada para prisão perpétua.

Na opinião do vice-primeiro-ministro da Turquia, Bulent Arinc, a decisão "envergonha" o governo egípcio e as potências mundiais que o apoiam. Foi uma referência indireta aos Estados Unidos, que acabam de anunciar a venda de helicópteros de combate Apache ao Egito, sob o pretexto de equipar o país para "combater o terrorismo" e proteger as fronteiras, especialmente na Península do Sinai.

Os EUA pediram o fim dos processos e condenações em massa. A Turquia apoiava o governo de Mohamed Mursi, primeiro presidente eleito democraticamente da história do Egito.

Um julgamento anterior com 529 sentenças de morte tinha sido declarado pela organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional como o maior caso de condenação coletiva à morte registrada pela história. A ditadura militar egípcia acaba de bater seu próprio recorde, mas 492 dessas 529 penas de morte foram transformadas em prisão perpétua.

Depois do golpe, a Justiça do Egito ilegalizou a Irmandade Muçulmana, declarando-a uma organização "terrorista". Em realidade, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico, fundado em 1928 por Hassan al-Bana, abandonou a luta armada nos anos 60. Mas vários grupos dissidentes jihadistas brotaram da Irmandade, como a Jihad Islâmica, responsável pelo assassinato do presidente Anuar Sadat, em 6 de outubro de 1981.

Nenhum comentário: