terça-feira, 25 de março de 2014

S&P rebaixa nota de crédito do Brasil

Por causa do baixo crescimento e da deterioração das contas públicas e da balança comercial, a agência de classficação de risco Standard & Poor's rebaixou ontem a nota de crédito da dívida soberana do Brasil em um grau, de BBB para BBB-, deixando-a apenas um nível acima do limite entre grau de investimento e investimento especulativo.

A S&P ainda manifestou preocupações com a inflação e a crise energética. As empresas estatais Petrobrás e Eletrobrás também foram rebaixados.

Quando os títulos da dívida pública de um país são rebaixados, os juros cobrados para emprestar dinheiro para e o governo e as empresas sobem. Se não tem grau de investimento, os fundos de pensão, que aplicam dinheiro para aposentadoria, são proibidos pelas legislações de vários países de aplicar nesses fundos.

Como observou o economista americano Paul Krugman em palestra recente no Brasil, a situação econômica do país não pode ser comparada com a crise permanente anterior ao Plano Real. O Brasil passou bem pela Grande Recessão de 2008-9. Mas houve uma grande deterioração das expectativas quanto ao futuro imediato da economia brasileira.

Na década passada, embalado pelo extraordinário crescimento da China, no governo Lula, o Brasil cresceu numa taxa média superior a 4% ao ano, aliás, a meta prometida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, nos primeiros anos do governo Dilma Rousseff.

A revista inglesa The Economist já pediu várias vezes a cabeça do ministro Mantega. Dilma se nega a demiti-lo porque diz não aceitar pressões de uma publicação estrangeira. Na verdade, a verdadeira ministra da Economia é a presidente, que incluiu no seu Currículo Lattes um doutorado que não completou.

Foi Dilma quem decidiu baixar a taxa básica de juros na marra, apesar do risco inflacionário, e ainda disse que estava mais preocupada com o desemprego do que com os preços, mostrando leniência com a inflação. Foi Dilma quem reduziu as tarifas de energia elétrica deixando um rombo de R$ 18 bilhões que será pago pelo consumidor.

Agora, sabemos também que Dilma não se manifestou contra negócios ruinosos da Petrobrás, cujo conselho presidia como ministra-chefe da Casa Civil de Lula. Sob os governos petistas, a Petrobrás e a Eletrobrás perderam US$ 100 bilhões. O país ficou mais pobre. A empresa estatal de petróleo caiu de 12ª para 120ª maior empresa do mundo.

O Brasil não vai tão mal assim, mas as expectativas de desenvolvimento pioraram muito. Bastou boato de que os candidatos da oposição cresceriam na última pesquisa do Ibope para a Bolsa de Valores de São Paulo ter forte alta. Em outras palavras, na visão de empresários e investidores, a crise é Dilma.

Para gerar os empregos necessários para absorver os milhões de jovens que entram a cada ano no mercado de trabalho e resgatar a dívida social com a população carente, o Brasil precisa crescer a taxas de 5% ao ano. Com a economia dilmista, foi continuar se arrastando, perdendo competitividade e se desindustrializando.

Mas, como o povo vota com a mão no bolso, enquanto a maioria da população não sentir os efeitos da crise na inflação, no salário e no emprego, a presidente será favorita à reeleição.

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