segunda-feira, 31 de março de 2014

Aquecimento global ameaça fontes de água e alimentos

O aquecimento global causado pelo aumento da concentração de gases carbônicos na atmosfera ameaça a produção de alimentos e o suprimento de água potável, adverte um novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, do inglês), informa o jornal The New York Times.

Com a alta nos preços, podem surgir novos "bolsões de fome" entre os pobres, que vão pagar o maior preço pela catrástrofe ambiental, observa o jornal inglês The Guardian. O custo total de catástrofes como o tufão que matou 6 mil pessoas no ano passado nas Filipinas chegaria a US$ 100 bilhões por ano. Novas massas de refugiados se moveriam sobre o planeta.

Entre os efeitos do agravamento do efeito estufa, o painel convocado pelas Nações Unidas cita o degelo no Oceano Ártico e a destruição dos recifes de coral. Os desertos tendem a ficar mais secos, e as áreas alagadas, mais alagadas. A produção de grãos, os alimentos básicos da humanidade, seriam reduzidas.

Há duas grandes controvérsias científicas envolvendo a questão. A primeira é se a atividade humana, no caso, a poluição industrial, é a responsável pela mudança do clima. O IPCC afirma que não há mais dúvidas. Há quem discorde, alegando que seria um fenômeno natural.

A segunda questão é sobre o impacto que isso terá sobre a vida humana na Terra, se vale a pena alterar radicalmente o modelo econômico para uma sociedade com baixa queima de produtos do carbono como gás, carvão e petróleo ou se o custo seria alto demais. Neste caso, seria melhor se adaptar a um aumento do calor.

O IPCC está advetindo que o custo de não fazer nada será catastrófico. No momento, as conferências da ONU sobre mudança do clima estão paralisadas pela decisão dos maiores poluidores e maiores potências mundiais, EUA e China, não quererem se submeter a tratados internacionais capazes de afetar suas economias.

No Brasil, por exemplo, saímos de um verão muito quente com pouquíssima chuva no Sudeste, quebra de safras e redução do nível de água nas barragens tanto para geração de energia quanto para consumo doméstico ou industrial. O fantasma do racionamento de energia está de volta e o impacto dos preços na inflação dos alimentos é evidente. São alertas.

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