sábado, 22 de fevereiro de 2014

Parlamento da Crimeia convoca sessão extraordinária

Diante da virtual queda do presidente Viktor Yanukovitch, as regiões da Ucrânia de maior presença russa se mobilizam para lutar por autonomia regional, uma estratégia da Rússia para manter a influência no país. Ontem, o parlamento regional da Crimeia convocou uma sessão extraordinária.

A Crimeia é uma região de maioria russa. Foi doada à Ucrânia em 1954 para marcar os 300 anos de união do país com a Rússia pelo então secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, o ucraniano Nikita Kruschev.

Na prática, embora a Constituição da URSS permitisse em tese a separação e a independência das repúblicas soviéticas, havia uma expectativa de que isso jamais aconteceria. A história da Ucrânia está intimamente ligada à da Rússia.

O primeiro Estado da história russa é a chamada Rússia Kievana. O primeiro documento da história russa é uma carta de 988 em que Vladimir I, príncipe de Kiev, adota o cristianismo como religião oficial do principado.

Assim, para o nacionalismo russo, a Ucrânia sempre fez parte da Rússia. É parte inalienável do país.

Com o colapso da URSS, em 1991, a Ucrânia declarou uma independência que nunca tinha tido ao longo da história. O Acordo de Minsk, em que Rússia, Ucrânia e Bielorrússia deixaram a URSS, em 8 de dezembro de 1991, foi o golpe definitivo na pátria-mãe do comunismo. Mas os termos do divórcio não eram claros.

Desde o século 18, a Rússia mantinha a Frota do Mar Negro, em Sebastopol, na Crimeia. Um acordo prorrogou o acordo para uso da base naval pela Rússia até 2017. Em 2010, Yanukovitch estendeu o prazo até 2047.

Se a Ucrânia se aproximar do Ocidente, a Frota do Mar Negro será um novo ponto de atrito com a Rússia. Por isso, o parlamento da Crimeia se mobiliza para conquistar autonomia regional.

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