sábado, 31 de agosto de 2013

Investigadores da ONU deixam a Síria

A comissão de 20 inspetores encarregados pelas Nações Unidas de investigar o uso de armas químicas na guerra civil da Síria chegou hoje a Beirute, no Líbano, encerrando a fase de coleta de provas.

O material (amostras de sangue e tecidos das vítimas, solo, roupas e foguetes) deve ser enviado para exames de laboratório para confirmar as suspeitas, corroboradas por depoimentos de mais de mil pessoas.

Por restrições impostas pela Rússia para autorizar a investigação, a comissão da ONU vai decidir se houve ou não uso de armas químicas sem indicar quem são os responsáveis. Assim, os Estados Unidos preferiram basear sua decisão de punir o regime sírio nos seus próprios relatórios de inteligência.

O relatório final deve ser encaminhado ao secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, dentro de duas semanas.

Rússia adia envio de armas à Síria por falta de pagamento

Por falta de pagamento, a Rússia adiou a entrega de aviões de caça e de mísseis de defesa S-300, informou hoje a agência de notícias russa Novósti, citando como fonte a empresa estatal exportadora de armas Rosoboronexport.

Os 12 jatos MiG-29M/M2 que a Rússia concordou em vender à Síria em 2007 não serão entregues antes de 2016 ou 2017 porque a Síria só pagou 30% do valor.

Já os sistemas de mísseis antiaéreos avançados S-300, contratados em 2010, dependem de um pagamento adiantado que Damasco ainda não fez.

Deputados do Irã chegam a Damasco em apoio a Assad

Uma delegação parlamentar do Irã iniciou hoje em Damasco uma visita de cinco dias à Síria para manifestar solidariedade ao governo Bachar Assad no momento em que o país espera um bombardeio de mísseis dos Estados Unidos como "punição" pelo uso de armas químicas na guerra civil, noticiou uma agência de notícias iraniana.

A agência oficial de notícias chinesa Nova China descreveu a delegação como um contingente de altos funcionários da inteligência do regime fundamentalista iraniano.

Os Estados Unidos gostariam de aproveitar a guerra civil para romper a aliança entre a Síria e o Irã, o que só aconteceria com a queda do regime liderado por Assad. Mas temem pela participação de grupos fundamentalistas sunitas num futuro governo formado pelos rebeldes.

Assim, pretendem atacar Assad sem derrubá-lo, talvez, na melhor das hipóteses, na esperança de enfraquecer o ditador sírio militarmente, forçando-o a negociar um acordo de paz. O ditador certamente vai aproveitar o ataque para se apresentar como vítima e herói que resistiu aos EUA e a Israel.

No momento, os jihadistas, os rebeldes mais eficientes do ponto de vista militar, seriam os maiores beneficiários do bombardeio americano. Mais do que isso, gostariam envolver os EUA ainda mais e no alastramento da guerra e da anarquia além das fronteiras da Síria.

A Arábia Saudita quer a queda do regime sírio para enfraquecer o Irã, seu maior inimigo na luta pela liderança regional no Oriente Médio.

Os EUA não querem derrubar o governo de Assad. Preferam um ampla negociação de paz com a saída do ditador, mas com participação ativa do regime. Temem um prolongado estado de anarquia ou a formação de um governo ainda pior para seus próprios interesses e para Israel, o que os aproxima do Irã neste caso.

Ao bombardear o governo Assad, os EUA podem estar ajudando os sauditas e os jihadistas.

Liga Árabe discute amanhã a situação na Síria

Os ministros do Exterior dos países da Liga Árabe se reúnem amanhã no Cairo para discutir a situação na Síria, que está na iminência de ser atacada pelos Estados Unidos, que acusam a ditadura de Bachar Assad de ter usado armas químicas na guerra civil do país.

A Liga Árabe condenou o governo sírio pelo ataque com armas químicas, mas é contra uma intervenção militar ocidental.

Obama pede autorização ao Congresso para atacar a Síria

Depois de argumentar que o ataque com armas químicas na guerra civil da Síria não pode impune porque daria o sinal errado para ditadores e terroristas, o presidente Barack Obama está defendendo neste momento a decisão de bombardear o país num ataque limitado. Diante do impasse no Conselho de Segurança das Nações Unidas, para dar legitimidade à ação, ele vai pedir autorização ao Congresso.

Nos próximos dias, a Casa Branca promete dar aos congressistas todas as informações necessárias para sustentar a acusação de que a ditadura de Bachar Assad foi responsável por um ataque contra a periferia de Damasco em que 1.429 pessoas teriam sido mortas, inclusive 426 crianças.

"Estou pronto a agir contra a selvageria", concluiu o presidente americano.

Na manhã de hoje, Obama se reuniu com os líderes do Congresso. Com base na Lei de Poderes de Guerra, o presidente não precisaria pedir a aprovação dos deputados e senadores, mas quer fortalecer o apoio político interno, já que 64% dos americanos são contra o envolvimento em mais uma guerra no Oriente Médio.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

EUA acusam Síria por 1.429 mortes em ataque químico

Ao apresentar hoje os relatórios de serviços secretos dos Estados Unidos responsabilizando a ditadura de Bachar Assad pelo ataque de 21 de agosto com armas químicas contra a periferia de Damasco, o secretário de Estado americano, John Kerry, acusou o governo da Síria pelas mortes de 1.429 pessoas, sendo 426 crianças.

Em declaração na Casa Branca, o presidente Barack Obama insistiu em que será um ataque limitado e "não uma solução militar" para a guerra civil síria.

O governo sírio rejeitou integralmente as alegações do presidente e do secretário de Estado, alegando que apenas repetem argumentos usados pelos "terroristas", termo que o regime usa para se referir aos rebeldes que lutam para derrubá-lo há dois anos e meio.

Hollande: objetivo não é derrubar Assad

Ao defender uma ação militar contra a Síria porque "o massacre químico não pode ficar impune", o presidente François Hollande reafirma a intenção da França de atacar mesmo sem a participação do Reino Unido, mas faz uma ressalva: "Não se trata de derrubar o ditador sírio".

Depois que o Parlamento Britânico negou ontem autorização ao primeiro-ministro David Cameron para bombardear a Síria, o plano de ataque dos Estados Unidos está sendo reavaliado.

Os deputados britânicos podem mudar de posição diante do relatório de uma comissão das Nações Unidas que investiga o uso de armas químicas na a ser apresentado nos próximos dias na guerra civil síria, mas só 25% dos britânicos apoiam a intervenção militar ocidental e 50% são contra. Cameron interpretou sua maior derrota como reflexo da opinião pública.

Em entrevista ao jornal Le Monde, Hollande insistiu na necessidade de punir o regime sírio mesmo com um ataque limitado, sem o objetivo de mudar a relação de forças no campo de batalha nem de derrubar o ditador.

Hollande declarou não haver dúvida de que houve um ataque com armas químicas num subúrbio de Damasco, a capital síria, em 21 de agosto de 2013. A única questão seria identificar os responsáveis.

"A oposição não tem nenhuma arma desse tipo", raciocina o presidente francês. "Todos os estoques estão sob o controle de Bachar Assad. Além disso, o bairro atacado não foi escolhido ao acaso nem inadvertidamente. É uma zona-chave para o controle pelo regime das vias de comunicação que levam a Damasco".

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Parlamento Britânico nega autorização para atacar a Síria

Por 285 a 272 votos, mesmo depois de um recuo do primeiro-ministro conservador David Cameron, a Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico rejeitou hoje uma proposta do governo para autorizar "em princípio" o uso da força contra a Síria para responder a um bombardeio de rebeldes com armas químicas pela ditadura de Bachar Assad.

Foi uma grande derrota para Cameron. Será necessária nova votação depois que uma comissão de investigação das Nações Unidos apresentar seu relatório sobre o caso.

Isso não significa que o Reino Unido não vá aderir ao ataque planejado pelos Estados Unidos, mas, no momento, a chamada "relação especial" entre os dois países é refém da oposição, embora uma proposta do líder trabalhista, Ed Miliband, para ampliar o prazo da investigação da ONU também tenha sido derrotada.

Os EUA pretendem bombardear a Síria com uma barragem de pelo menos cem mísseis de cruzeiro durante um período de 24 a 72 horas. Contam com o apoio da França e do Reino Unido, seus aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). O presidente François Hollande já declarou que "a França está pronta para punir quem atacou inocentes com gás".

Em entrevista à televisão americana CNN, o ex-líder do Partido Liberal-Democrata britânico Paddy Ashdown, que foi enviado especial da União Europeia para a antiga Iugoslávia, lembrou a Guerra do Kossovo para alegar que "a autorização do Conselho de Segurança da ONU não é indispensável quando há uma clara violação do direito internacional, no caso, agora, do tratado de 1925 que proíbe o uso de armas químicas".

A comissão investigadora da ONU fica na Síria até sábado.

Hoje à tarde, houve uma reunião a pedido da Rússia das cinco grandes potências com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, em Nova York. O Reino Unido fez circular nos últimos dias o texto de um anteprojeto de resolução autorizando o uso da força para "proteger civis", o mesmo argumento invocado em março de 2011 para intervir militarmente na guerra civil na Líbia.

Tanto a China quanto a Rússia são contra uma intervenção ocidental no que consideram um conflito interno da Síria, embora os interesses de vários países que alimentam o conflito estejam em jogo. Com este impasse, é provável que o assunto nem seja colocado em votação. Até agora, China e Rússia vetaram todas as tentativas de responsabilizar o regime de Assad pela guerra civil síria.

O Brasil, omisso como de costume em relação a ditadores em nome dos mesmos princípios de "não intervenção" e "soberania nacional", só aceita o uso da força com a aprovação da ONU, declarou a presidente Dilma Rousseff. É uma receita para não fazer nada.

Obama não vai se opor à legalização da maconha

O governo federal dos Estados Unidos não vai impedir a legalização do uso recreativo da maconha nos estados do Colorado e de Washington, onde foi aprovado em plebiscitos, enquanto estes estados mantiverem o consumo da droga sob "controle regulatório".

Em memorando do Departamento da Justiça para procuradores federais em todos os 50 estados do país, o vice-ministro e subprocurador-geral James Cole reiterou que a maconha continua sendo considerada uma droga ilegal pela legislação federal dos EUA.

No documento, o governo Barack Obama aconselha os procuradores a se concentrar em questões específicas ligadas ao tráfico de maconha em vez de processar usuários. O foco seria voltado para a distribuição da droga a menores, combate às máfias do tráfico, à venda para estados onde o consumo não é permitido e ao cultivo da maconha em terras públicas.

Colômbia quer negociar também com o ELN

O presidente Juan Manuel Santos anunciou hoje a intenção de iniciar negociações de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN), o segundo maior grupo guerrilheiro da Colômbia.

A 13ª rodada de negociações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) terminou ontem em Havana, a capital de Cuba, sem avanços significativos. O debate sobre a integração dos militantes das FARC na política colombiana ficou em segundo plano diante de uma proposta de consulta popular anunciada pelo governo para referendar qualquer acordo de paz.

Como são contra o referendo, as FARC suspenderam o diálogo, exigindo a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte para incluir os pontos do acordo de paz no ordenamento jurídico do país. O governo é contra essa proposta.

A próxima rodada de negociações começa em 9 de setembro. O governo colombiano pretende concluir as negociações até novembro deste ano para realizar o referendo junto com a eleição presidencial de maio de 2014.

Santos, que foi ministro da Defesa do governo anterior, de Álvaro Uribe, é candidato à reeleição. Quer marcar seus mandatos com os acordos de paz. Estima-se que as FARC tenham hoje 8 mil guerrilheiros e o ELN, 3 mil.

EUA e Rússia mandam navios para Leste do Mediterrâneo

Como no tempo da Guerra Fria, diante de uma crise no Oriente Médio, os Estados Unidos e a Rússia mandaram navios para reforçar suas posições no Mar Mediterrâneo.

Os EUA enviaram hoje mais um contratorpedeiro para se juntar a outros quatro no Leste do Mediterrâneo, onde estão em posição para atacar a Síria em resposta ao bombardeio de rebeldes com armas químicas há oito dias na guerra civil do país. A Rússia, que tem na Síria sua única base militar no Mediterrâneo, despachou dois navios de guerra.

A ação militar, que chegou a ser prevista para hoje, foi adiada pela decisão do governo do Reino Unido de esperar o resultado de uma investigação das Nações Unidas a ser apresentado no sábado ao Conselho de Segurança. Em debate realizado neste momento no Parlamento Britânico, o líder da oposição, Ed Miliband, exige que o relatório seja examinado antes da decisão de ir à guerra.

O presidente Barack Obama discutiu o assunto por telefone hoje com a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel.

Espanha não sai da recessão

A economia da Espanha, a quarta maior da Zona do Euro, recuou 0,1% no segundo trimestre de 2013, um resultado melhor do que o 0,4% do primeiro trimestre, mas ainda não conseguiu sair da recessão em que está desde a metade de 2011 sob o peso da crise financeira internacional e do colapso de seu mercado imobiliário. Na comparação anual, a queda foi de 1,6%, noticiou hoje o Instituto Nacional de Estatística.

Não houve mudança em relação à estimativa inicial, divulgada em 30 de julho. O nível de emprego baixou em 3,8%. Isso significa o fehamento de 623 mil vagas de emprego em tempo integral num ano.

EUA cresceram em ritmo de 2,5% ao ano de abril a junho

A economia dos Estados Unidos cresceu no segundo trimestre de 2013 num ritmo de 2,5% ao ano, bem mais do que o 1,7% anunciado no mês passado e mais do que o dobro do 1,1% ao ano registrado no primeiro trimestre, informou hoje o Departamento do Comércio.

O resultado melhor foi atribuído ao aumento das exportações e declínio das importações, e ao crescimento do emprego, que compensaram os cortes nos gastos públicos para reduzir o déficit orçamentário, de 0,9% em relação ao trimestre anterior e de 1,6% na comparação anual.

Outros dois setores importantes, habitação e investimentos das empresas, apresentaram números robustos. A construção de casas avançou 12,9% na comparação anual. Foi o quarto trimestre consecutivo com crescimento de dois dígitos. O investimento das empresas subiu 16,1% em um ano.

O consumo privado, responsável por 70% do produto interno bruto dos EUA, se expandiu 1,8% em relação ao trimestre anterior, desacelerando-se em contraste com os 2,3% do primeiro trimestre deste ano.

Com a recuperação da economia, a Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, tem mais uma razão para decidir quando começa a desativar o programa de compra de títulos no mercado financeiro no valor de US$ 85 bilhões por mês, aumentando a quantidade de dinheiro em circulação. O anúncio pode vir na próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto, em setembro.

Para o economista Paul Ashworth, da empresa Capital Economics, a decisão vai depender do relatório sobre o emprego em agosto, a ser divulgado na próxima semana. Ele prevê um crescimento de 2,5% ao ano no terceiro trimestre e ainda maior no quarto, se a Casa Branca e o Congresso chegarem a um acordo para elevar o teto da dívida pública dos EUA, que deve atingir o atual limite, de US$ 16,7 trilhões, em meados de outubro.

Outro complicador é o esperado bombardeio dos EUA e aliados à Síria para punir o ditador Bachar Assad pelo uso de armas químicas contra os rebeldes na guerra civil do país, que matou mais de 100 mil pessoas em dois anos e meio. Os preços do petróleo estão em alta.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Obama liga sonho de Luther King a direitos econômicos

Na festa em homenagem aos 50 anos do discurso Eu tenho um sonho de Martin Luther King Jr., o maior líder negro da História dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama, primeiro afro-americano a chegar à Casa Branca, apontou a falta de oportunidades econômicas como a principal causa das desigualdades sociais do país.

Em 28 de agosto de 1963, no fim da Marcha sobre Washington, Luther King fez no Memorial a Abraham Lincoln, presidente que libertara os escravos cem anos antes, o discurso mais importante de sua luta pacífica contra a segregação racial nos EUA. O Dr. King alegou que a promessa de direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade inscrita na Constituição Americana não tinha sido estendida a todos.

"Eu tenho um sonho de que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos de ex-escravos e os filhos de ex-proprietários de escravos vão poder se sentar juntos na mesa da fraternidade. Eu tenho um sonho de que um dia mesmo um estado como o Mississípi, um estado sufocado pelo calor da injustiça, sufocado pelo calor da opressão, vai se tornar um oásis de justiça e liberdade", discursou Luther King.

Um dos trechos mais lembrados hoje foi: "Eu tenho um sonho de que meus quatro pequenos filhos vão viver um dia numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo seu caráter". Esse sonho foi realizado?

A legislação garantindo direitos iguais para os negros foi aprovada em 1964, depois da comoção causada pelo assassinato do presidente John Kennedy em 22 de novembro de 1963.

Desde então, os negros não podem mais ser discriminados legalmente. Podem entrar em bares, restaurantes e cafés que antes eram só para brancos. Mas da nada adianta isso, observou o presidente Obama, invocando o espírito de Luther King, se não tiverem dinheiro para pagar.

Os outros ex-presidentes vivos eleitos pelo Partido Democrata, Jimmy Carter e Bill Clinton, também discursaram em memória do sonho de Luther King.

Hassan é condenado à morte por matança em Forte Hood

O ex-oficial médico psiquiatra do Exército dos Estados Unidos Nidal Malek Hassan foi sentenciado por um tribunal militar com a pena de morte hoje por ter assassinado 13 colegas no Forte Hood, no Texas, em 2009, informou há pouco o jornal The Washington Post.

Em sua defesa, feita por si mesmo, Hassan alegou que estava tentando evitar mais mortes de muçulmanos nas intervenções militares no Afeganistão e no Iraque, onde servira. Ele pediu para ser condenado à morte para virar mártir.

Ao disparar contra militares desarmados que faziam exames médicos antes de embarcar para os países em guerra, o ex-major gritou em árabe "Deus é grande!", o discurso dos extremistas muçulmanos. Eles invocam Alá (Deus) para defender o direito de matar supostos infiéis que, na sua visão medieval retrógrada, não obedecem às ordens divinas.

Reino Unido propõe resolução para "proteger" sírios

O Reino Unido preparou um anteprojeto de resolução que circula entre os países-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas autorizando o uso da força contra o governo da Síria sob o pretexto de "proteger civis", alegando de que a ditadura de Bachar Assad atacou um subúrbio de Damasco com armas químicas há uma semana.

Um bombardeio de mísseis liderado pelos Estados Unidos para punir o regime de Assad, com o apoio da França e do Reino Unido, é considerado iminente, mas qualquer resolução da ONU deve ser vetada pela Rússia e a China, que se opõem a uma intervenção militar ocidental na Síria.

É prática discutir um texto no Conselho de Segurança para sondar a possibilidade de aprovação. Não havendo chance, o anteprojeto não vira formalmente um projeto e o assunto é retirado de discussão para evitar o voto contrário de uma das grandes potências com direito de veto (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido).

A China e a Rússia não gostaram da intervenção militar na Líbia, que teria ido além do mandato de "proteger civis" para derrubar e matar o ditador Muamar Kadafi, e mudar o regime. Os EUA e seus aliados árabes e europeus argumentam que era impossível proteger a população com Kadafi no poder. Diante da anarquia na Líbia, não pretendem repetir o erro na Síria, que teria grandes implicações para a instabilidade política do Oriente Médio.

Merkel: Grécia não deveria ter aderido ao euro

Em campanha para as eleições de 22 de setembro de 2013, a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, admitiu que a crise das dívidas públicas de países da periferia da Zona do Euro vai durar anos, mas atribuiu a culpa ao governo social-democrata de seu antecessor, Gerhard Schröder, alegando que "a Grécia nunca deveria ter sido admitida".

Nos últimos dias, o Partido Social-Democracta (SPD), o maior da oposição, acusou Merkel de não ter revelado ao público alemão o verdadeiro custo dos programas de ajuste fiscal impostos a Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha em troca de empréstimos de emergência.

Ao impor uma disciplina fiscal rígida que aprofundou a recessão e aumentou o desemprego nos países mais vulneráveis da Eurozona, Merkel e a Alemanha foram acusadas de abalar o projeto de integração da Europa, uma das principais garantias da paz no continente depois de duas guerras mundiais arrasadoras.

A primeira-ministra é criticada por não ter uma visão clara do futuro da União Europeia. De olho na reeleição no mês que vem, não teria aproveitado a crise da Eurozona, a maior do continente desde a criação da Comunidade Econômica Europeia, em 1957, para apresentar uma proposta sobre o futuro da Europa, que terminou sendo o continente mais abalado pela atual crise econômico-financeira internacional.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

EUA e aliados devem atacar Síria com mísseis

Os Estados Unidos, o Reino Unido e a França se preparam para atacar a Síria em resposta ao bombardeio com armas químicas que matou pelo menos 355 pessoas seis dias atrás. Deve ser uma barragem com pelo menos 100 mísseis disparados durante um período de 24 a 72 horas.

Um submarino da Marinha Real britânica vai se unir à frota dos EUA no Mar Mediterrâneo para participar da ação.

Este ataque, esperado nos próximos dias, não visa a mudar a realidade no campo de batalha na guerra civil síria. As potências ocidentais não confiam nos grupos rebeldes, alguns formados por extremistas muçulmanos.

Por isso, não estariam interessadas na queda imediata de Bachar Assad.

França está "pronta punir quem usou gás contra inocentes"

Em discurso diante de embaixadores, depois de acusar o governo da Síria de usar armas químicas, o presidente François Hollande declarou que "a França está pronta para punir quem tomou a decisão infame de atacar inocentes com gás".

As potências ocidentais já teriam avisado os rebeldes de que o ataque contra o regime de Bachar Assad virá em dias.

Síria e Irã ameaçam retaliar Israel

Se os Estados Unidos e seus aliados bombardearem a Síria para punir a ditadura de Bachar Assad pelo uso de armas químicas na guerra civil do país, a resposta pode ser um ataque contra Israel, advertiu ontem o ex-secretário adjunto do Ministério da Informação, Khalaf Muftah, alto dirigente do partido Baath. Em entrevista de rádio, ele afirmou que Damasco acredita que "Israel estará por trás de qualquer agressão do Ocidente e portanto estará sob fogo".

"Temos armas estratégicas e capacidade de resposta", afirmou o dirigente baathista. "Normalmente, as armas estratégicas estão apontadas para Israel".

A ameaça é de uma conflagração generalizada no Oriente Médio: "Se os EUA ou Israel cometerem o erro de tirar vantagem da questão sobre armas químicas, a região vai pegar fogo. Isso vai afetar não só a segurança da região, mas do mundo".

O Irã também advertiu os EUA, que admitem usar a força para impedir a república dos aiatolás de fazer a bomba atômica, mas o comandante da milícia Basij, ligada à Guarda Revolucionária, Mohamad Reza Naqji, fez uma análise equivocada: "Os americanos são incapazes de começar uma nova guerra na região por falta de condições econômicas e morais".

Depois de afirmar que "nenhum ataque será realizado contra a Síria", um membro da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã, Hossein Sheikholeslam, alertou que, "se tal incidente acontecer, o regime sionista será a primeira vítima".

Israel não acredita que a Síria abra uma nova frente de combate, mas está tomando as precauções devidas.

Liga Árabe admite que Síria usou armas químicas

A Liga Árabe reconheceu hoje que a ditadura de Bachar Assad usou armas neurotóxicas há seis dias num ataque contra os rebeldes que lutam há dois anos e meio para derrubar o regime na Síria.

Enquanto os Estados Unidos, a França e o Reino Unido se articulam para lançar um ataque punitivo contra o governo sírio, o ministro do Exterior, Walid al-Muallen, nega peremptoriamente que o regime tenha atacado seu próprio povo com armas químicas. A Rússia e o Irã, maiores aliados de Assad, repudiam a possível intervenção militar ocidental.

Em entrevista à televisão pública britânica BBC, o secretário da Defesa dos EUA, Chuck Hagel, declarou que o país está pronto para atacar a Síria assim que o presidente Barack Obama ordenar. A 6ª Frota da Marinha americana tem quatro contratorpedeiros armados com mísseis de cruzeiro no Leste do Mar Mediterrâneo.

Para os analistas, a questão central é se será uma única onda de ataque, uma resposta específica contra o uso de armas químicas, como é mais provável, ou se os EUA planejam uma ação sustentada para derrotar o regime sírio ou pelo menos forçá-lo a negociar a paz. Na primeira hipótese, mesmo que as bases de lançamento e os arsenais de armas químicas sejam destruídos, o regime pode manter sua capacidade de derrotar os rebeldes com armamento convencional.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Americanos são contra intervenção na Síria

Cerca de 60% dos americanos ouvidos numa pesquisa do instituto Ipsos para a agência de notícias Reuters são contra uma intervenção militar dos Estados Unidos na guerra civil da Síria, enquanto apenas 9% são a favor, se for provado que a ditadura de Bachar Assad usou armas químicas contra os rebeldes.

Encomendas à indústria têm forte queda nos EUA

As ordens de bens duráveis, com mais de três anos de uso, à indústria dos Estados Unidos sofreram julho sua maior queda em 11 meses, de 7,3%, engolindo os ganhos dos três meses anteriores. Houve uma queda generalizada nas encomendas, de computadores a aviões e equipamentos de defesa, informou hoje o Departamento do Comércio.

Esse dado suscita uma dúvida sobre o desempenho da maior economia do mundo no terceiro trimestre de 2013. As encomendas haviam avançado 3,9% em junho, e os economistas previam um recuo de 4% em julho.

Os bens de capital de fora do setor de defesa, um bom indicador dos investimentos das empresas, tiveram queda de 3,3% nas ordens, quebrando uma sequência de quatro meses de alta. Foi a maior baixa desde fevereiro. No setor de defesa, a redução foi de 21,7%.

A expectativa agora é a economia não se acelere muito em relação ao crescimento de 1,7% ao ano registrado no segundo trimestre, com previsões de 1,8% da consultoria Macroeconomic Advisors e de 1,9% do Banco Barclays, informa a agência de notícias Reuters.

Kerry promete resposta ao ataque químico na Síria

Depois de considerar o ataque com armas químicas contra um subúrbio de Damasco há cinco dias "uma obscenidade moral" "inegável" e "indesculpável", o secretário de Estado americano, John Kerry, declarou hoje que o presidente Barack Obama vai decidir logo qual será a resposta dos Estados Unidos.

Obama, que há pouco menos de um ano afirmou que o uso de armas químicas seria o limite além do qual a ditadura de Bachar Assad será alvo de uma intervenção militar, está sob forte pressão para autorizar o uso da força. Tem o apoio da França e do Reino Unido, membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas enfrenta resistência da China e da Rússia.

Investigadores da ONU são alvejados na Síria

O comboio de inspetores das Nações Unidos encarregados de investigar o uso de armas químicas na guerra civil da Síria foi alvo hoje de franco atiradores hoje em Damasco. Um carro foi inutilizado, mas eles foram capazes de recolher amostras de solo e de conversar com médicos e sobreviventes do ataque, informa a assessoria de imprensa do secretário-geral da ONU.

Pelo menos 3,6 mil pessoas foram hospitalizadas depois do ataque ocorrido na quarta-feira, 21 de agosto de 2013, e 355 morreram.

A tragédia aumenta a pressão sobre as potências ocidentais para que intervenham na Síria. Enquanto os Estados Unidos, a França e o Reino Unido examinam as opções militares, em Moscou, o ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, reafirmou a total oposição de seu país ao uso da força contra a ditadura de Bachar Assad, aliada do Kremlin.

domingo, 25 de agosto de 2013

Síria permite investigação da ONU sobre ataque químico

A ditadura de Bachar Assad autorizou hoje o acesso de uma equipe de investigadores das Nações Unidas ao subúrbio de Damasco atacado no dia 21 de agosto de 2013 com armas químicas. Eles devem começar a inspeção nesta segunda-feira.

Em Washington, os Estados Unidos alegaram que depois de vários dias de intensos bombardeios o local do ataque está arrasado, o que vai dificultar a coleta de provas. O presidente Barack Obama está sob intensa pressão para intervir militarmente.

Pelo menos 3,6 mil pessoas foram tratadas por intoxicação por gás tóxico em três hospitais próximos. Foram confirmadas 355 mortes. Tanto o regime quanto os rebeldes que lutam há dois anos e meio contra o governo se acusam pelo ataque.

Mais de 100 mil pessoas morreram desde o início da revolta, em 15 de março de 2011. Há quase 2 milhões de refugiados, inclusive 1 milhão de crianças, e cerca de 4 milhões de deslocados internamente, que fugiram de casa mas não saíram do país.

sábado, 24 de agosto de 2013

Cerca de 3,6 mil sírios são tratados após ataque químico

Cerca de 3,6 mil pessoas com sintomas de intoxicação neurológicas receberam atendimento depois de um ataque com armas químicas nos arredores de Damasco, em 21 de agosto de 2013, disse hoje a organização não governamental Médicos Sem Fronteiras. O total de mortes confirmadas é de 355.

A ditadura de Bachar Assad e os rebeldes que lutam há quase dois anos e meio contra o regime se acusam mutuamente pelo ataque. Os Estados Unidos ameaçam intervir militarmente na guerra civil síria se o governo usar seu arsenal químico.

Meses atrás, a França, o Reino Unido, Israel e os EUA afirmaram que as forças de Assad teriam usado armas químicas em pelo menos três ocasiões. Também houve denúncias contra os rebeldes. Uma equipe das Nações Unidas investiga as alegações.

Apesar da advertência do presidente Barack Obama, feita há um ano, de que o uso de armas químicas seria uma linha vermelha além da qual a sociedade internacional teria de intervir na Síria, os EUA relutam em se envolver na guerra civil. É um conflito muito complexo e hoje em dia a ala rebelde mais eficiente está ligada à rede terrorista Al Caeda.

Assad é aliado do Irã e da Rússia, mas uma Síria com o Estado em colapso e Al Caeda em atividade seria um pesadelo ainda maior para os EUA.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Carros-bomba contra sunitas matam 50 no Líbano

Pelo menos 50 pessoas foram mortas e outras 500 saíram feridas com a explosão de dois carros-bomba diante de mesquitas sunitas em Trípoli, a segunda maior cidade do Líbano, numa reverberação da guerra civil na vizinha Síria e da violência política no Iraque.

Há uma escalada da violência política entre sunitas e xiitas, num conflito sectário capaz de conflagrar todo o Oriente Médio. Já atinge uma área que vai do Mar Mediterrâneo ao leste de Bagdá.

A milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) luta na Síria ao lado da ditadura de Bachar Assad. Suas bases no Sul de Beirute foram atacadas. A última vez foi na semana passada.

Eram 13h38 da tarde de hoje quando as explosões atingiram as mesquisas de Takwa e Al-Salam, situadas em lados opostos de Trípoli.

Major que matou colegas nos EUA é condenado

O major Nidal Hassan, que matou 13 soldados e feriu outros 32 ao disparar contra seus colegas do Exército dos Estados Unidos no Forte Hood, no Texas, em 2009, foi condenado hoje.

Hassan era psiquiatra do Exército e disparou contra soldados desarmados que se preparavam para ir para o Afeganistão ou Iraque. Como muçulmano, ele alegou estar vingando as mortes de inocentes nos dois países invadidos pelos EUA.

A sentença não foi anunciada. O ex-oficial pode pegar prisão perpétua e até pena de morte.

Alemanha tem saldo de 0,6% nas contas públicas

Com alta de 3,8% na arrecadação de impostos, que chegou a 324,4 bilhões de euros, a Alemanha teve no primeiro semestre de 2013 um saldo positivo de 8,5 bilhões de euros, 0,6% do produto interno bruto. No ano passado, o superávit fiscal fora de 0,2% do PIB, informa a televisão pública britânica BBC, citando como fonte o escritório federal de estatísticas Destatis.

O crescimento no segundo trimestre deste ano ficou em 0,7%, com aumento de 0,5% no consumo pessoal, 0,6% nos gastos públicos e de 0,9% nos investimentos. As exportações avançaram 2,2% e as importações, 2%.

Para 2013 como um todo, a previsão de alta de 0,5% no PIB e de um déficit público de 0,5%.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Ministro francês quer uso da força contra armas químicas

O ministro do Exterior da França, Laurent Fabius, admitiu hoje a possibilidade de uso da força caso fique provado que a ditadura de Bachar Assad atacou os rebeldes com armas químicas na guerra civil da Síria.

Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama está sob forte pressão para tomar uma atitude, se a responsabilidade do regime sírio for comprovada.

O total de mortos no ataque realizado ontem contra a periferia de Damasco é estimado em até 1,3 mil.

Bradley Manning quer mudar de sexo

O ex-soldado americano Bradley Manning, sentenciado ontem a 35 anos de prisão por roubar e revelar mais de 700 mil documentos sigilosos do governo dos Estados Unidos para o sítio WikiLeaks, quer mudar de sexo e passar a se chamar Chelsea Manning.

Ele declarou que se sente como uma mulher. Quando ainda estava no Exército, mandou uma foto para seu comandante vestido de mulher.

Egito prende porta-voz da Irmandade Muçulmana

O porta-voz oficial da Irmandade Muçulmana, Ahmed Aref, foi preso hoje no bairro Cidade de Nasser, no Cairo, e levado para a prisão de Tora, de onde também hoje saiu o ex-ditador Hosni Mubarak, informou o sítio do jornal Al-Ahram.

A Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico do mundo, fundado em 1928, chegou ao poder pelo voto depois da Primavera Árabe. Foi afastada em 3 de julho com o golpe militar contra o então presidente Mohamed Mursi, que continua detido. O supremo líder espiritual do grupo, Mohamed Badie, também foi preso nesta semana.

Como único grupo político organizado do Egito durante uma sucessão de governos militares, a Irmandade ganhou eleições parlamentares e presidencial, mas não conseguiu resolver os problemas econômicos que se acumulam, foi acusada de autoritarismo, de abuso de poder e de trair os ideias democráticos da revolução que depôs Mubarak em fevereiro de 2011.

Desde o golpe do mês passado, o novo governo tenta claramente desarticular a Irmandade. Já não deu certo no passado. O Egito vai enfrentar um período turbulento pela frente. A crise econômica, que ajudou a derrubar Mubarak e só se agravou desde então, vai forçar a busca de algum consenso.

Da Primavera Árabe, resta a determinação do povo egípcio de ter mais controle sobre seu próprio destino. Aquele desejo irreprimível de liberdade da revolução na praça está vivo.

O problema do Egito é o autoritarismo de suas duas grandes instituições: as Forças Armadas e a Irmandade Muçulmana. No momento, o diálogo é impossível. A democracia passa pela construção de instituições democráticas.

Israel reage a ataques de foguetes do Líbano

O Exército de Israel atacou posições no Sul do Líbano depois que pelo menos quatro foguetes foram disparados hoje contra seu território. A televisão libanesa admitiu que foram descobertos lançadores de foguetes nos campos de refugiados de Al-Hosh e Al-Rachidia.

Ex-ditador egípcio Mubarak sai da prisão para hospital

De helicóptero, o ex-ditador Hosni Mubarak, de 85 anos, foi levado hoje da prisão de Tora, no Cairo, para um tribunal militar também situado na capital do Egito. Sua libertação foi ordenada por um tribunal, sob a alegação de que se esgotou o tempo de prisão sem que haja uma sentença sobre o caso.

Diante da prisão, partidários de Mubarak festejaram sua libertação, enquanto militantes da Irmandade Muçulmana protestaram lembrando que o ex-presidente democraticamente eleito Mohamed Mursi está preso desde que foi deposto, em 3 de julho, embora não seja acusado formalmente por crimes contra os direitos humanos e corrupção.

Pelo menos 852 foram mortas durante a revolta que derrubou Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Rebeldes denunciam uso de armas químicas pela Síria

Um grande ataque contra um subúrbio de Damasco deixou centenas de mortos, inclusive mulheres e crianças, numa das maiores tragédias da guerra civil na Síria, que já dura quase dois anos e meio. O Exército Sírio Livre fala em mais de 1,1 mil mortes e culpa a ditadura de Bachar Assad.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas está discutindo o caso em reunião de emergência.

Em setembro do ano passado, o presidente Barack Obama declarou que o uso de armas químicas seria uma linha vermelha. Se o regime sírio ultrapassasse esse limite, estaria sujeito a uma intervenção militar estrangeira.

Quando foi denunciado meses atrás o uso de armas químicas pelas forças leais a Assad, a reação chegou a ser discutida, mas os EUA temem a supremacia de grupos jihadistas ligados à Al Caeda no Iraque, como a Frente al Nusra.

O governo Obama optou por não intervir em terra. Isso seria necessário para controlar o arsenal de armas químicas. Não impôs uma zona de exclusão aérea, o que exigiria a destruição das defesas antiaéreas, nem armou os rebeldes decisivamente para mudar o jogo no campo de batalha.

Justiça do Egito manda soltar ex-ditador Mubarak

Um tribunal do Egito ordenou hoje a libertação imediata do ex-ditador Hosni Mubarak (1981-2011), sob a alegação que se esgotou o prazo para que ele fique preso em julgamento.

Mubarak está detido praticamente desde que foi derrubado, em 11 de fevereiro de 2011.

Manning pega 35 anos e expulsão com desonra

Depois de oito meses de julgamento, o ex-soldado do Exército dos Estados Unidos que passou centenas de milhares de documentos sigilosos ao sítio de Internet WikiLeaks, foi sentenciado hoje por um tribunal militar a 35 anos de cadeia e afastamento com desonra das Forças Armadas.

Manning tinha sido condenado no mês passado, mas foi absolvido da acusação mais grave, de traição à pátria.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Brasileiro processa Reino Unido por detenção

O brasileiro David Miranda declarou hoje que vai processar o Reino Unido por ter sido detido e interrogado por nove horas com base numa lei antiterrorismo, quando fazia uma conexão no Aeroporto de Heathrow, em Londres, em viagem de volta da Alemanha para o Brasil.

David é companheiro do jornalista americano Gleen Greenwald, que revelou o programa de megaespionagem via Internet do governo dos Estados Unidos com base em documentos obtidos ex-funcionário subcontratado da Agência de Segurança Nacional dos EUA Edward Snowden, exilado na Rússia.  O brasileiro ambém exige a devolução de seu computador e outros objetos pessoais apreendidos.

"Em nove horas de interrogatório, eles não me perguntaram nada sobre terrorismo", declarou Miranda ao chegar ao Brasil. "Queriam saber qual era minha participação nessa história. Não trabalho com isso". Ele trazia arquivos destinados a Greenwald, que afirmou que há cópias de tudo. Assim, a polícia pode saber quais serão as próximas revelações, mas não impedir sua publicação.

Hoje, a ministra do Interior britânica, Theresa May, admitiu ter sido avisada e defendeu a ação da polícia, alegando "ser necessário tomar medidas para prevenir ataques terroristas e proteger a população". Como Miranda não tem qualquer relação com grupos terroristas, mas, sim, com um jornalista, o caso está sendo encarado como um abuso de poder e uma ameaça à liberdade de imprensa.

Sob intensa pressão, o editor-chefe do jornal inglês The Guardian, Alan Rusbridger, admitiu hoje ter destruído documentos para não ter de entregá-los às autoridades britânicas. Ele prometeu continuar denunciando os abusos de poder e as violações de direitos fundamentais.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Antonio Patriota, protestou em contato com o ministro do Exterior britânico, William Hague. Greenwald prometeu fazer novas revelações supostamente comprometedoras para o Reino Unido.

PC chinês teme democracia liberal

A democracia liberal é a maior ameaça ao poder absoluto do Partido Comunista da China, adverte um documento interno revelado pelo jornal The New York Times.

Entre os sete perigos listados pelo PC, agora sob a liderança do novo presidente chinês, Xi Jinping, estão a "democracia constitucional ocidental", "valores universais" como "direitos humanos", "meios de comunicação independentes", "participação cívica", o "neoliberalismo econômico" e a "crítica niilista" do passado traumático do partido.

Xi acumula os cargos de secretário-geral do partido e presidente da Comissão Militar do Comitê Central, que controla o Exército Popular de Libertação. Com uma campanha anticorrupção, o julgamento do neomaoísta Bo Xilai, que começa daqui a dois dias, e esse documento sigiloso, começa a imprimir sua marca.

Numa megaestrutura burocrática como o PC chinês, há uma tentativa de mudar, mas não muito, para manter o essencial, o monopólio de poder. Diante do extraordinário desenvolvimento econômico do país, surgiu uma classe média que começa a dar "palpites" políticos. "A classe média é muito palpiteira", comentou recentemente um dirigente comunista.

Quando houver uma crise econômica, as novas elites econômicas criadas pelas reformas lançadas por Deng Xiaoping a partir de 1978 vão questionar o poder absoluto do PC. O documento indica que o partido teme que esta hora esteja próxima.

Egito prende líder espiritual da Irmandade Muçulmana

O líder espiritual da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, foi preso ontem pelo governo militar do Egito sob acusação de incitar à violência que partiu sobretudo das forças de segurança e levou a cerca de 900 mortes desde quarta-feira passada. Seu filho foi morto nos confrontos.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Issinbaieva reflete conservadorismo da Rússia

Hoje à noite, dou entrevista ao SporTV News, que vai ao ar a partir das 23h, para falar sobre as declarações da supercampeã de salto com vara Yelena Issinbaieva em apoio à lei que criminaliza a defesa dos direitos dos homossexuais na Rússia.


A Rússia não é exatamente uma democracia. Desde o fim da União Soviética, em 1991, há eleições para a Presidência e o Parlamento, mas o partido do governo e o candidato do Kremlin ganham sempre.

O presidente Vladimir Putin ascendeu ao poder como primeiro-ministro, em 1999, deflagrando a Segunda Guerra da Chechênia, um conflito brutal com total de mortos estimado entre 36 mil e 60 mil pessoas, na maioria civis. Até hoje, a Chechênia é território proibido para jornalistas e ativistas dos direitos humanos.

Para evitar o surgimento de movimentos de libertação nacional como o da Chechênia, Putin acabou com as eleições para governador das 89 unidades administrativas da Federação Russa, repúblicas e regiões supostamente autônomas que seriam o equivalente aos estados brasileiros

Talvez a vítima mais famosa da guerra na Chechênia seja a jornalista Anna Politkovskaya, assassinada em Moscou, num caso nunca resolvido. Desde 1991, cerca de 100 jornalistas foram assassinados na Rússia, mais do que no Brasil, embora nos últimos anos tenham morrido mais no Brasil.

Putin considera o fim da União Soviética a maior catástrofe geopolítica do século 20. O sonho de Putin é restaurar pelo menos um pouco do poder imperial soviético. Ele hostiliza ex-repúblicas soviéticas que se aproximaram do Ocidente como a Geórgia e a Ucrânia. Chegou a cortar várias vezes o fornecimento de gás natural à Europa para punir a Ucrânia, por onde passa o gasoduto. E não perde a oportunidade para fustigar os Estados Unidos, como se viu no caso recente do ex-agente americano Edward Snowden.

Nesse caso, tem razão ao combater o abuso de poder do governo americano, mas Putin não está preocupado com a liberdade de expressão. A organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras o considera um “predador de jornalistas”, ao lado de ditadores como Kim Jong Un, da Coreia do Norte, e Robert Mugage, do Zimbábue.

Com a volta de Putin à Presidência, no ano passado, já que do poder ele nunca saiu, a posição da Rússia no Índice de Liberdade de Imprensa dos RSF caiu de 140 para 148. O Brasil baixou de 58º em 2010 para 109º em 2013 por causa da morte de jornalistas.

Não existe na Rússia a censura prévia judicial como no Brasil, onde há dois anos O Estado de S. Paulo não consegue publicar uma matéria sobre os negócios da família Sarney. Mas o governo russo usa leis contra a difamação e a pornografia para atacar meios de comunicação críticos.

Empresários que financiam a oposição também são perseguidos.

Sob a inspiração da chamada Primavera Árabe, a oposição organizou grandes protestos de massa de dezembro de 2011 a maio de 2012 para denunciar fraude nas últimas eleições parlamentares e presidenciais. Milhares de pessoas foram às ruas enfrentando um frio de até 20 graus abaixo de zero.

A partir daí, na visão de um relatório da organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional publicado em abril, o governo russo declarou guerra à sociedade civil. É nesse contexto que foi aprovada em junho a lei contra o que Putin chama de promoção de homossexualismo, que criminaliza os movimentos de luta pelos direitos dos gays e lésbicas.

O homossexualismo era crime na URSS. No governo Boris Yeltsin (1991-99), houve uma liberalização geral e a descriminalização das relações entre pessoas do mesmo sexo, em 1993. Sob Putin, há também um regresso generalizado das liberdades públicas.


Desde 1994, os Estados Unidos dão asilo a pessoas perseguidas por serem gays ou lésbicas. O número de pedidos de russos aumenta a cada ano.

Também se pode citar a condenação das roqueiras da banda punk Pussy Riot, que gravaram um videoclip chamado Fora Putin! na Catedral de Moscou. Elas pegaram dois anos de prisão há um ano por “arruaça motivada por ódio religioso”. Isso reflete o autoritarismo e o machismo da sociedade patriarcal e da Igreja Cristã Ortodoxa, que é uma das bases da identidade nacional russa.

Ao apoiar a lei que proíbe o que Putin chama de “promoção do homossexualismo”, Issinbaieva reflete o conservadorismo e o autoritarismo da Rússia.

O movimento gay pode articular pressões sobre os patrocinadores de grandes eventos esportivos como a Olimpíada de Inverno de Sochi, e a Copa do Mundo de 2018. Quase todos são de países ocidentais. Com custo de US$ 40 milhões, os Jogos de Sochi já são os mais caros da História.

Um boicote internacional pode pesar. Putin colocaria a culpa no Ocidente e acusaria a oposição de traição à pátria.

No Campeonato Mundial de Atletismo, realizado em Moscou, quando as atletas russas se beijaram para festejar a vitória no revezamento 4x400, acreditou-se que pudesse ser um gesto de repúdio à lei homofóbica. Elas negaram qualquer conotação política ou sexual.

Russas Tatiana Firova e Ksenia Rijova festejam o ouro

domingo, 18 de agosto de 2013

Ex-dirigente chinês Bo Xilai começa a ser julgado

Começa nesta quinta-feira o julgamento do ex-dirigente do Partido Comunista da China Bo Xilai, denunciado por suborno, corrupção e abuso de poder. É o mais importante processo com implicações políticas desde que a Gangue dos Quatro, da qual participava a viúva de Mao Tsé-tung, foi condenada por alta traição, em 1981.

Bo era líder do partido na cidade-província de Xunquim, cargo equivalente a governador, membro do Politburo do Comitê Central do PC e estrela em ascensão da esquerda maoísta. Ambicionava chegar ao Comitê Permanente do Politburo, o grupo que realmente manda na China, e a dirigente máximo do país.

Sua mulher Gu Kailai foi condenada à morte com uma sentença suspensa e transformada provisoriamente em prisão perpétua pela morte do empresário britânico Neil Heywood, que seria intermediário nos negócios internacionais do casal. A mãe de Heywood reclamou recentemente que os filhos dele ficaram desamparados.

O caso revelou aos chineses os desmandos e a vida luxuosa levada por altos dirigentes do partido com o enriquecimento do país.

Coreia do Norte aceita reiniciar reencontros de famílias

Num sinal de degelo nas relações da última fronteira da Guerra Fria, o regime comunista da Coreia do Norte concordou hoje em retomar o programa de reencontros entre famílias separadas desde a Guerra da Coreia (1950-53).

A Península Coreana viveu momentos de grande tensão com os testes de mísseis norte-coreanos e a realização de manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, vistas como uma ameaça pelo Norte.

Até hoje, as duas Coreias não assinaram um tratado de paz. O regime stalinista do Norte insiste em negociar diretamente com os EUA, alegando que o governo sulista não passa de um fantoche dos EUA.

sábado, 17 de agosto de 2013

Egito ataca mesquita após mais 173 mortes na sexta

Em sua campanha contra o que chamada de "terroristas", a ditadura militar do Egito cercou e atacou hoje a mesquita de Al-Fateh, na Praça Ramsés, no Cairo, depois de uma sexta-feira de conflitos em que pelo menos 173 pessoas foram mortas e mais de mil presas. O governo examina a possibilidade de tornar ilegal a Irmandade Muçulmana, maior e mais antigo grupo fundamentalista do mundo.

Hoje, houve troca de tiros, mas a última notícia da televisão árabe especializada em notícias Al Arabiya é de que as forças de segurança estão permitindo a saída de centenas de pessoas que se refugiaram na mesquita.

Há pouco, o porta-voz da Presidência do Egito declarou que "esta não é uma luta política, mas contra um fascismo religioso". Para justificar essa alegação, o governo afirmou que entre os presos há afegãos, paquistaneses e sírios.

Com o total de mortes se aproximando das 852 registradas durante a revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak, em janeiro e fevereiro de 2011, e os dois lados reafirmando suas posições, o país está à beira de uma guerra civil. Entre os 173 mortos na sexta-feira, está o filho do líder supremo da Irmandade, Mohamed Badie.

O irmão do dirigente máximo da rede terrorista Al Caeda, o médico Ayman al-Zawahiri, foi preso na cidade de Gizé, onde ficam as Pirâmides do Egito. Pelo menos 12 igrejas cristãs foram incendiadas e 57 policiais mortos.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Governo militar do Egito autoriza polícia a atirar

Num clima de guerra civil, depois de mais de 600 mortes, o regime militar que tomou o poder no Egito há um mês e meio autorizou hoje as forças de segurança a atirar contra quem atacar policiais ou prédios públicos nesta sexta-feira, em que a Irmandade Muçulmana convocou grandes manifestações de protestos contra o golpe e os massacres subseqüentes.

Em meio ao caos, aumentaram os ataques, saques e incêndios de igrejas cristãs. Com quase 90 milhões de habitantes, o Egito é o maior país árabe em população. A maioria é muçulmana, mas 10% são cristãos.

O primeiro-ministro islamita da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pediu calma no Egito, e acusou a Europa e os Estados Unidos de tolerarem o massacre. A Dinamarca foi o primeiro país a cortar a ajuda ao desenvolvimento egípcio. Nos EUA, o presidente Barack Obama suspendeu manobras militares conjuntas, mas não suspendeu a ajuda militar de US$ 1,3 bilhão por ano.

Estudantes de jornalismo não leem jornais impressos

A maioria dos formandos de jornalismo que procura empregos hoje em jornais e revistas dos Estados Unidos não costuma ler impressos. Cerca de 70% se informam em jornais e revistas online e nas redes sociais, indica uma pesquisa da Universidade da Geórgia.

O estudo tentou identificar os hábitos, salários e empregos nos novos graduandos em jornalismo. Só 36,6% tinham lido um jornal impresso na véspera do dia em que foram entrevistados; em 1994, eram 81%.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Nigéria mata subchefe do grupo terrorista Boko Haram

O Exército da Nigéria anunciou hoje a morte do subcomandante do grupo extremista muçulmano Boko Haram (Não à Educação Ocidental), Momodu Bama.

Desde 2009, o grupo rebelde realiza ações armadas que levaram à morte de mais de 3,5 mil pessoas com o objetivo de impor a lei islâmica em todo país, onde o Norte é majoritariamente muçulmano e o Sul, cristão e animista.

Total de mortos no Egito chega a 525

O total oficial de mortes na ação das forças de segurança do Egito para dispersar manifestantes favoráveis ao presidente deposto Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, chegou hoje a 525, informou no Cairo o Ministério da Saúde.

Em pronunciamento divulgado neste momento, o presidente Barack Obama afirma que os Estados Unidos não tomam partido de nenhum dos dois lados, querem o sucesso de um Egito "pacífico, democrático e próspero".

Obama suspendeu manobras militares conjuntas, mas não cortou a ajuda militar de US$ 1,3 bilhão por ano. O Egito é um dos países que mais recebem ajuda dos EUA desde que o então presidente Anuar Sadat abandonou a União Soviética e foi a Jerusalém, em 1977, e assinou um acordo de paz com Israel, em 1979.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Deputado pega 30 meses de prisão por desviar verba de campanha

O deputado Jesse Jackson Jr., filho do principal líder negro dos Estados Unidos até a ascensão do presidente Barack Obama, foi condenado hoje a dois anos e meio de prisão por desviar centenas de milhares de dólares de dinheiro de campanhas eleitorais para financiar uma vida luxuosa, como tantos fazem no Brasil.

Ao receber a sentença, ele reconheceu a culpa e pediu desculpas por "confundir a vida pública com a vida privada", dizendo que "não poderia ter cometido um erro maior". Enquanto isso, ao Sul do Equador, a farra continua.

Governo decreta estado de emergência no Egito

Diante de um clima de guerra civil, depois do massacre de partidários da Irmandade Muçulmana que protestavam contra o golpe que depôs em 3 de julho o presidente Mohamed Mursi, o governo do Egito decretou hoje estado de emergência por 30 dias.

Para agravar a situação, o vice-presidente Mohamed ElBaradei, ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, o civil mais conhecido do governo formado pelos militares, acaba de renunciar ao cargo.

O total de mortos passou de 281. O governo disse que pelo menos 43 policiais foram mortos. A Irmandade Muçulmana acusou os salafistas do partido Jemmah Islamiya, islamitas radicais, de terem atirado na polícia.

Massacre de islamitas deixa 124 mortos no Egito

As forças de segurança do Egito atacaram na manhã de hoje vários protestos sentados de partidários da Irmandade Muçulmana que se manifestavam contra o golpe militar de 3 de julho para exigir a volta ao poder do presidente Mohamed Mursi. Pelo menos 124 pessoas foram mortas, informa a agência de notícias France Presse.

Os islamitas denunciam pelo menos 200 mortes e teriam orientado seus militantes a atacar delegacias de polícias, noticia a agência oficial de notícias Oriente Médio. A violência se espalhou por várias outras cidades.

É mais um duro golpe na esperança de democratização no mais populoso país árabe. Com mais de 100 mil mortos na guerra civil da Síria, a oposição tentando derrubar o governo islamita da Tunísia e o caos na Líbia, onde as milícias que lutaram contra a ditadura de Muamar Kadafi são poderes paralelos, a Primavera Árabe vive seu pior momento.

UE e Eurozona saem da recessão

Com crescimento de 0,3%, a União Europeia e a Zona do Euro saíram de sua mais longa recessão no segundo trimestre de 2013. No primeiro trimestre, a UE tinha encolhido 0,1% e a Eurozona, 0,3%.

A retomada do crescimento se deve principalmente às duas maiores economias do bloco. A Alemanha avançou 0,7%, confirmando o bom estado de sua economia, enquanto a França saiu da recessão com crescimento de 0,5%, superando a média das previsões dos analistas, que era de 0,2%.

Com a expansão de 1,1% em Portugal e de 0,7% na República Tcheca, estes dois países também saíram da recessão, caracterizada pela queda do produto interno bruto por dois trimestres consecutivos.

Foi o melhor trimestre para o bloco europeu desde os primeiros três meses de 2011. A UE sai da pior crise econômica de sua história, confirmando a recuperação dos países ricos depois da Grande Recessão de 2008-9 e da crise das dívidas públicas da periferia da Eurozona.

Diante da desaceleração das grandes economias emergentes (Brasil, Índia, China e Rússia), a tendência é que mais capital saia desses países em busca de oportunidades de investimento nos países ricos.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Quatro xícaras de café por dia trazem risco à saúde

Os americanos tomam 400 milhões de xícaras por dia de café, produto que os Estados Unidos importam do Brasil desde o tempo do Império. Agora, uma pesquisa da Clínica Mayo, de Rochester, concluiu que um consumo médio de mais de quatro xícaras pode causar riscos à saúde em menores de 55 anos.

Uma pesquisa feita com mais de 40 mil pessoas identificou um aumento de risco de vida de 21% em quem toma muito café. Para menores de 55 anos, esse risco sobe para 50%.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Japão cresce abaixo da expectativa

O produto interno bruto do Japão cresceu no segundo semestre de 2013 num ritmo de 2,6% ao ano ou 0,6% em relação ao trimestre anterior, abaixo da expectativa dos analistas, anunciou hoje o governo ao fazer sua primeira estimativa. Foi um resultado bem inferior ao do primeiro trimestre, que foi reduzido de 4,1% para 3,8% ao ano ou 0,9% em comparação com o último trimestre de 2012.

"A economia está melhorando consistentemente desde a mudança de governo no ano passado. Quero continuar não tomando nada como conquistado", declarou o primeiro-ministro Shinzo Abe, que luta para combater a estagnação e a deflação das últimas duas décadas.

Mas esse resultado complica a intenção do primeiro-ministro de elevar de 5% para 10% o imposto sobre consumo para reduzir o déficit orçamentário e a dívida pública do Japão, que passou de 1 quatrilhão de ienes, cerca de US$ 10,4 trilhões, mais de 200% do PIB.

Israel autoriza construção de mais 1,2 mil casas em territórios ocupados

O Ministério da Habitação de Israel anunciou ontem a aprovação de projetos para a construção de 1,2 mil novas casas na Cisjordânia e no Leste de Jerusalém, territórios ocupados ilegalmente desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

A medida é um retrocesso no processo de paz no Oriente Médio. Os palestinos exigem o recuo de Israel para as fronteiras anteriores àquela guerra e romperam as negociações, em setembro de 2011, porque o governo israelense recusou-se a congelar a expansão das colônias nos territórios árabes ocupados.

"Quem faz este tipo de coisa quer boicotar o processo de paz", protestou o principal negociador palestino Saeb Erekat.

O ex-apresentador de televisão Yair Lapid, uma das estrelas em ascensão da política israelense, criticou a decisão.

Iraque lança grande ofensiva contra rebeldes

As forças de segurança do Iraque iniciaram hoje uma grande operação contra rebeldes sunitas no Oeste e no Noroeste do país, informou ontem a agência oficial de notícias Nova China, citando como fonte o governo iraquiano.

A ofensiva é uma resposta ao aumento da violência terrorista, com a morte de centenas de pessoas no sagrado mês do Ramadã.

domingo, 11 de agosto de 2013

Médico que propõe cura gay é demitido na Califórnia

A rede de assistência médica Torrance Memorial Physician Network, dos Estados Unidos,.  pediu desculpas a um paciente e afastou um médico que considerou "comportamento homossexual" uma doença passível de tratamento médico, como defendem alguns fundamentalistas religiosos aqui no Brasil.

Depois de fazer exames de rotina, Matthew Moore, gay assumido, de 45 anos, viu que o diagnóstico falava de "comportamento sexual 302.0".

"Quando fui conferir, descobri que o código 302.0 é desvio sexual ou doença mental e não era usado desde 1973. Meu queixo caiu", disse Moore. "Primeiro, pensei que era mais uma maneira de rebaixar os gays e fazê-los se sentir como inferiores. Quando pensei um pouco e me dei conta da situação, fiquei com raiva".

Moore questionou o médico. Quis saber como era o tratamento para deixar de ser homossexual. "O debate ainda está aberto", respondeu o médico, na versão de Moore, insistindo em que a orientação sexual "ainda é considerada uma doença".

Conflito tribal mata pelo menos 100 em Darfur

Pelo menos 100 pessoas foram mortas em conflitos entre tribos árabes rivais na região de Adila, no estado de Darfur do Sul, no Sudão, informou hoje a agência de notícias oficial Nova China. O clima na região é de guerra.

A província de Darfur foi cenário de um genocídio cometido pelo governo fundamentalista sudanês e milícias muçulmanas aliadas em que cerca de 350 mil pessoas foram mortas e 2 milhões fugiram de casa, desde 2003.

sábado, 10 de agosto de 2013

Atentados matam 85 pessoas no Iraque

Uma onda de atentados contra alvos xiitas matou pelo menos 85 pessoas hoje no Iraque, no feriado do Eid, que marca o fim do sagrado mês do Ramadã, que neste ano foi o mais violento desde o auge do conflito sectário entre sunitas e xiitas, entre 2006 e o início de 2008.

A situação melhorou com o aumento do número de soldados da força de ocupação dos Estados Unidos ordenado pelo então presidente americano George W. Bush no início de 2007.

Desde a retirada das tropas americanas, em 2011, a rede terrorista Al Caeda, sunita, intensificou os ataques contra alvos xiitas, com o objetivo de deflagrar uma guerra civil entre os dois grandes ramos do islamismo. A decisão do primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki de acusar líderes sunitas de "terrorismo" só agravou a tensão, reduzindo as condições para uma solução pacífica.

Com a guerra civil na vizinha Síria, onde vários grupos sunitas lutam contra a ditadura liderada pelo minoria alauíta, uma das correntes do xiismo, a violência aumentou. Neste mês do Ramadã, o terror ceifou centenas de vidas, aprofundando a crise permanente em que vive o Iraque desde a invasão americana, em 2003, não que a vida sob a ditadura de Saddam Hussein fosse aceitável.

Pior do que uma ditadura, que é uma guerra civil de um governo contra seu próprio povo, é um estado de anarquia, sem lei, segurança e autoridade, que é uma guerra de todos contra todos.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Dívida do Japão passa de um quatrilhão de ienes

O Japão tem a maior dívida pública em relação ao produto interno bruto dos países ricos, mais de 200%. No fim de junho, o total da dívida pública japonesa chegou a ¥1,009 quatrilhão, cerca de US$ 10,4 trilhões.

Na segunda-feira, o governo japonês deve divulgar os dados sobre o crescimento do PIB no segundo trimestre. Serão importantes na decisão do primeiro-ministro Shinzo Abe sobre um possível aumento do imposto sobre circulação de mercadorias de 5% para 10%.

Turquia pede a turcos que deixem o Líbano

Depois do sequestro de dois pilotos da companhia aérea Turkish Airlines hoje em Beirute, o Ministério do Exterior da Turquia aconselhou hoje os cidadãos do país a evitar viagens ao Líbano, onde aumenta o conflito entre sunitas e xiitas por causa da guerra civil na vizinha Síria.

Torre Eiffel é esvaziada por ameaça de bomba

A Torre Eiffel, uma das principais atrações turísticas de Paris, de onde se têm uma das mais lindas vistas panorâmicas da cidade, foi fechada hoje por causa de uma ameaça de bomba e reaberta horas mais tarde, depois de rigorosa inspeção.

Obama tenta justificar espionagem

Numa tentativa de justificar o gigantesco programa dos Estados Unidos de espionagem via Internet chamado Prisma, o presidente Barack Obama prometeu trabalhar com o Congresso reformar a Lei Patriótica em torno do programa de monitoramento telefônico. Obama afirmou que o conteúdo das ligações não é ouvido sem autorização da Justiça, só a lista de quem ligou para quem.

O presidente dos EUA ficou de reforçar a vigilância do Congresso sobre os programas de espionagem. Também ficou de aumentar a transparência dessas atividades, o que não dá para acreditar muito, já que o segredo é essencial às atividades dos serviços secretos.

"Hoje temos que monitorar as redes de comunicação dos terroristas enquanto mantemos a confiança da população de que essas informações não são usadas de maneira abusiva", declarou Obama numa entrevista coletiva em andamento agora em Washington. "Todos esses passos visam a assegurar o povo americano e o resto do mundo. Os americanos não estão interessados em espionar outros povos, só em proteger nossa segurança nacional e nossos aliados".

Obama admitiu que os EUA tem hoje uma extraordinária capacidade de espionar a vida das pessoas dentro e fora do país. Ele disse que quem defende as liberdades civis também age patrioticamente, mas excluiu o ex-técnico subcontratado pela Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden, acusando-o de colocar soldados e cidadãos americanos em risco.

"Houve tensão entre a Rússia e os EUA desde o fim da União Soviética", comentou o presidente americano ao falar da suspensão do encontro que teria em Moscou com o presidente Vladimir Putin, cancelado porque a o governo russo deu asilo a Snowden. "Tentamos encorajá-lo a se mover para a frente em vez de olhar para trás. A Guerra Fria acabou. Não penso em boicotar a Olimpía de Inverno. Os atletas americanos estão se preparando. Quanto à discriminação de gays e lésbicas na Rússia, talvez a Olimpíada ajude a mostrar que é um erro. Suas equipes certamente serão mais fracas sem gays e lésbicas".

Voltando a discutir a espionagem, Obama insistiu em que o governo não está "abusando realmente" dos direitos e da privacidade dos cidadãos e defendeu a manutenção de alguns programa de vigilância do cidadão para combater o terrorismo.

Agora, o presidente americano está criticando a postura intransigente da oposição republicana, que ameaça paralisar a máquina pública federal dos EUA mais uma vez, negando ao presidente autorização para vender títulos públicos e assim elevar o teto da dívida.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Queda na produção industrial se agrava na Espanha

A produto interno bruto da Espanha encolheu apenas 0,1% no segundo semestre de 2013, dando esperança de que a economia do país esteja se estabilizando, mas a produção industrial teve baixa anual de 1,9% em junho depois de registrar quedas de 1,5% em maio e 1,7% em abril.

Os setores mais atingidos pela recessão industrial foram automóveis e construção civil.

Desemprego bate novo recorde na Grécia a 27,6%

O índice de desemprego aumentou ainda mais na Grécia em maio de 2013, passando de 27% para 27,6% da população em idade de trabalhar, consequência de seis anos de recessão causada pela incapacidade do país de pagar suas dívidas, informa a Autoridade Estatística Helênica.

Força da União Africana mata 24 rebeldes na Somália

Pelo menos 24 rebeldes da milícia fundamentalista muçulmana Al Chababe (Os Jovens), ligada à rede terrorista Al Caeda, foram mortos pela missão de paz da União Africana e forças locais durante ataque à cidade de Afmadow, no Sul da Somália, nesta quinta-feira.

Comércio exterior da China volta a crescer

As exportações da China cresceram 5,1% em julho de 2013 em relação a julho do ano passado, chegando a US$ 186 bilhões, depois de uma queda de 3,1% em junho que deixara os analistas preocupados com a desaceleração da segunda maior economia do mundo.

As importações avançaram mais ainda, 10,9%, para US$ 168,2 bilhões, um sinal de aumento da demanda interna considerado positivo, na medida que o governo chinês tenta reduzir a dependência do país de seu comércio exterior.

O saldo comercial ficou em US$ 17,8 bilhões.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Coreias vão reabrir complexo industrial de Kaesong

Diante da ameaça da Coreia do Sul de fechar definitivamente o complexo industrial de Kaesong, o regime comunista da Coreia do Norte concordou hoje em reabrir as fábricas de uma operação conjunta que é o maior símbolo da cooperação entre os dois países, inimigos históricos que até hoje não assinaram um acordo de paz na Guerra da Coreia, terminada há 60 anos.

O projeto funciona com empresas sul-coreanas que instalaram fábricas no Norte, onde empregam trabalhadores norte-coreanos.

Guerra civil também destrói patrimônio cultural da Síria

Além das mais de 100 mil mortes, a guerra civil iniciada em março de 2011 está destruindo o patrimônio histórico e cultural da Síria, permitindo o roubo de objetos de milhares de anos.

"Um número incontável de pessoas morre nas batalhas e sua cultura, que tem 5 mil anos e inclui alguns dos textos mais antigos da humanidade, também está se perdendo", lamenta o professor Hans Neumann, da comissão organizadora da 32ª Conferência Alemã de Estudos Orientais, que deve reunir mais de mil especialista do mundo inteiro no próximo mês na Universidade de Münster.

As perdas irreparáveis são parte da destruição de um país, uma nação em que havia uma frágil aliança entre grupos étnicos e religiosos, e sua cultura.

"Muitos sírios sofrem com a destruição e as escavações ilícitas em sítios históricos", acrescenta o pesquisador alemão. "Eles têm muito orgulho de cidades que são patrimônio cultural da humanidade, como Alepo, Damasco e Palmira. São as bases de sua identidade na História do Antigo Oriente Médio".

Mais de 90% dos jornais britânicos são lidos em papel

Uma pesquisa feita junto aos 12 diários de circulação nacional do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte indica que a leitura de jornais por meios eletrônicos ainda é muitíssimo menor do que a de exemplares impressos.

Nos últimos quatro anos, só um jornal, o esquerdista The Guardian, observou um aumento no tempo total gasto por seus leitores domésticos em papel ou via Internet. De modo geral, houve uma queda de 4% ao ano em média no tempo dedicado à leitura de jornais, apontam os dados do estudo da City University, de Londres.

Obama suspende encontro com Putin

Como se suspeitava desde que a Rússia concedeu asilo a Edward Snowden, que revelou um grande programa de espionagem dos Estados Unidos via Internet, o presidente Barack Obama cancelou o encontro de cúpula que teria com o presidente Vladimir Putin daqui a um mês em Moscou.

Obama vai à reunião de cúpula do Grupo dos 20 (19 países mais ricos do mundo mais a União Europeia) em São Petersburgo, mas desmarcou o encontro com Putin.

Em sua tentativa de restaurar o poder imperial soviético, o homem-forte da Rússia não perde a oportunidade de fustigar os EUA, fomentando uma guerrinha fria. Os dois países estão em lados opostos na guerra civil da Síria, e a percepção no Kremlin é que os EUA perderam força e prestígio com as guerras do governo George W. Bush e a crise econômico-financeira dos últimos anos.

A Rússia também rejeita o plano americano de instalar um escudo de defesa antimísseis para proteger seus aliados europeus. Moscou vê o programa militar espacial Guerra nas Estrelas, lançado em 1983 pelo então presidente Ronald Reagan, como uma tentativa de Washington de atingir uma superioridade tecnológica, embora nenhum sistema antimísseis seja capaz de neutralizar uma chuva de mísseis como os herdados pela Rússia da União Soviética.

Analistas políticos dos EUA acrescentam outras questões, como democracia e direitos humanos, citando a repressão constante às oposições, o assassinato de jornalistas e ativistas críticos da era Putin como Anna Politkovskaya, os processos políticos contra empresários não alinhados ao Kremlin e a perseguição a homossexuais.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

PIB da Itália cai mais 0,2%

No oitavo trimestre consecutivo de queda, o produto interno bruto da Itália encolheu mais 0,2% de abril a junho de 2013. Em 12 meses, a baixa foi de 2%.

Como foi uma contração menor do que a prevista pelos analistas de mercado, os economistas acreditam que a quarta maior economia da Europa esteja saindo da crise.

Em junho, a produção industrial italiana cresceu 0,3% em relação a maio.

Rebeldes jihadistas tomam base aérea na Síria

Depois de uma batalha de meses, os extremistas muçulmanos do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Síria e Líbano) assumiram ontem o controle da base aérea de Minnigh, na província de Alepo, na Síria. O assalto final foi lançada por dois terroristas suicidas estrangeiros.

Com a divisão entre as forças rebeldes que lutam há dois anos e quatro meses contra a ditadura de Bachar Assad, os jihadistas têm se mostrado os mais efetivos no campo de batalha. Isso complica a iniciativa dos Estados Unidos de armar os rebeldes, já que as armas poderiam cair nas mãos de grupos ligados à rede terrorista Al Caeda.

Explosão de gás mata 12 e deixa 15 desaparecidos em Rosário

Um vazamento de gás no térreo de um edifício causou uma violenta explosão que deixou 12 mortos e 15 desaparecidos hoje de manhã em Rosário, a terceira maior cidade da Argentina, informa o jornal Clarín. O fogo foi controlado, mas seis equipes de bombeiros trabalham na busca de possíveis soterrados.

A onda de choque se propagou por cem metros. Vários prédios foram destruídos. Pelo menos três estariam arrasados. Dez ambulâncias socorreram os feridos. A prefeita de Rosário pediu à população que evite ir ao centro da cidade.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Fundador da Amazon compra Washington Post por US$ 250 milhões

O fundador e diretor-presidente da Amazon.com, Jeff Bezos, comprou por US$ 250 milhões o jornal The Washington Post, que ficou conhecido mundialmente por revelar o Escândalo de Watergate, que levou à renúncia do presidente americano Richard Nixon, em 1974.

É a primeira megaempresa de Internet que compra um grande jornal impresso.

China pode mudar política do filho único

Depois de 35 anos, a China está prestes a mudar sua política de controle da natalidade, que só permite que cada casal tenha um filho e é muito impopular.

"A política do filho único pode ser relaxada no fim de 2013", disseram os economistas Ting Lu e Xiaojia Zhi, do Bank of America Merrill Lynch, em nota divulgada no último fim de semana. "Acreditamos que o presidente Xi Jinping e o primeiro-ministro Li Keqiang, que são reformistas, vão aproveitar a oportunidade para abolir a política do filho único, mostrar sua determinação de promover mudanças e convencer o povo chinês de que têm um roteiro para reformas".

Quando a política foi introduzida por Deng Xiaoping, décadas depois de Mao Tsé-tung adotar políticas de aumento da população, cada casal só podia ter um filho. Agentes do partido e do governo controlavam até o ciclo menstrual das trabalhadoras em empresas estatais. Quem tivesse um segundo filho perdia os subsídios governamentais. Nas zonas rurais, para evitar o infanticídio de meninas, os casais podiam ter mais de um filho.

Com o extraordinário desenvolvimento das últimas três décadas e meia, muitos casais têm hoje dinheiro suficiente para sustentar mais de um filho sem depender do Estado. Quando o filho único morre, é uma tragédia para a família.

Além disso, o filho único às vezes tem de sustentar pai, mãe e avós das duas famílias. O mercado de trabalho caminha para um gargalo e a incipiente Previdência Social pode ficar sobrecarregada.

Choques entre Exército e jihadistas matam 35 na Nigéria

Dois tiroteios diferentes entre as forças de segurança da Nigéria e extremistas do grupo extremista muçulmano Boko Haram (Não à Educação Ocidental) terminaram com 35 mortes, noticiou hoje a agência Reuters, citando como fonte o Exército do país.

Militantes do grupo jihadista atacaram ontem uma delegacia de polícia em Bama e um quartel em Malam Fatori, perto da fronteira com Camarões. Pelo menos 32 rebeldes, dois soldados e um policial morreram nos confrontos.

Irã pode fazer bomba atômica de plutônio

Até agora, as preocupações em torno do programa nuclear do Irã se concentravam no enriquecimento de urânio, que precisa chegar a teores acima de 90% para uso militar, mas hoje os Estados Unidos e a Europa temem que dentro de um ano o regime fundamentalista iraniano seja capaz de produzir plutônio para bombas atômicas.

Esta segunda via para desenvolver armas nucleares pode prejudicar as negociações com o novo presidente do Irã, Hassan Rouhani, considerado moderado, e aumentar a possibilidade de um bombardeio israelense, observa o jornal conservador The Wall Street Journal, porta-voz do centro financeiro de Nova York.

As atenções estão voltadas para um reator nuclear de água pesada em construção na cidade de Arak, no Noroeste do Irã

domingo, 4 de agosto de 2013

Chefe do Estado-Maior dos EUA discute Síria e Irã em Israel

O mais alto comandante militar dos Estados Unidos chegou na noite deste domingo a Israel para discutir as ameaças à segurança do país causadas pelo programa nuclear do Irã, a guerra civil na Síria e o golpe militar no Egito, no momento em que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu adverte que nada muda com a ascensão ao poder em Teerã de um presidente moderado, Hassan Rouhani.

Netanyahu advertiu várias vezes de que não vai esperar "até que seja tarde demais" para lançar uma ação militar contra as instalações nucleares iranianas, enquanto o presidente Barack Obama optou por dar mais chances à diplomacia: "O presidente do Irã mudou, mas a meta do regime continua sendo fabricar armas nucleares para ameaçar Israel, o Oriente Médio e a segurança internacional".

Em agosto do ano passado, o comandante-em-chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, general Martin Dempsey, alertou que um bombardeio "poderia claramente retardar, mas possivelmente não destruir o programa nuclear do Irã. Não quero ser cúmplice se Israel decidir fazer isso".

Na época, o general afirmou que "a inteligência não era conclusiva" e alertou que "o regime de sanções internacionais poderia ser desmontado se o Irã fosse atacado prematuramente", lembra o jornal conservador The Times of Israel.

EUA fecham 22 embaixadas e consulados

Depois de interceptar ligações telefônicas de líderes da rede terrorista Al Caeda preparando atentados, os Estados Unidos fecharam hoje 22 embaixadas e consulados, a maioria no Oriente Médio e no Norte da África.

Pelo menos 19 representações diplomáticas americanas vão continuar fechadas até sexta-feira, as embaixadas na Arábia Saudita, no Bahrein, em Burúndi, no Catar, em Djibúti, nos Emirados Árabes Unidos, no Egito, no Iêmen, na Jordânia, no Kuwait, na Líbia, em Madagascar, na Ilha Maurício, em Omã, em Ruanda e no Sudão; e três consulados, em Darã e Jedá, na Arábia Saudita; e em Dubai, nos EAU.

"Estamos fazendo o necessário para proteger nosso povo", declarou o deputado democrata Adam Schiff, da Comissão de Inteligência da Câmara dos Representantes dos EUA em entrevista à rede de televisão americana CNN.

A ameaça terrorista está sendo usada para justificar os gigantescos programas de espionagem de ligações telefônicas e da Internet dos EUA.

O maior risco viria da rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, baseada no Iêmen, para onde fugiram jihadistas perseguidos na Arábia Saudita, mas também haveria preocupações por causa do fim do sagrado mês do Ramadã e de fugas de presos em ataques a prisões no Iraque e no Paquistão.

sábado, 3 de agosto de 2013

Mugabe é declarado vencedor no Zimbábue

O ditador Robert Mugabe, no poder desde a independência do Zimbábue, foi reeleito para mais um mandato com 61% dos votos, anunciou hoje a Comissão Eleitoral, dominada pelo governo, sob protesto da oposição, que denuncia fraude generalizada.

Mais uma vez, toda a máquina do Estado foi mobilizada para garantir a vitória de Mugabe. Não houve muitos incidentes de violência como nas eleições anteriores, mas muitos eleitores não conseguiram votar porque foram rejeitados nas suas zonas eleitorais, entre outras irregularidades.

Presidente do Irã toma posse em meio a grave crise

O Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, homem-forte do regime, deu seu aval hoje ao novo presidente do Irã, Hassan Rouhani, que será formalmente empossado amanhã pelo Majlis (Parlamento) pedindo que sirva o povo e defenda seus interesses das potências ocidentais.

Um dos principais objetivos do novo governo é justamente melhorar as relações com os Estados Unidos para enfrentar a crise crise econômica provocada pelas sanções internacionais contra o programa nuclear iraniano, suspeito de desenvolver armas atômicas. A moeda nacional, o rial, perdeu 50% do valor nos últimos meses.

Ex-negociador nuclear, Rouhani, de 76 anos, substitui o linha-dura Mahmoud Ahmadinejad, que ameaçou várias vezes varrer Israel do mapa. Em entrevista à imprensa oficial iraniana, ele deixou claro que não tem a menor intenção de repetir essas ameaças.

Ao contrário, o novo presidente quer romper o isolamento do país para reduzir ou acabar com as "opressivas sanções" internacionais e se concentrar na recuperação da economia, observa o jornal The New York Times.

A suspensão total das sanções depende da solução da crise envolvendo o programa nuclear iraniano, que teria de parar de enriquecer urânio, como exigem várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e abrir suas instalações a inspeções de surpresa da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Já a melhoria das relações com os EUA e Israel esbarrra na demonização desses dois países pela linha-dura do regime fundamentalista do Irã.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Extremistas muçulmanos proíbem croissant em Alepo

Em meio a um forte ataque da ditadura de Bachar Assad, que está ganhando a guerra civil na Síria depois de mais de 100 mil mortes, os rebeldes fundamentalistas acabam de identificar um novo inimigo: o croissant - aquele pãozinho de massa folhada originário da França.

Um decreto do Conselho Judicial Religioso da cidade de Alepo proibiu o croissant como "símbolo da opressão colonial". De acordo com um jornal local, "a forma de lua crescente celebra a vitória dos europeus sobre os muçulmanos".

São esses caras que impedem uma ajuda efetiva das potências ocidentais aos rebeldes sírios, por temor de que um governo pós-Assad seja ainda mais radical. Os jihadistas da Frente al-Nusra, ligada à rede terrorista Al Caeda, também estão em conflito com os rebeldes curdos, que lutam para tomar parte do território sírio visando à criação de seu próprio país, o Curdistão.

A enciclopédia Larousse Gastronomique atribui o surgimento do croissant à celebração de uma derrota do Império Otomano num ataque a Budapeste em 1686, mas historiadores questionam essa data, alegando que os primeiros registros documentais sobre o pãozinho são de 1906.

ONU questiona legalização da maconha no Uruguai

Horas depois de a Câmara dos Deputados do Uruguai aprovar a legalização e estatização da maconha, que ainda precisa passar pelo Senado, as Nações Unidas advertiram o país de que pode estar violando vários acordos internacionais.

O presidente José Mujica prometeu explicar em detalhes sua nova política de drogas em setembro, quando for a Nova York para participar da reunião anual da Assembleia Geral da ONU. 

Pela nova lei, os uruguaios que se registrarem sigilosamente poderão comprar até 40 gramas de maconha por mês em farmácias. Também será permitido plantar até cinco pés de maconha para consumo próprio ou mais para clubes de usuários da droga.

A Junta Internacional de Controle de Estupefacientes fez um apelo às autoridades uruguaias para que "considerem todas as consequências possíveis" antes de tomar uma decisão capaz de trazer "graves consequências para a saúde e o bem-estar da população, e para a prevenção do uso indevido de cannabis entre os jovens".

Um dos objetivos da legalização é arrecadar impostos para financiar campanhas contra drogas mais perigosas, especialmente o crack. A descriminalização de todas as drogas em Portugal desde 2001 reduziu a violência associada ao tráfico sem que houvesse um aumento no número de usuários.

"Não se trata de um viva ao baseado", declarou Mujica. "É uma experiência de vanguarda mundial para acabar com a clandestinidade, identificar e ter um mercado à luz do dia."

EUA criaram 162 mil empregos em junho de 2013

A economia dos Estados Unidos gerou 162 mil empregos a mais que fechou, mas ficou abaixo da média das expectativas dos analistas de mercado, que era de um saldo de 184 mil vagas.

O índice de desemprego caiu de 7,5% para 7,4%.

Esses números indicam que a maior economia do mundo apresenta no momento um crescimento estável, mas não espetacular. O total de empregos ainda está 2 milhões abaixo do nível anterior à Grande Recessão de 1929-39.

Assim, a Reserva Federal, o banco central dos EUA, deve manter seu programa de compra de títulos para colocar mais US$ 85 bilhões por mês em circulação. A expectativa de fim desse estímulo está valorizando o dólar no mundo inteiro, mas o presidente do Fed, Ben Bernanke, prometeu mantê-lo até a a taxa de desemprego cair para 6,5%.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Supremo Tribunal confirma prisão para Berlusconi

O supremo tribunal de justiça da Itália confirmou hoje a condenação do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi a quatro anos de prisão e cinco anos de interdição para exercer funções públicas no processo sobre sonegação de impostos na compra de direitos de transmissão de eventos esportivos por sua rede de televisão Mediaset.

A primeira condenação foi anunciada em outubro de 2012. O ex-primeiro-ministro recorreu. Agora, a sentença é definitiva.

Aos 76 anos, Berlusconi deve escapar da prisão por causa de sua idade, mas a decisão é mais um golpe contra seu partido direitista. A frágil coalizão de governo liderada pelo primeiro-ministro Enrico Letta pode ser a primeira vítima.

Tarado de Ohio pega prisão perpétua mais mil anos

O tarado que sequestrou três mulheres e as manteve como escravas sexuais durante anos em sua casa em Cleveland, no estado de Ohio, nos Estados Unidos, acaba de ser condenado à prisão perpétua mais mil anos, sem direito a liberdade condicional por sequestro, estupro e assassinato.

Diante da gravidade e da duração dos 937 crimes, o juiz decidiu sentenciar Ariel Castro, de 53 anos, à pena máxima. Ainda está explicando em detalhes sua decisão. As penas já passam de mil anos.

Antes, uma das vítimas, Michele Knight, afirmou: "Vivi 11 anos no inferno. O seu está apenas começando".

Ele alegou: "Não sou um monstro. Sou doente". Não convenceu. Deverá pagar os custos do processo, calculados em US$ 100 mil (R$ 230 mil). Não poderá enviar cartas e dar telefonemas nem através de terceiros. Também não poderá ter qualquer contato com a filha gerada por uma das escravas.

"Sr. Castro, levante-se, por favor. Certamente não há lugar nesta cidade, neste estado, neste país e neste mundo para quem escraviza outras pessoas", concluiu o juiz. Às vítimas, ele disse que hoje elas começam uma nova vida e lhes desejou sucesso.

Snowden deixa aeroporto de Moscou

O ex-técnico subcontratado pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos Edward Snowden, procurado por ter revelado a existência de um grande programa de espionagem via Internet chamado Prisma, deixou o aeroporto Cheremetievo, em Moscou, onde estava desde 23 de junho, informou o jornal The Washington Post, citando como fonte seu advogado russo, Anatoli Kucherena.

Snowden recebeu "asilo temporário" da Rússia pelo período de um ano e estaria "em local seguro em território russo, acrescentou o advogado.

Sob pressão do governo americano, quase 20 países, inclusive o Brasil, rejeitaram os pedidos de asilo. Ele recebeu ofertas da Bolívia, da Nicarágua e da Venezuela. Preferiu ficar na Rússia por enquanto para reavaliar suas opções.

A condenação do ex-soldado americano Bradley Manning por ter passado mais de 700 mil documentos sigilosos dos EUA ao sítio de Internet WikiLeaks complica a situação de Snowden, que alega ter denunciado a megaespionagem por não querer viver num mundo em que o Estado invade a privacidade de cidadãos inocentes.

Nos EUA, cerca de um terço da população o considera um herói e não quer que ele seja processado, enquanto um quarto o vê como um traidor da pátria. A Casa Branca declarou estar "extremamente desapontada" com o governo russo e comentou que a decisão mina a cooperação entre os EUA e a Rússia no combate ao crime.

O programa de megaespionagem Prisma rouba dados dos servidores das grandes empresas americanas de Internet, como Apple, Facebook, Google, Microsoft, PayPal, Skype e Yahoo, em busca de informações de interesse dos serviços secretos americanos.