quarta-feira, 3 de julho de 2013

Forças de segurança do Egito invadem Al Jazira

Horas depois da queda do presidente Mohamed Mursi num golpe militar, quatro emissoras de televisão foram retiradas do ar no Egito, a da Irmandade Muçulmana e três de grupos radicais salafistas. Há pouco, as forças de segurança invadiram o escritório no Cairo da TV Al Jazira, a rede árabe de notícias com sede no Catar, prendendo funcionários e convidados que discutiam a situação do país.

Al Jazira foi proibida de transmitir ao vivo uma manifestação da Irmandade Muçulmana em apoio ao presidente deposto, que está em prisão domiciliar. Mais tarde, cinco jornalistas foram presos na sede da emissora na capital egípcia; quatro foram libertados.

O porta-voz da Frende Salvação Nacional, uma aliança oposicionista, Khaled Dawoud, não condenou o fechamento das TVs: "Infelizmente, estas são circunstâncias excepcionais. Não acredito que fechar jornais ou TVs seja uma boa medida... mas estamos num momento crítico e a situação é perigosa", alegou.

"Estamos preocupados por causa de relatos de que as autoridades estão fechando canais de televisão por sua perspectiva política", declarou Sherif Mansour, do Comitê de Proteção a Jornalistas, com sede em Nova York.

O presidente do Supremo Tribunal, que será presidente interino durante a transição, é o juiz Adli Mansour, que deve tomar posse amanhã. Ele tem 67 anos e três filhos. Estudou na Escola Nacional de Administração da França, em Paris, por onde passam os principais líderes franceses.

Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama declarou que cabe ao povo do Egito decidir o futuro do país. Evitou falar com golpe. Pela legislação americana, se o governo reconhecer que houve golpe não poderá mais dar ajuda oficial ao país.

Ao lado da Arábia Saudita, o Egito é o principal aliado dos EUA no mundo árabe. Como maior país árabe em população, é um líder e uma inspiração, além de ter assinado um acordo de paz com Israel considerado chave pelos EUA para a estabilidade do Oriente Médio.

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