terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Irã nega que Argentina vá interrogar ministro da Defesa

O Irã negou nesta terça-feira que seu ministro da Defesa, Ahmad Vahidi, vá ser interrogado em Teerã por representantes da Justiça da Argentina, como declarou o ministro da Defesa argentino, Héctor Timerman, ao anunciar em 30 de janeiro um acordo sobre uma investigação conjunta a respeito de um atentado terrorista contra uma associação cultural judaica em Buenos Aires.

No pior atentado terrorista da História do país, 85 pessoas foram mortas e outras 300 feridas no ataque contra Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) em 18 de julho de 1994.

Dois anos antes, em 17 de março de 1992, outra ação terrorista contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires tinha matado 29 pessoas e ferido outras 242. A milícia Jihad Islâmica, ligada ao Hesbolá, reivindicou a autoria do atentado.

Todos os suspeitos locais do ataque de 1994 foram declados inocentes em 2004. Em outubro de 2006, dos promotores de justiça argentinos denunciaram o Irã de ser o mandante do atentado e a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbola (Partido de Deus) como executora. Vahidi foi acusado de ser um dos responsáveis.

A Argentina pediu então ao Irã a extradição de oito cidadãos iranianos, inclusive do atual ministro da Defesa e do ex-presidente Ali Akbar Hachemi Rafsanjani, criando um impasse diplomático entre os dois países. O Irã sempre negou qualquer responsabilidade pelo atentado.

Nos últimos anos, com a aproximação entre o casal Kirchner e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, as relações entre a Argentina e o Irã viraram uma barreira. Chávez se aproximou da república islâmica porque ela exporta petróleo e é inimiga dos Estados Unidos. O governo Cristina Kirchner depende cada vez mais da Venezuela, um dos poucos compradores dos títulos da dívida argentina.

Em 27 de janeiro de 2013, Cristina anunciou um acordo. Uma comissão formada por cinco juristas de prestígio internacional: "Pela primeira vez, autoridades judiciais argentinas poderão interrogar pessoas para quem a Interpol emitiu notificações vermelhas".

Apesar do acordo, muito criticado pela comunidade judaica argentina, a maior da América Latina, o Irã afirma que não tem nada a ver com isso.

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