terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Números de 2013 do FT indicam queda do Brasil

Com crescimento pífio, inflação alta e destruição irracional de recursos naturais, 2013 foi um ano ruim para a economia brasileira, o que confirmam os Números do Ano escolhidos pela redação do Financial Times, principal diário econômico-financeiro da Europa.

Entre os destaques negativos do ano, as perdas de US$ 30 bilhões das empresas de Eike Batista e de US$ 200 bilhões no valor de mercado da Petrobrás desde 2009, e o aumento de 28% no desmatamento da Amazônia, reflexo da aprovação do novo Código (anti)Florestal.

As ações do Twitter estrearam na bolsa de valores com alta de 70%, tornando mais 1,6 mil investidores em milionários. A Apple está montada em 10% do total de dinheiro que as empresas americanas guardam em seus cofres.

Para comprar 150 Boeings 777, a maior ordem já feita à empresa, a companhia aérea Emirates Airlines vai pagar US$ 55,6 bilhões.

O preço médio dos dez melhores curso de mestrado de tempo integral em administração de empresas (MBAs) subiu para US$ 107 mil.

Letônia entra na Eurozona com dinheiro russo suspeito

Em 1º de janeiro de 2014, a ex-república soviética da Letônia será o 18º país a adotar o euro, a moeda comum da União Europeia, abalada pela crise das dívidas públicas de países da periferia. Leva consigo para a Zona do Euro um sistema financeiro inchado por depósitos suspeitos, especialmente de russos.

Nove meses depois de resgatar a pequena ilha de Chipre, também considerada um centro de lavagem de dinheiro sujo das máfias da Rússia e da antiga União Soviética, a Eurozona enfrenta a possibilidade de entrada de um fluxo ainda maior de recursos de origem suspeita.

"Assim que a Letônia aderir ao euro, deve haver um forte aumento no influxo de dinheiro suspeito", adverte o professor Mark Galeotti, da Universidade de Nova York, um pesquisador especializado no crime organizado na ex-URSS. "A Letônia tem um ambiente político altamente permissivo e montou uma grande infraestrutura para gerenciar os fundos que vêm do Leste."

A Letônia tem um total de 20 bancos, uma média extremamente alta de um banco para cada 100 mil habitantes. Destes, 13 vivem sobretudo de dinheiro vindo do exterior na tentativa das autoridades econômicas da era pós-soviética de criar uma alternativa a centro financeiros como Zurique e Londres. Em vez de emprestar dinheiro, são "bancos de investimentos".

Depois de uma pequena queda nos depósitos de 2008-10 por causa da crise, o volume de depósitos cresceu rapidamente nos últimos dois anos, revela a agência de notícias americana Associated Press.

Presidente e rebelde do Sudão do Sul negociam a paz

O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, e o ex-vice-presidente e líder rebelde Riek Machar, concordaram em iniciar negociações de paz através de representantes, em Adis Abeba, a capital da vizinha Etiópia, para acabar com uma guerra civil que matou mais de mil pessoas nas últimas duas semanas.

Há expectativa de acerto de um cessar-fogo imediato para evitar uma tragédia ainda maior no país mais novo do mundo.

70 jornalistas morreram exercendo profissão em 2013

Pelo menos 70 jornalistas foram mortos em serviço em 2013, dos quais 29 na Síria e 10 no Iraque, anunciou ontem o Comitê de Proteção a Jornalistas, uma organização não governamental com sede em Nova York.

Os mortos na Síria são repórteres que documentaram os combates em suas comunidades, jornalistas de rádios e televisões controladas pelo governo ou pelos rebeldes, e alguns correspondentes internacionais como Mohamed al-Messama, assassinado por um franco atirador. Além dos mortos, pelo menos 60 jornalistas foram sequestrados na Síria; 30 ainda estão desaparecidos.

No Egito, seis jornalistas foram mortos, a metade em 14 de agosto, quando as forças de segurança abriram fogo contra manifestantes da Irmandade Muçulmana que protestavam contra o golpe que derrubou o presidente Mohamed Mursi em 3 de julho.

"O Oriente Médio transformou-se numa zona de morte para jornalistas", declarou o presidente do comitê, Robert Mahoney, citado pela agência de notícias Associated Press. "A sociedade internacional precisa obrigar governos e grupos rebeldes a reonhecer o status civil dos jornalistas e perseguir seus assassinos".

Outros fatores responsáveis pela morte de repórteres foram corrupção, violência policial e tráfico de drogas, em países como Bangladesh, Brasil, Colômbia, Filipinas, Índia, Paquistão e Rússia. Pela primeira vez em uma década, não houve denúncia de assassinato de jornalistas no México.

Total de mortos na guerra civil síria chega a 130 mil

Mais de 130 mil pessoas foram mortas na guerra civil iniciada em 15 de março de 2011 na Síria, estimou hoje o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres, informa a televisão pública britânica BBC.

Governo frustra golpe na República Democrática do Congo

As forças de segurança da República Democrática do Congo derrotaram ontem uma tentativa de golpe de um pequeno grupo rebelde liderado por Paul Joseph Mukungubila, que obteve 0,35% dos votos na eleição presidencial de 2006. O golpe fracassou por falta de apoio popular e pelo apoio ao presidente Joseph Kabila dentro das Forças Armadas.

Os primeiros tiros foram disparados às 9h em Kinshasa. Homens armados ocuparam a Rádio e a Televisão Nacional do Congo para divulgar um comunicando anunciando a tomada do poder, enquanto outros rebeldes atacavam o aeroporto internacional N'Djili e o Campo Tchatchi, uma das duas grandes bases militares da capital.

Ao ocupar a RTV, cerca de 30 golpistas tomaram reféns e declararam que "Gideon Mukungubila veio libertar vocês da escravidão de Ruanda", numa referência ao apoio de Ruanda à revolução que depôs o ditador Joseph Mobutu e levou Laurent Kabila, pai do atual presidente, ao poder em 1997.

Mas os militares legalistas cortaram o sinal da transmissão antes que eles pudessem concluir a mensagem. Outros 40, de um total de cerca de 70 rebeldes, se dividiram em dois grupos de 20 para atacar o aeroporto e o quartel.

O Exército do Congo anunciou ter matado 40 rebeldes.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Atentado contra trólebus mata mais 14 em Volgogrado

O segundo atentado terrorista suicida em dois dias contra a cidade de Volgogrado, no Sul da Rússia, matou pelo menos 14 pessoas hoje elevando o total de mortos para 31. Aumenta a ameaça dos extremistas muçulmanos de sabotar a Olimpíada de Inverno de Sóchi, que começa em 7 de fevereiro de 2014, observa a televisão americana CNN.

As autoridades russas disseram que as duas bombas eram da mesma natureza. Ontem, o alvo foi a estação ferroviária da cidade, antes conhecida como Stalingrado, cenário da batalha mais importante da Segunda Guerra Mundial. O presidente Vladimir Putin prometeu um combate implacável aos jihadistas.

Putin foi nomeado primeiro-ministro da Rússia pelo então presidente Boris Yeltsin, em 1999. Seu primeiro desafio foi a rebelião no Norte do Cáucaso, principalmente na república da Chechênia, que derrotara o Exército da Rússia na Primeira Guerra da Chechênia (1994-96) e foi esmagada na Segunda Guerra da Chechênia (1999-2000), que continua desde então com ações de menor intensidade, especialmente terroristas.

Em consequência deste conflito, houve violentas ações terroristas contra o Teatro Dubrovk, em Moscou, de 23 a 26 de outubro de 2002, com pelo menos 170 mortes; uma escola primária em Beslã, na Ossétia do Norte, em 2004, de 1º a 3 de setembro de 2004, com 334 mortes; e contra duas estações do metrô de Moscou, em 29 de março de 2010, com 40 mortos.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Arábia Saudita dá ajuda militar de US$ 3 bi ao Líbano

Diante da desestabilização do Líbano pela guerra civil na Síria, a Arábia Saudita vai dar uma ajuda militar de US$ 3 bilhões ao país, anunciou hoje o presidente libanês, Michel Suleiman.

As monarquias ricas em petróleo do Golfo Pérsico, que são sunitas, temem o fortalecimento da milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), que luta ao lado da ditadura de Bachar Assad na Síria com a ajuda do Irã.

No fundo, há uma disputa pelo poder regional entre a Arábia Saudita e o Irã, entre sunitas e xiitas. Com o desinteresse dos Estados Unidos de intervir militarmente na Síria e sua reaproximação com o Irã, a monarquia saudita passou em 2013 a adotar uma política externa mais independente de Washington.

Mulher-bomba mata 16 em atentado no Sul da Rússia

A 42 dias da abertura da Olimpíada de Inverno em Sóchi, uma terrorista suicida explodiu os explosivos que trazia junto ao corpo na estação central de trens de Volgogrado, a antiga Stalingrado, no Sul da Rússia, matando pelo menos 16 pessoas e ferindo gravamente outras 40.

O líder jihadista Doku Umarov ameaçou atacar os Jogos de Inverno deste ano, alegando que serão realizados em territórios muçulmanos conquistados durante a expansão do Império Russo, no século 19. É a guerra civil no Norte do Cáucaso, resultado de dois séculos de conflito na região.

Com custo de US$ 50 bilhões, os Jogos de Sóchi já são os mais caros da história, marcados por escândalos de corrupção envolvendo o presidente e homem-forte da Rússia, Vladimir Putin. Sóchi fica a cerca de 700 km de Volgogrado.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Bombardeio a feira livre mata 21 em Alepo

Pelo menos 21 pessoas morreram hoje num bombardeio aéreo da ditadura de Bachar Assad contra uma feira livre no bairro de Tarik al-Bab, dominado pelos rebeldes na cidade de Alepo, no Norte da Síria.

O ataque foi realizado às 10 horas da manhã, quando a feira estava cheia de gente.

Na véspera do Natal, um bombardeio aérea matara 15 pessoas em Alepo, a segunda cidade mais importante da Síria, devastada há dois anos e nove meio por uma guerra civil em que mais de 100 mil pessoas foram mortas.

Diante da omissão da sociedade internacional, que reluta em apoiar militarmente uma rebelião onde a luta contra Assad é liderada cada vez mais por extremistas muçulmanos, o ditador tenta esmagar a população civil das áreas dominadas pelos rebeldes.

Egito mata cinco e prende 265 irmãos muçulmanos

Pelo menos cinco membros da Irmandade Muçulmana, o maior movimento político do Egito, que foi declarado terrorista pelo governo, foram mortos em confrontos com as forças de segurança do país e 265 foram presos. Três policiais morreram, inclusive um chefe de polícia.

A Irmandade Muçulmana é um movimento fundamentalista muçulmano fundado pelo egípcio Hassan al-Bana em 1928 para reislamizar os muçulmanos depois de mais de um século de colonialismo ocidental. Não liderou as manifestações de massa que derrubaram o ditador Hosni Mubarak (1981-2011), mas foi a maior beneficiária.

Como única organização oposicionista organizada, a Irmandade e seu partido político conquistaram a maioria dos votos nas eleições parlamentares pós-revolução e elegeram Mohamed Mursi como primeiro presidente escolhido democraticamente da História do Egito.

Depois de um ano de governo autoritário, Mursi foi derrubado por um golpe militar em 3 de julho de 2013. Desde então, há um clima de permanente tensão entre o regime militar e os irmãos muçulmanos, que se consideram os representantes legítimos do povo egípcio.

Ao deslegitimar a Irmandade Muçulmana como um grupo terrorista, o governo militar sabe que não tem como suprimir uma corrente de opinião tão forte no país.

O problema é que os militares, que mandam no Egito desde que a Revolução dos Coronéis depôs o rei Faruk, em 1952, e levou Gamal Abdel Nasser ao poder, têm interesses políticos e econômicos. Marcam posição para defender os seus feudos.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Carro-bomba mata ex-ministro no Líbano

A explosão de um carro-bomba perto de um hotel de luxo numa zona de comércio forte de Beirute matou hoje Mohamed Chatah, ex-ministro das Finanças do Líbano, ex-assessor do ex-primeiro-ministro Saad Hariri e crítico feroz da milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus) e do ditador sírio, Bachar Assad.

Outras cinco pessoas morreram na hora e 15 saíram gravemente feridas.

É mais um passo para a desestabilização do Líbano pela guerra civil na vizinha Síria. O Hesbolá negou responsabilidade pelo atentado, mas é o maior suspeito.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

China anuncia crescimento de 7,6% em 2013

A economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 7,6% em 2013, previu hoje o presidente da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, Xu Shaoshi, um pouco menos do que os 7,7% de 2012 e um pouco acima da previsão oficial de 7,5%. Mas muitos economistas desconfiam as estatísticas do regime comunista chinês, que não tem grande compromisso com a verdade.

"Não podemos negar que houve pressões contra o crescimento econômico", admitiu Xu, citando a crise internacional e a queda na demanda pelas exportações chinesas. O resultado final indica uma desaceleração no último trimestre de 2013, depois de taxas anuais de 7,7% no primeiro trimestre, 7,5% no segundo e 7,8% no terceiro.

Primeiro-ministro do Japão homenageia criminosos de guerra

Sob protestos da China e da Coreia do Norte, o primeiro-ministro Shinzo Abe visitou hoje o santuário xintoísta de Yasukuni, no centro de Tóquio, onde estão enterrados os criminosos de guerra do Japão na Segunda Guerra Mundial.

Abe é um nacionalista interessado em restaurar o poderio econômico e militar do Japão para fazer frente ao extraordinário crescimento chinês. Sempre que um primeiro-ministro japonês visita o santuário, alega fazê-lo para homenagear os militares japoneses mortos em guerras. Entre eles, estão os condenados pelo Tribunal de Crimes de Guerra de Tóquio.

Encomendas à indústria sobem 3,5% nos EUA

Num sinal de consolidação da recuperação da economia dos Estados Unidos depois da Grande Recessão de 2008-9, as encomendas de bens duráveis à indústria avançaram 3,5% em novembro, superando amplamente a expectativa média dos economistas, que era de 2%.

As ordens de bens de capital de fora do setor de defesa subiram 4,5%, na maior alta desde janeiro. Esse aumento indica um

Em outra pesquisa, o Departamento do Comércio revisou para queda de 2,4% as vendas de casas novas em novembro, projetando um total anual de 464 mil unidades residenciais, mas o número de outubro foi revisto para cima, projetando vendas anuais de 474 mil casas, o ritmo mais forte desde julho de 2008, antes do agravamento da crise.

Esquerda sem rumo

A esquerda latino-americana não discute. Tem certezas. Tem a História na mão? Não, desde a queda do Muro de Berlim e do colapso do comunismo. É uma realidade que a esquerda latino-americana, que apoia Fidel, Chávez e outros caudilhos que a esquerda europeia rejeita, insiste em ignorar.

Enquanto direita e esquerda forem democráticas, tudo bem, mas o socialismo democrático é a social-democracia. O PT e o lulismo são social-democratas, mas o MST não é. Como vivi sob uma ditadura e prezo minha liberdade, não gostaria de viver sob um governo do MST, nem do camarada Kim Jong Un ou dos irmãos Castro. 

Como sou contra a tirania, posso me identificar com a blogueira cubana Yoani Sánchez, com os intelectuais e artistas dissidentes chineses, com os sindicalistas que vaiaram o enterro de Lady Thatcher, com os líbios que se livraram de Kadafi com a ajuda da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), com os sírios não fundamentalistas que tentam se livrar de Assad, com os egípcios na Praça da Libertação, com as vítimas da ditadura argentina que denunciaram a omissão do novo papa na época e de todas as ditaduras latino-americanas. Na Guatemala, estão julgando o general Efraín Ríos Montt, ditador de plantão quando passei lá, em 1982, mas o Brasil esquece deliberadamente o guarda de banco que o Lamarca matou. Também foi vítima, também merecia reparação e reconhecimento, a família merecia indenização, mas a Comissão é da Meia-Verdade.  

Estou do lado da liberdade individual, da maioria desarmada que não quer se submeter ao poder arbitrário do Estado seja em nome de que ideologia for.

Como o mundo não é preto e branco, só quem é extremista pode ter certezas. Qualquer ideia política que se considere progressista tem de promover a emancipação humana. Para isso, é preciso que as pessoas tenham suas necessidades básicas atendidas e uma educação de qualidade para poder pensar com a própria cabeça e não a do partido.

O marxismo-leninismo se tornou uma doutrina reacionária e autoritária com origem no autoritarismo alemão que pretende falar em nome do povo sem ter delegação para isso. É usada para justificar os mais variados abusos dos direitos humanos e arbitrariedades, corrupção, tortura...

Desde 1989, desde a queda do Muro, as revoluções são feitas para lutar pela liberdade. As pessoas vão para o meio da praça lutar pela liberdade e não gritar slogans socialistas e marxistas, pedir a estatização dos meios de produção, a não ser na América Latina, o continente do atraso, onde as esquerdas são teleguiadas pelo Estado.

Neste sentido, reacionário é quem luta contra as revoluções liberais que fazem parte das últimas ondas de democratização iniciadas pelo fim da Guerra Fria e a queda do Muro de Berlim.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Rússia liberta roqueiras da banda Pussy Riot

Duas roqueiras da banda Pussy Riot condenadas a dois anos de prisão por protestar contra o presidente Vladimir Putin e profanar a Catedral do Cristo Salvador, em Moscou, foram soltas hoje por causa de uma anistia concedida pelo homem-forte da Rússia, mas desafiaram a decisão.

"Se pudesse rejeitar essa anistia, teria rejeitadado", declarou Maria Alekhina, de 25 anos, descrevendo a anistia como uma "vergonha": "Não acredito que seja um gesto humanitário, mas, sim, um golpe de relações públicas".

Ao sair da prisão em Krasnoyarsk, na Sibéria, sob uma temperatura de 25 graus negativos, Nadja Tolokonnikova, repetiu o mantra da oposição: "Rússia sem Putin".

domingo, 22 de dezembro de 2013

Rebeldes tomam capital de estado no Sudão do Sul

O país mais novo do mundo, independente desde 9 de julho de 2011, está à beira de uma guerra civil potencialmente devastadora. As forças rebeldes leais ao vice-presidente Riek Machar tomaram Bentiu, capital do estado petroleirode Unidade. O conflito com as tropas do presidente Salva Kiir Mayardit tem origens tribais.

A missão das Nações Unidas no Sudão do Sul mandou todos os funcionários não essenciais neste momento saírem do Sudão do Sul, enquanto enviados especiais dos Estados Unidos e da Nigéria tentam evitar um agravamento do conflito em que mais de 500 pessoas foram mortas.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Mais da metade dos brasileiros não tem coleta de esgotos

Cerca de 52% da população brasileira vivem em lares sem ligação com a rede de esgotos, 38% dos esgotos coletados não são tratados e 8 milhões ainda defecam ao ar livre, "uma afronta à dignidade humana", na visão da relatora especial das Nações Unidas para o direito a água e saneamento básico, Catarina de Albuquerque.

"Esta situação leva muito a viverem com seus próprios dejetos na porta de casa", lamentou a relatora da ONU no final de uma visita em que esteve em Brasília, no Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Belém de 9 a 19 de dezembro de 2013.

Mesmo reconhecendo os avanços dos últimos anos, Catarina terminou a viagem "com um sentimento doce e amargo. Doce devido aos progressos realizados. Amargo porque tenho presentes as vozes e caras dos vários brasileiros que conheci e com quem falei para os quais o direito humano a água e sanemaneot ainda constitui uma realidade distante".

Os maiores problemas estão nas favelas e nas zonas rurais.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

EUA crescem em ritmo de 4,1% ao ano

A terceira e última revisão do produto interno bruto dos Estados Unidos indicou um crescimento de 4,1% ao ano no terceiro trimestre de 2013, superando os 3,6% do cálculo anterior. Foi a maior taxa em dois anos e a segunda maior desde que o país saiu da recessão, em 2009.

Os novos dados indicam um fortalecimento do consumo pessoal, que representa mais de dois terços do PIB americano.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

EUA reduzem gradualmente compra de títulos

A partir de janeiro de 2014, a Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, vai reduzir sua compra mensal de títulos de US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões, anunciou ontem seu presidente Ben Bernanke. A medida era esperada pelo mercado havia meses.

O programa de "alívio quantitativo" foi lançado para injetar mais dinheiro na economia depois que a taxa básica de juros foi rebaixada a praticamente zero para combater a crise financeiro de 2008-9. Bernanke acrescentou que os juros continuarão neste patamar até que a taxa de desemprego caia para 6,5% ao ano ou a inflação passe da meta informal perseguida pelo Fed, de 2% ao ano.

No mundo inteiro, a moeda americana se valoriza. As bolsas de valores da Ásia, o polo mais dinâmico da economia mundial, operam em alta porque os EUA são um dos maiores mercados para seus produtos industriais, ao lado da Europa e cada vez mais da China.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

EUA ainda mantêm 158 presos em Guantânamo

Com a repatriação na segunda-feira de dois sauditas presos sem julgamento há um ano e de dois sudaneses prevista para hoje, o número de presos na base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba, caiu para 158.

O fechamento do centro de detenção ilegal de Guantânamo, criado em 2002 pelo governo George W. Bush para negar aos suspeitos de terrorismo os direitos garantidos pela Convenção de Genebra sobre Prisioneiros de Guerra, foi uma promessa da primeira campanha presidencial de Barack Obama.

No primeiro dia de seu governo, Obama baixou um decreto para iniciar procedimentos visando levar os detidos para julgamento nos EUA ou seus países de origem e acabar. Mas, no único caso semelhante julgado por um tribunal civil americano, o juiz rejeitou 384 provas obtidas ilegalmente sob coação e tortura.

Sob pressão dos republicanos, temendo a absolvição de terroristas perigosos, Obama manteve o centro de detenção. Pode desidratá-lo pouco a pouco, mas não há sinais de um plano para fechá-lo definitivamente.

Rússia faz concessões para fechar acordo com a Ucrânia

Depois de rejeitar um acordo de associação proposto pela União Europeia, o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovitch, se encontrou ontem com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para fechar um acordo em que Moscou deu um desconto de 33% no preço do gás natural e prometeu comprar US$ 15 bilhões da dívida pública ucraniana.

Yanukovitch é o mesmo homem de Moscou que seria beneficiário de uma fraude eleitoral impedida pela Revolução Laranja em 2004. Os desentendimentos dentro da coligação laranja o levaram ao poder. Ele tratou de encarcerar a ex-primeira-ministra Yulia Timochenko e a fazer o jogo do Kremlin.

O acordo com a UE não restringiria as relações econômicas entre Rússia e Ucrânia, mas os russos não têm como concorrer com o Ocidente. Por isso, Putin tenta impor um acordo para criar seu próprio bloco comercial, enquanto as multidões nas ruas de Kiev querem fazer parte da Europa e não de um arremedo da extinta União Soviética.

Putin segue em frente com seu projeto de restaurar pelo menos parte do poder imperial da URSS. O sonho deste ex-diretor do serviço secreto pós-KGB que se tornou homem-forte da Rússia é submeter o que os russos chamam de "exterior próximo", as antigas repúblicas que formavam a URSS, o império interior soviético. A Ucrânia era a mais importante, depois da Rússia.

O marco do início da história russa é a adoção do cristianismo como religião oficial pelo príncipe Vladimir, de Kiev, em 988. A Rússia Kievana foi o primeiro estado russo e Kiev hoje é a capital da Ucrânia. Assim, para o nacionalismo russo, a Ucrânia é parte da Rússia.

A união foi formalizada em 1654. Quando a URSS se formou, em 1922, foram criadas repúblicas que em tese teriam o direito de se separar, mas sob o império comunista isso nunca saiu do papel.

Em 1954, para festejar os 300 anos de união, o ucraniano Nikita Kruschev, secretário-geral do Partido Comunista da URSS, entregou a região da Crimeia, onde os russos são maioria de 70%, de presente à Ucrânia, mais uma vez com a certeza de que as repúblicas soviéticas eslavas jamais se separariam.

Quando Rússia, Ucrânia e Bielorrússia decidiram criar a Comunidade de Estados Independentes, no Tratado de Minsk, de 1991, acabaram com a URSS. Putin lamenta o que considera a "maior catástrofe geopolítica do século 20". Gostaria de ser um ditador soviético.

Na separação amigável, o grande problema era a Frota do Mar Negro, uma das principais da URSS, baseada em Sebastopol, na Crimeia, desde o século 18. Depois de prometer não prorrogar o arrendamento da base além de 2017, Yanikovitch aceitou estendê-lo até 2042, com a opção ir até 2047.

Putin vive seu momento de glória. Foi considerado o homem mais poderoso do mundo pela revista Forbes, mas nada pode estar mais distante da realidade. Ele ganhou pontos quando a Rússia se propôs a mediar um acordo para eliminar as armas químicas da Síria, evitando um bombardeio punitivo dos Estados Unidos. Mas também pode, sem querer, ter jogado uma corda de salvação para Obama, que corria o risco de não receber autorização do Congresso para usar a força.

A maioria dos comentaristas internacionais repudia as intervenções militares dos EUA, mas considera fraqueza ameaçar e não atacar. No clássico da estratégia A Arte da Guerra, Sun Tzu afirma que a maior vitória é ganhar a guerra sem disparar um tiro.

Se o objetivo de Obama era eliminar o arsenal químico sírio, mesmo que seja incompleto, se Assad não usar mais armas químicas, foi parcialmente atingido. Ao não bombardear a Síria, os EUA evitaram se envolver diretamente num conflito em que confiam cada vez menos nos rebeldes armados, onde jihadistas ligados à rede terrorista Al Caeda têm um papel cada vez mais preponderante no campo de batalha.

Há pouco mais de um ano, a queda de Assad parecia certa. O aliado de Putin foi salvo. A Rússia voltou a ter alguma influência no Oriente Médio, o que não acontecia desde que Anuar Sadat abancou a URSS e aliou o Egito aos EUA, em 1977, para fazer a paz com Israel e recuperar a Península do Sinai, ocupada na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Mas talvez interesse aos EUA e especialmente a seu aliado Israel a continuação da guerra civil na Síria. Enquanto Assad e extremistas muçulmanos estiverem se matando, a exemplo do que aconteceu na Guerra Irã-Iraque (1980-88), Israel estará mais tranquilo do que com jihadistas ou um Assad vitorioso do outro lado do Mar da Galileia.

O bombardeio a Assad também atrapalharia um objetivo estratégico dos EUA, impedir que o Irã faça a bomba atômica. A Síria é a maior aliada do Irã no mundo árabe. Uma reaproximação EUA-Irã alivia a pressão sobre Assad, para revolta da Arábia Saudita, que pela primeira vez discorda abertamente da política americana para o Oriente Médio por causa da Síria e do Irã.

Enquanto prende ativistas do Greenpeace contrários à exploração de petróleo no Oceano Ártico, persegue gays, ativistas dos direitos humanos, quaisquer oposicionistas e jornalistas, promove a olimpíada mais corrupta da história e fecha a mais antiga agência de notícias do país, substituindo-a por uma agência de propaganda, que influência tem Putin sobre o resto do mundo? Escassa. Pode ameaçar a Ucrânia, que depende do gás russo. Todo inverno ele arruma uma desculpa para fechar o gasoduto.

De resto, o poder da Rússia pode se expandir exponencialmente se o país modernizar sua economia e explorar os recursos naturais sem paralelo de seu vasto território. Mas disso Putin não entende. Prefere sonhar com o renascimento de um stalinismo puro, sem ideologia.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Rochas da Antártida podem conter diamantes

Cientistas australianos descobriram rochas na Antártida do tipo que costuma ter diamantes. A exploração mineral do continente gelado está protegida por tratados internacionais e os desafios para perfurar grossas camadas de gelo para extrair as pedras preciosas seria um gigantesco desafio.

O Tratado Antártico proíbe a mineração até 2048 e presume que será estendida indefinidamente.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Violência política mata mais 16 pessoas em Xinjiang

Mais 16 pessoas foram mortas na província de Xinjiang, no Noroeste da China, onde os muçulmanos uigures lutam contra as política de assimilação cultural da "sinificação", informou o governo regional.

A província é base do Movimento pela Libertação do Turquestão Oriental, o nome muçulmano da região. O atentado terrorista recente na Praça da Paz Celestial, em Beijim, foi atribuído a militantes uigures.

Papa não se preocupa com acusação de marxismo

Desde que atacou o sistema capitalista, o papa Francisco foi acusado de ser marxista e de ter ressuscitado a Teologia da Libertação, que misturava as ideias de Karl Marx, o pai do comunismo, com a doutrina social da Igreja Católica. Mas não está preocupado.

Em entrevista ao jornal La Stampa, de Turim, Francisco declarou que "a ideologia marxista está errada", mas "conheço muitos marxistas que são gente boa e por isso não me sinto ofendido".

domingo, 15 de dezembro de 2013

Bachelet é eleita presidente do Chile pela segunda vez

Com 62% dos votos válidos depois de apuradas 90% das urnas, a ex-presidente socialista Michelle Bachelet foi eleita presidente do Chile pela segunda vez, derrotando a direitista Evelyn Matthei no segundo turno, disputado hoje.

Durante a campanha, Bachelet prometeu aumentar os impostos sobre empresas para aumentar o investimento público em educação. A privatização do ensino, uma herança da ditadura do general Augusto Pinochet (1973-90), revigorou o movimento estudantil nos últimos anos.

Bachelet também está sob pressão para reformar a Constituição para livrá-la dos resquícios da ditadura militar.

sábado, 14 de dezembro de 2013

SPD aprova grande coligação com Merkel

O Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), de centro-esquerda, aprovou hoje a formação de uma grande aliança com a União Democrata-Cristã (CDU), liderada pela chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel.

Merkel governou com o SPD no seu primeiro mandato, de 2005-9. Em 2009, fez aliança com o Partido Liberal-Democrata (FDU). Nas últimas eleições, em setembro de 2013, seu parceiro preferido para se coligar não obteve a votação de 5% dos votos, o limite mínimo para entrar no Reichstag, a Câmara do Parlamento da Alemanha.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Execução de tio de Kim suscita dúvidas sobre Coreia do Norte

A execução do tio e mentor do ditador Kim Jong Un no processo de transição na Coreia do Norte levanta várias dúvidas sobre a luta interna pelo poder na ditadura comunista de Pionguiangue. Jang Song Taek era considerado o segundo homem mais poderoso do país. Foi condenado e executado sob acusações de corrupção e traição.

Na versão oficial do regime stalinista norte-coreano, Jang aproveitou a morte do ditador Kim Jong Il, pai do atual líder, em dezembro de 2011, para tentar usurpar o poder. O processo forjado e a execução sumária têm todas as característcias dos julgamentos da ditadura de Josef Stalin na URSS.

Uma possibilidade é que o próprio Kim esteja afirmando sua autoridade eliminando o número dois do regime, o que é mais provável, já que numa ditadura o segundo é sempre uma ameaça.

Mas, como o regime comunista é colegiado, outros autocratas podem querer deixar claro para Kim os limites de sua autoridade.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Hollande quer reforçar parceria estratégica com o Brasil

O presidente François Hollande era esperado hoje em Brasília, onde tem encontros marcados hoje com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para "reforçar a parceria estratégica" bilateral com a França, anunciou em Paris o Palácio do Eliseu.

Tanto o comércio quanto os investimentos bilaterais cresceram nos últimos anos. A França é o quinto país com mais investimentos estrangeiros no Brasil.

Vários contratos serão assinados durante a visita, entre eles o relativo à participação da empresa francesa Total no consórcio que vai operar o campo petrolífero de Libra.

O Brasil deve fechar a compra de um satélite de telecomunicações de uso civil e militar das empresas Thalès e Arianespace no valor de 400 milhões de euros.

Um terceiro negócio, de mais de 1 bilhão de euros, seria a construção de uma usina nuclear em Angra dos Reis pelo grupo francês Areva.

Amanhã, o presidente da França vai a São Paulo para um encontro com empresários.

A visita também aproveita o atual esfriamento nas relações bilaterais entre os Estados Unidos e o Brasil por causa da espionagem americana.

Monarquias árabes querem estrangeiros fora da Síria

O Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, uma organização internacional que une as monarquias petroleiras do Oriente Médio sob a liderança da Arábia Saudita, pediu ontem a retirada de todas as forças estrangeiras da guerra civil na Síria.

Numa declaração, o CCG acusou o ditador sírio, Bachar Assad, de cometer genocídio, usar armas pesadas e armas químicas. A milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) e a milícia Bassij, da Guarda Revolucionária do Irã lutam na Síria ao lado de Assad.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

EUA e UE param de apoiar o Exército da Síria Livre

Os Estados Unidos e a União Europeia anunciaram hoje que só darão ajuda não letal ao Exército da Síria Livre, que teria sido infiltrado por extremistas muçulmanos.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Obama: "Mandela libertou prisioneiros e carcereiros"

Ao participar hoje do funeral do herói negro sul-africano Nelson Mandela junto com a presidente Dilma Rousseff e chefes de Estado e de governo do mundo inteiro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi muito aplaudido ao destacar que "Mandela libertou não só os prisioneiros, mas também os carcereiros".

Obama cumprimentou o ditador de Cuba, Raúl Castro. Foi a primeira vez desde a revolução de 1959 que um presidente dos EUA cumprimentou um dirigente supremo de Cuba em público.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Tailândia dissolve Parlamento e convoca eleições

Diante da pressão das ruas, a primeira-ministra Yingluck Shinawatra anunciou há pouco a decisao de dissolver o Parlamento da Tailândia e convocar eleições antecipadas dentro de 60 dias.

Yingluck Shinawatra está sob intensa pressão do movimento amarelo, que a acusa de ser um fantoche do irmão, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto e exilado em 2006 sob acusação de corrupção.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Diretor-geral brasileiro consegue aprovar acordo na OMC

Como resultado do esforço e do talento diplomático do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo, novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, a OMC chegou na madrugada de hoje, em Báli, na Indonésia, um acordo de "facilitação de comércio" capaz de resultar em novos negócios no total de US$ 1 trilhão em uma década.

A grande dificuldade foi convencer a Índia, que resistia a uma liberalização do setor agrícola, de grande interesse para o Brasil, temendo comprometer o programa de segurança alimentar que usa para combater a fome. O governo brasileiro não se empenhou a fundo nas negociações.

No último momento, a Alternativa Bolivarista para as Américas (Alba), liderada pela Venezuela, tentou incluir uma cláusula exigindo o fim do boicote comercial dos EUA a Cuba. Como a OMC opera por consenso, o acordo esteve prestes a ser abandonado. Mas esses países menores e sem uma agenda positiva desistiram.

Por "facilitação de comércio", entendem-se medidas para acelerar a tramitação dos processos de importação, que variam de 5 dias, em média, na União Europeia até 100 dias no Chade.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Economia dos EUA gerou 203 mil empregos em novembro

Em mais um sinal de recuperação, a economia dos Estados Unidos criou 203 mil empregos a mais do que fechou em novembro de 2013, superando a expectativa dos economistas, que era de 185 mil vagas, anunciou hoje o Departamento do Trabalho.

O desemprego, medido em outra pesquisa, que avalia quem procurou trabalho e não conseguiu, caiu de 7,3% para 7%, o menor nível em cinco anos. Aproxima-se dos 6,5% indicados pelo presidente da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, Ben Bernanke, como marco de volta à normalidade quando prometeu manter o programa de compra de títuloss para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Morre Nelson Mandela, último grande estadista desta era

O líder negro Nelson Mandela, maior responsável pela transição pacífica da África do Sul do regime segragacionista do apartheid, um dos regimes mais odiosos do mundo contemporâneo, para a democracia, morreu hoje aos 95 anos em Pretória, a capital do país, anunciou agora há pouco o presidente sul-africano Jacob Zuma.

"A nação perdeu seu melhor filho; o povo perdeu seu pai", declarou Zuma.

Mandela passou 27 anos preso até ser libertado em 11 de fevereiro de 1990 para negociar com o regime que o encarcerou. Até sua imagem era proibida no país. A pneumonia que o matou hoje foi resultado das condições desumanas na prisão da ilha de Robben, onde ficou 16 anos.

Influenciado pelas ideias do líder pacifista da independência da Índia, o Mahatma Gandhi, baseadas na resistência pacífica e na desobediência civil do naturalista norte-americano Henry David Thoreau, nos anos 1940, Mandela entrou para a Liga Jovem do Congresso Nacional Africano (CNA). Depois da morte de 69 negros no Massacre de Sharpeville, em 1960, o CNA entrou para a luta armada.

Nelson Mandela era o líder do braço armado do CNA, Umkhonto we Sizwe, a Lança da Nação. Quando voltava de treinamento militar no exterior, foi preso, em 1962, e condenado à morte em 1964. A sentença depois foi reformada para prisão perpétua. Durante o julgamento, ele disse que estava lutando contra a ditadura da minoria branca e prometeu lutar contra uma ditadura da maioria negra.

Nos momentos mais violentos da guerra civil não declarada da África do Sul, o regime racista apelou a Mandela, que sempre insistiu que presos não podem negociar.

Diante da grande pressão internacional, do boicote internacional à economia sul-africana e do fim da Guerra Fria, ao tomar posse, em 1989, o presidente branco Frederik de Klerk anunciou a intenção de libertar Mandela e negociar o fim do apartheid. Ambos ganharam o Prêmio Nobel da Paz em 1993.

Depois de negociações tensas e difíceis, em 27 de abril de 1994, Mandela assumia como o primeiro presidente eleito democraticamente da África do Sul. Convidou para a posse um de seus carcereiros. Fiel à democracia, ao contrário da maioria dos líderes africanos, deixou o governo depois do primeiro mandato.

Não resta no mundo nenhum líder que tenha nem de longe o status de Mandela. Talvez só Mikhail Gorbachev tenha dado uma contribuição maior à história da humanidade, mas perdeu a autoridade moral pela maneira como foi expulso do Kremlin e do poder por Boris Yeltsin e pelo colapso da União Soviética. Mas a África do Sul pós-Mandela enfrenta sérios problemas de deterioração política como os escândalos envolvendo o presidente Zuma.

O legado de Mandela está sendo mal cuidado. Diante do silêncio face às arbitrariedades da ditadura de Robert Mugabe no vizinho Zimbábue, comenta-se em tom de blague na África do Sul: "Se ainda estivéssemos lutando contra o apartheid, esse governo aí não nos apoiaria."

A data de nascimento de Nelson Mandela, 18 de julho, foi transformada pela ONU em Dia Internacional Nelson Mandela pela liberdade, justiça e democracia.

EUA crescem em ritmo de 3,6% ao ano

A economia dos Estados Unidos cresceu no terceiro trimestre de 2013 no ritmo mais forte desde o início de 2012, anunciou hoje o Departamento do Comércio, revisando para cima a estimativa inicial, de 2,8%. O principal motivo foi a formação de estoques pelas empresas, a maior desde o início de 1998, o que implica uma expansão menor do quarto trimestre.

O lucro das empresas subiu 2,8,%. O índice de preços ao consumidor ficou em 2% ao ano, a meta informal perseguida pelo Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central americano.

Maior economia do mundo, com produto interno bruto de mais de US$ 16 trilhões, os EUA crescem desde o primeiro trimestre de 2011, quando houve contração.

ONU autoriza intervenção na República Centro-Africana

O Conselho de Segurança das Nações Unidas acaba de autorizar o envio de uma força de 3,5 mil soldados para intervir militarmente na República Centro-Africana, onde a ação de milícias ameaça causar um genodício. A missão deve ser formada por tropas da França e de países africanos.

A meta é proteger civis contra o grupo Séléka (União, na língua songo), uma aliança de milícias cristãs que derrubou o presidente François Bozizé em 24 de março de 2013, e os rebeldes que lutam contra a Séléka.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Chefe de armas do Hesbolá é morto em Beirute

Um comandante militar da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) que lutou na guerra civil da Síria ao lado da ditadura de Bachar Assad foi morto na frente de sua casa em Beiture nesta quarta-feira, anunciou a TV Al Manah, citada pela agência de notícias Reuters. O grupo extremista muçulmano acusou Israel, que negou qualquer responsabilidade pela morte.

Hassan al-Lakkis era apontado como responsável pelas armas do Hesbolá, que em julho e agosto de 2006 travou uma guerra de 34 dias contra Israel. Foi baleado à queima roupa com quatro tiros disparados por uma arma com silenciador na manhã de hoje e será enterrado hoje na cidade de Baalbek, no Vale do Becá, um dos principais redutos do movimento armado xiita.

Em mensagem no Twitter, um grupo desconhecido, a Brigada Ahrar al-Sunna de Baalbek reivindicou a autoria do atentado. Ao que tudo indica, foi um grupo muçulmano xiita. O assassinato pode ter sido para vingar a discriminação aos sunitas no vale ou estar ligado à guerra civil síria, onde jihadistas ligados à rede terrorista Al Caeda lutam contra o regime da minoria alauíta, uma variante do xiismo.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Venezuela tem apagão e governo culpa "sabotadores"

A cinco dias das eleições municipais, o sistema elétrico da Venezuela sofreu ontem o segundo grande apagão do ano. Desta vez, foram atingidos 19 dos 23 estados e a capital, Caracas. Como de costume, o governo chavista de Nicolás Maduro culpou "sabotadores" por sua própria incompetência.

Diante do virtual colapso da economia da Venezuela, país com as segundas maiores reservas mundiais de petróleo, o regime chavista atropela a lógica e o que resta de democracia no país. Durante a campanha, Maduro bateu os recordes de abuso de poder.

O governo proibiu voos do avião particular do líder da oposição, Henrique Capriles. Quando a oposição marca um comício, o governo faz liquidação de preços em mercados governamentais na cidade. Os carros oficiais e o funcionalismo público são usados na campanha.

Há mais de 500 denúncias de uso indevido de dinheiro público para favorecer candidatos chavistas. O empresário e deputado oposicionista Miguel Cocchiola, favorito na cidade de Valência, foi afastado sob acusação de especulação. Para seduzir os eleitores mais pobres, Maduro congelou preços e limitou lucros de empresários e aluguéis.

As cinco televisões do governo passam 90% do tempo fazendo propaganda. E o dia da eleição foi declarado Dia da Lealdade e do Amor a Chávez. Em 8 de dezembro de 2012, Hugo Chávez anunciou na TV que iria para Cuba porque era "absolutamente imprescindível" se submeter a uma nova cirurgia e pediu aos venezuelanos que elegessem Maduro se ele não voltasse à Presidência.

Maduro venceu Capriles na eleição presidencial extra realizada em abril de 2013 por 1,5% dos votos válidos, gerando uma onda de denúncias de fraude nunca investigadas. Sem legitimidade, precisa da vitória para afirmar seu poder até mesmo dentro do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

Com inflação anual de 54%, desabastecimento de leite, carne e papel higiênico, falta de dólares e escassez de energia num governo que nada em petróleo, a economia venezuela está à beira do colapso por causa das políticas delirantes do "socialismo do século 21", a utopia chavista. E o discurso oficial não indica qualquer mudança rumo à racionalidade.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Croácia rejeita o casamento gay

A Croácia aprovou ontem em referendo uma reforma na Constituição para afirmar que o casamento é "a união de hum homem e uma mulher", rejeitando o casamento de pessoas do mesmo sexo, na contramão do que acontece na Europa e na América. É um país extremamente católico e conservador.

Milhares de ucranianos exigem queda do governo

Depois de uma grande manifestação com cerca de 100 mil pessoas no domingo, milhares de pessoas bloqueiam hoje o acesso aos principais prédios públicos de Kiev, a capital da Ucrânia, em protesto porque o presidente Viktor Yanukovitch cedeu à pressão da Rússia e rejeitou na semana passada um acordo de associação proposto pela União Europeia.

Nas ruas da capital ucraniana, alguns manifestantes declararam que o movimento não é contra a Rússia porque a Ucrânia precisa se relacionar com ambas. O país é vítima das manobras do presidente russo, Vladimir Putin, para tentar restaurar pelo menos parte do poder imperial da extinta União Soviética.

Assim, as ex-repúblicas soviéticas, especialmente as eslavas, são vistas como área de influência da Rússia, que luta para evitar que se aproximem do Ocidente.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Acidente de trem mata quatro em Nova York

Um trem em alta velocidade saiu dos trilhos hoje de manhã no bairro do Bronx, em Nova York, matando pelo menos quatro pessoas. Outras 63 saíram feridas.

Testemunham disseram que o trem entrou em alta velocidade numa curva e oito vagões descarrilaram. As causas ainda estão sendo investigadas.

sábado, 30 de novembro de 2013

Helicóptero cai em bar e mata oito em Glasgow

Eram 22h20 de sexta-feira. O pub Clutha, famoso pelos shows de música ao vivo, estava cheio. No palco, a banda de ska Esperança embalava a noite quando um helicóptero da polícia caiu como uma pedra no teto do bar. Pelo menos oito pessoas morreram e 14 saíram feridas no acidente, em Glasgow, a maior cidade da Escócia.

Mais de 120 bombeiros foram enviados imediatamente para o local com grande quantidade de equipamentos. Eles trabalharam a noite inteira para retirar gente do meio dos escombros.

Ainda não se sabe a causa do acidente. O helicóptero Eurocopter EC-135 T2 levava dois policiais e um piloto civil. Caiu em cima do pub na Rua Stockwell, no centro de Glasgow, à margem do Rio Clyde. Todos morreram.

Conflito na Tailândia tem primeira morte

Pelo menos uma pessoa foi morta e outra dez saíram feridas de um confronto de governistas e oposicionistas perto do Estádio de Rajamangala, em Bangkok, a capital da Tailândia.

Uma grande manifestação dos governistas do movimento vermelho está marcada para amanhã no estágio. Um ônibus de partidários da primeira-ministra Yingluck Shinawatra foi atacada por oposicionistas do movimento amarelo. Como não conseguiram derrubar o governo pelas vias legais, querem criar uma situação caótica para provocar um golpe militar.

Ontem, cerca de 1,2 mil amarelos invadiram o QG do Exército da Tailândia; hoje ocuparam diversos prédios públicos. Eles acusam a primeira-ministra de querer aprovar uma anistia para o irmão, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto em 2006 por um golpe militar sob acusações de corrupção. Leia abaixo.

Oposição ocupa mais prédios públicos na Tailândia

Os manifestantes antigovernistas que invadiram ontem o quartel-general do Exército da Tailândia para tentar provocar um golpe de Estado ocuparam hoje a sede central do Departamento de Investigações Especiais, a Autoridade de Comunicações e a Organização Telefônica, informou o jornal The Bangkok Post.

Diante da agressividade crescente do movimento amarelo, os partidários da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, do movimento vermelho, começaram a chegar do interior para organizar manifestações alternativas. Isso aumenta o risco confrontações.

A oposição, que usa vermelho, acusa a primeira-ministra de ser uma fantoche do irmão, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto num golpe militar em 2006 depois de denúncias de corrupção, e de querer anistiá-lo. Depois de sobreviver a um voto de desconfiança no Parlamento nessa semana, Yingluck deixou claro que não pretende renunciar.

Os Shinawatra têm forte apoio político nas zonas rurais do Norte do país, enquanto a oposição se concentra na capital e nas principais cidades tailandesas.

EUA vão destruir armas químicas da Síria no mar

Os Estados Unidos vão destruir no mar parte das armas químicas entregues pela ditadura de Bachar Assad para evitar um bombardeio à Síria, anunciou hoje a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), encarregada de executar e fiscalizar a Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenagem e Uso de Armas Químicas e sua Destruição.

A hidrólise será usada para neutralizar os agentes químicos mais letais, a partir de 31 de dezembro de 2013. A tarefa para destruir completamente o arsenal químico da Síria deve levar anos. Há vários riscos envolvidos, mas não há garantia absoluta de que o regime sírio não tenha escondido uma parte de suas armas químicas nem que não vá mais usá-las.

Em setembro de 2012, o presidente americano, Barack Obama, advertiu Assad de que uso de armas químicas seria uma linha vermelha. Se o regime sírio atacasse os rebeldes que tentam derrubar o governo desde 15 de março de 2011, os EUA interviriam militarmente na guerra civil da Síria.

Logo depois de um ataque com armas químicas contra o bairro de Guta, na periferia de Damasco, a capital síria, em 21 de agosto numa área que o Exército tentava recuperar, a Síria negou responsabilidade, atribuindo a ação aos rebeldes. Mas o governo dos EUA afirmou ter provas conclusiva da culpa de Assad e começou a articular uma resposta armada com suas aliados europeus.

A França imediatamente apoiou um bombardeio para punir Assad pelo uso de armas químicas, mas o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, não conseguiu autorização do Parlamento Britânico para usar a força antes da conclusão das investigações da ONU. Cameron entendeu que os deputados refletiam a oposição da opinião pública a uma ação armada e desistiu.

Quando o secretário de Estado americano, John Kerry, declarou em Londres que a única maneira de evitar um ataque seria a entrega pela Síria de todo o arsenal químico à OPAQ para destruição, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se dispôs a mediar a questão com o governo sírio. Assad concordou em entregar as armas.

Ainda há dúvidas se a Síria realmente revelou a lista completa dos locais de produção e estocagem dar armas proibidas. O recuo de Obama tem sido interpretado como um sinal de fraqueza, a ponto da revista Forbes escolher Putin como o homem mais poderoso do mundo, uma piada de mau gosto.

Se o objetivo de Obama era evitar o uso de armas químicas, pelo menos temporariamente ele conseguiu. Afinal, como disse Sun Tzu em A Arte da Guerra, a maior vitória na guerra é derrotar o inimigo moralmente fora do campo de batalha, ou seja, na guerra moderna, sem disparar um tiro. Isso não é sinal de fraqueza.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Eurozona dá sinais de volta à normalidade

A taxa de desemprego na Zona do Euro caiu de 12,2% para 12,1% em outubro, na maior baixa desde sabril de 2011, e a inflação nos 18 países que usam o euro como moeda subiu de 0,7% para 0,9% ao ano, informou hoje o Eurostat, escritório oficial de estatísticas da União Europeia.

O crescimento ainda é medíocre, mas o mercado de trabalho começa a se recuperar e diminui o risco de deflação.

Oposicionistas invadem quartel-general na Tailândia

Cerca de 1,2 mil oposicionistas invadiram hoje o quartel-general do Exército Real da Tailândia, em Bangkok, para exigir a queda da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, que acusam de ser um fantoche do irmão, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, exilado no exterior para escapar de um processo por corrupção, e de tentar anistiá-lo.

Os oposicionistas do movimento amarelo, que pretextam absoluta lealdade ao rei Bhumibol Adulayadej, provocam os militares, seus tradicionais aliados, "para saber de que lado eles estão", declarou um manifestante à agência de notícias Reuters.

Depois de sobreviver a um voto de desconfiança no Parlamento, a primeira-ministra não tem a menor intenção de renunciar. Quanto à oposição, não conseguindo derrubar o governo pelas vias democráticas e legais, apela para o golpismo.

Os Shinawatra têm grande apoio popular na zona rural do Norte da Tailândia, enquanto a oposição é mais forte na capital.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Inflação no Japão sobe para 0,9% ao ano

Pela primeira vez em 15 anos, o crescimento de preços no Japão registrou alta de 0,9% em outubro depois de 0,7% em setembro, num sinal do sucesso parcial da política do primeiro-ministro Shinzo Abe, no poder há um ano, para reinflar a terceira maior economia do mundo, que se arrasta há duas décadas num misto de estagnação e deflação, a queda de preços.

A queda de preços pode até parecer boa em países de inflação historicamente alta como o Brasil e a América Latina em geral. Mas a queda consistente de preços, a expectativa de queda de preços adia as decisões de consumo. Por que comprar hoje se amanhã estará mais barato?

O resultado é que o comércio vende menos, faz menos encomendas à indústria, que produz menos, gerando um ciclo vicioso de espiral deflacionária.

Abe, um nacionalista japonês, quer sacudir a inércia do país, que vê a inimiga histórica, a China, se tornar cada vez mais rica, poderosa e agressiva. A meta da abeconomia é uma inflação de 2% ao ano.

Japão e Coreia do Sul desafiam novo espaço aéreo chinês

Depois dos Estados Unidos dois dias atrás, hoje o Japão e a Coreia do Sul, os dois maiores aliados de Washington no Leste da Ásia, sobrevoaram o espaço aéreo das disputadas Ilhas Senkaku. No fim de semana, o regime comunista da China anunciou a extensão de seu espaço aéreo para incluir as ilhas, que os chineses chamam de Diaoyu.

A ampliação do espaço aéreo foi vista como mais uma atitude agressiva da cada vez mais poderosa China tentando reafirmar suas reivindicações em disputas de mar territorial que têm com o Japão, a Coreia do Sul, as Filipinas, o Vietnã, Brunei, a Malásia e Taiwan.

 O risco é de uma provocação levar a um incidente capaz de se tornar num conflito mais sério. Em depoimento na BBC Internacional, jornalistas chineses consideraram mais provável que a China não reaja.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Reino Unido cresceu 0,8% no terceiro trimestre

A economia do Reino Unido se acelerou no terceiro trimestre de 2013 por causa do aumento do consumo doméstico, crescendo 0,8% em relação trimestre anterior, informou hoje o Escritório Nacional de Estatísticas do país.

Nos útimos 12 meses, a taxa de crescimento ficou em 1,5%. No segundo trimestre, a economia britânico havia registrado alta de 0,7%, depois de avançar 0,4% no primeiro.

Senado da Itália cassa mandato de Berlusconi

O ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, condenado por fraude fiscal, foi expulso hoje do Senado da Itália. É o fim da carreira política do líder da direita italiana, que começou no vácuo deixado pelo colapso dos partidos de centro-direita por causa da Operação Mãos Limpas, de combate à corrupção.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Ex-marido acusa Nigella de estar fora de si por cocaína

O publicitário britânico Charles Saatchi declarou hoje à Justiça do Reino Unido que sua ex-mulher Nigella Lawson, apresentadora de um programa de televisão sobre gastronomia, e sua filha adolescente de estarem "tão fora de si" por usar cocaína que duas secretárias conseguiram desviar para si 300 mil libras do casal, noticiou em Londres o jornal vespertino Evening Standard. São R$ 1,117 milhão.

A acusação foi feita no processo contra as italianas Francesa e Elisabetta Grillo, ex-secretárias particulares do casal. Saatchi afirmou que havia um "acordo tácito" de que elas poderiam continuar gastando desde que não revelassem os excessos de Nigella.

Saatchi está sendo processado por agredir a ex-mulher num restaurante londrino em junho passado. Ele apertou o pescoço de Nigella e logo depois foi anunciada a separação do casal.

Nesta terça-feira, um jornal sensacionalista britânico atribuiu a briga e o divórcio ao consumo de cocaína e outras drogas, com medicamentos de tarja preta e maconha. Está claro que esta será a defesa do publicitário, famoso como mecenas dos chamados "novos artistas britânicos" como Damien Hirst.

Zelaya não aceita derrota da mulher em Honduras

Depois de denunciar fraude na eleição presidencial de domingo passado, o ex-presidente de Honduras José Manuel Zelaya, deposto num golpe militar há quatro anos, prometeu mobilizar seus seguidores para protestar contra a derrota de sua mulher, Xiomara de Castro Zelaya.

No fim da noite de ontem pela hora local, com pouco mais de dois terços dos votos apurados, o Tribunal Supremo Eleitoral declarou a vitória do candidato conservador Juan Orlando Hernández, com 34% dos votos contra 29% para Xiomara de Castro.

Hoje de manhã, a missão observadora da União Europeia afirmou que o resultado "não é preciso nem confiável" e pediu aos fiscais dos partidos que mantenham a presença em todas as zonas eleitorais até o fim da contagem dos votos.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ONU marca conferência de paz sobre Síria para janeiro

As Nações Unidas convocaram uma conferência de paz para acabar com a guerra civil na Síria, a ser realizada a partir de 22 de janeiro de 2014 em Genebra, na Suíça, depois de uma reunião do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, o ex-ministro do Exterior da Argélia Lakhdar Brahimi, com representantes dos Estados Unidos e da Rússia, informa a agência Reuters.

A expectativa é que participem o governo Bachar Assad e as oposições secularistas que lutam contra ele para "o estabelecimento, com base no consenso mútuo, de um governo de transição com plenos poderes executivos, inclusive sobre os militares e a polícia". Mas a oposição ainda exige o afastamento de Assad como precondição.

No campo de batalha, os rebeldes lançaram uma nova contraofensiva nos últimos três dias, tomando vilas e postos militares a leste de Damasco e a sudeste de Alepo, as duas principais cidades sírias. No sábado, bombardeios aéreos mataram pelo menos 40 pessoas em Alepo. Em Guta, o bairro da periferia de Damasco atacado com armas químicas em 21 de agosto, pelo menos 160 combatentes foram mortos no fim de semana.

domingo, 24 de novembro de 2013

Suíços rejeitam limite para altos salários

Cerca de 66% dos eleitores da Suíça decidiram hoje em referendo rejeitar a limitação dos salários dos diretores de empresas a no máximo 12 vezes o salário mais baixo pago pela companhia.

A Iniciativa por um Pagamento Justo, proposta por um movimento para controlar os altos salários, partiu do princípio de que ninguém na mesma empresa deve ganhar mais num mês do que alguém ganha num ano. Só 34% foram a favor.

Grandes potências fazem acordo nuclear com o Irã

As cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França Grã-Bretanha e Rússia) e a Alemanha chegaram a um acordo provisório para congelar o programa nuclear do Irã em troca de suspensão parcial das sanções ao país para dar tempo às partes para negociar um acordo definitivo, anunciou há pouco a União Europeia.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, repudiou o acordo, descrevendo-o como "um erro histórico" e advertiu: "Israel não vai permitir que um país que ameaça destruí-lo obtenha a capacidade de fazer isso".

Para o novo presidente iraniano, Hassan Rouhani, um dia "será piada" a alegação de que a república islâmica estava desenvolvendo armas nucleares.

sábado, 23 de novembro de 2013

Índia testa com sucesso míssil nuclear disparado de navio

As Forças Armadas da Índia testaram hoje com sucesso um míssil nuclear balístico Dhanush, disparado de um navio que estava perto da costa, em Odisha.

O míssil mar-terra é uma variação naval do míssil Prithvi, capaz de transportar até o alvo uma carga nuclear ou convencional de 500 quilos a uma tonelada.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Coreia do Norte ameaça bombardear palácio em Seul

Em resposta a manobras militares da Coreia do Sul na ilha de Yeonpyeong para marcar o terceiro ano de seu bombardeio pela Coreia do Norte, o regime comunista norte-coreano ameaçou hoje atacar o palácio presidencial de Seul.

JFK foi um dos melhores presidentes dos EUA

Apesar de ter autorizado a invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, do início da conspiração para derrubar o presidente João Goulart e do incessante revisionismo histórico, John Fitzgerald Kennedy (1961-63), assassinado há 50 anos, foi um dos melhores e mais populares presidentes dos Estados Unidos e até hoje é o mais popular. Foi o primeiro presidente da era da televisão.

CRISE DOS MÍSSEIS 
No momento decisivo de sua Presidência de apenas mil dias, a Crise dos Mísseis em Cuba, em outubro de 1962, quando o mundo esteve mais perto do que nunca de uma guerra nuclear, Kennedy controlou os falcões e cercou a ilha, em vez de invadi-la. Em vez de chamar de "bloqueio", usou a palavra "quarentena" para disfarçar.

BERLIM 
JFK também foi decisivo ao resistir à pressão soviética para abandonar Berlim Ocidental depois da construção do muro, em 13 de agosto de 1961. Em 1963, durante meses, tanques soviéticos e americanos estiveram frente à frente nas ruas da atual capital da Alemanha.

Em discurso em Berlim, Kennedy pronunciou, em alemão, uma de suas frases mais célebres: “Todos os homens livres, onde quer que vivam, são cidadãos de Berlim. Portanto, como um homem livre, tenho orgulho das palavras: ‘Ich bin ein Berliner’ (Eu sou um berlinense)”.

DIREITOS CIVIS
No centenário da Proclamação da Abolição, em 1963, Kennedy mandou tropas federais proteger os estudantes negros que não tinham proteção da polícia de estados racista.

A legislação de direitos civis foi aprovada no governo Lyndon Johnson, lembrou Luiz Fernando Veríssimo sem disfarçar o cacoete esquerdista de querer diminuir os heróis dos EUA. Mas a proposta era de JFK. Há um telefonema de Johnson para o pastor Martin Luther King Jr. prometendo aprovar as leis que garantiram direitos iguais para os negros.

VIAGEM À LUA
Se o homem chegou à Lua, foi Kennedy quem mandou ao lançar seu programa especial como um desafio: “Queremos ir à Lua não por que seja fácil, mas porque é difícil”. Era um novo teste à capacidade tecnológica dos EUA depois que a União Soviética tinha dado um salto à frente com o primeiro satélite artificial da Terra, o Sputnik, em 1957, e ao mandar o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin, em 1961.

IMAGEM
Mais jovem presidente a chegar à Casa Branca, com apenas 43 anos e uma linda mulher de 31 anos, Kennedy foi o primeiro político da era da televisão. Soube usar sua própria imagem e da primeira família como um apelo irresistível. As fotos dos filhos pequenos brincando no Salão Oval da Casa Branca são históricas.

Sua vitória sobre o então vice-presidente Richard Nixon em 1960, na eleição presidencial com maior participação do eleitorado da História dos EUA, foi selada nos primeiros debates presidenciais televisionados.

Como observou o sociólogo canadense e guru da comunicação Marshall McLuhan em Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem, Kennedy parecia o xerife simpatico e bonachão de uma cidadezinha do interior, sem todas as respostas na ponta da língua, mas passando sinceridade e boa vontade.

Suando e mal bardeado, Nixon, comparou McLuhan, estava mais para o advogado da estrada de ferro que chega à cidadezinha para ferrá-la. Até hoje o debate é estudado. Ronald Reagan repetiu literalmente uma pergunta no seu debate com Jimmy Carter em 1980, aconselhando os eleitores a votar na oposição se estivessem menos ricos do que quatro anos antes.

JACKIE
Com sua elegância de origem francesa, um charme a mais para a sociedade americana, Jaqueline Kennedy redecorou a Casa Branca e a abriu pela primeira vez para as câmaras de televisão. Era tão popular na França que numa entrevista em Paris ele se apresentou assim: “Sou o homem que está acompanhando Jaqueline Kennedy em sua visita à Europa”.

Jackie não gostava do carro aberto. Sua imagem de dor e dignidade diante da morte do marido sensibilizou o mundo inteiro. O funeral de Kennedy reforçou o papel ritual da TV em grandes cerimônias, aquele cortejo lento com os irmãos do presidente, a viúva e chefes de Estado e de governos estrangeiros seguindo em marcha fúnebre, Jackie, Bob e Ted Kennedy caminhando de costas para não dar as costas ao presidente.

LADO NEGRO 
Nesses últimos 50 anos desde que os tiros calaram o político mais popular do planeta numa cidade sombria de um estado conservador e reacionário como o Texas, as críticas ao governo Kennedy se avolumaram. Estão em livros como O Lado Negro de Camelot, de Seymour Hersh, que explora relações extraconjugais e ligações com a máfia.

Kennedy era um homem dos anos 1960s. Alega-se até que foi o primeiro presidente a fumar maconha na Casa Branca.

ASSASSINATO
Sua própria morte é um mistério. A versão oficial é que JFK foi morto por Lee Harvey Oswald, um ex-fuzileiro naval que estivera na União Soviética. Dois dias depois, diante das câmeras de TV, ao vivo, Jack Ruby matou Oswald, ajudando a enterrar o mistério.

Daí vem suspeitas de vingança da máfia, que teria apoiado a eleição de Kennedy e até ajudado o presidente a ter um caso com a atriz Marylin Monroe, que cantou parabéns para JFK na Casa Branca num de seus aniversários.

A Comissão Warren, presidida pelo presidente da Suprema Corte na época, Eral Warren, concluiu que Oswald tinha sido o único responsável pela morte. Mas a maioria duvida que tenha agido sozinho.

GOLPISMO 
Kennedy criou a Aliança para o Progresso para o desenvolvimento da América Latina, mas a preocupação era com a segurança nacional.

Em plena Guerra Fria, Kennedy levou adiante um plano de invadir Cuba formulado por Nixon no governo Dwight Eisenhower e não se opôs à articulação do golpe contra Jango. É improvável que outro presidente dos EUA pudesse agir de outra maneira. Os republicanos eram muito mais direitistas. Costumavam acusar os democratas de “perder a China”, que caiu sob o comunismo no governo Harry Truman (1945-63).

BALANÇO 
Pelo mesmo motivo, Kennedy mandou milhares de assessores militares dos EUA para o Vietnã. Naquela época, os EUA acreditavam na teoria do dominó. Se um país caísse sob o comunismo, os outros viriam atrás. A participação direta na Guerra do Vietnã começa em 1964, depois que o governo Johnson forjou o Incidente do Golfo de Tonkin.

Apesar de todos os seus muitos defeitos, Kennedy acertou em questões essenciais como na Crise dos Mísseis, na defesa de Berlim e na defesa de direitos iguais para negros e brancos. A suposição de que poderia ter negociado o desarmamento com a URSS duas décadas antes de Reagan não tem muita consistência. Com quem Kennedy negociaria, com Leonid Brejnev?

ESPERANÇA 
Acima de tudo, foi um presidente que renovou a fé e a esperança, que talvez seja a maior obrigação de um líder político.

No seu discurso de posse, declarou: “Não pense no que seu país pode fazer por você. Pense no que você pode fazer pelo seu país”, pregando um sentimento de solidariedade que o individualismo crescente nas últimas décadas parece ter descartado.

OUTROS
Num balanço final, por maiores que sejam as críticas, JFK foi muito melhor do que Lyndon Johnson, Richard Nixon, Gerald Ford, Jimmy Carter, Ronald Reagan, os dois George Bush e Bill Clinton.

A direita pode alegar que Reagan ganhou a Guerra Fria, mas o degelo se deveu muito mais ao líder soviético Mikhail Gorbachev e sua decisão de reformar o irreformável comunismo soviético do que às ações midiáticas do Grande Comunicador, como era conhecido o outrora canastrão de Hollywood.

Graças à revolução da tecnologia da informação, Clinton presidiu os EUA numa década de grande prosperidade. Mas era da ala conservadora do Partido Democrata e, pela primeira vez em décadas, o partido teve dois candidatos do Sul, sinal da guinada à direita.

Clinton se omitiu no genocídio em Ruanda e não aproveitou a década de total supremacia dos EUA para tentar modernizar as instituições internacionais do sistema ONU, além de descuidar da regulamentação do mercado financeiro, embarcando no neoliberalismo republicano.

HERDEIRO POLÍTICO
O primeiro democrata do Norte dos EUA a conquistar a Casa Branca depois de Kennedy foi Barack Obama. É também o mais próximo ideologicamente do presidente morto, uma espécie de herdeiro político.

Quando Kennedy foi morto, há exatamente 50 anos, eu era um menino de apenas 9 anos. Na minha inocência, imaginei que só poderia ter sido a URSS. A guerra nuclear seria inevitável. A morte era certa, pelo menos a morte da inocência.

Sua morte foi o prenúncio de uma década trágica nos EUA. Em 1968, seriam mortos o líder negro Martin Luther King e Bob Kennedy, baleado no dia em que venceu a eleição primária na Califórnia, conquistando a candidatura democraca para a Casa Branca.

Com os Kennedy e Kuther King, morreram também o sonho e as esperanças dos anos 60. O sonho de Obama ficou muito aquém.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Republicanos têm manual para atacar Obama

Para acabar com o programa de universalização da saúde que é a maior conquista de política interna do presidente Barack Obama, a oposição republicana, que tem maioria na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, preparou um manual chamado Por causa do Obamacare, perdi meu seguro de saúde, revelou a rede de televisão americana CNN.

A feroz oposição a Obama é liderada pelo movimento radical de direita Festa do Chá, que luta para reduzir impostos e reduzir a máquina do Estado, por isso quer cortar programas do governo federal dos EUA, especialmente benefícios sociais como vales de alimentação e subsídios à saúde de pobres e idosos.

O programa enfrentou sérios problemas técnicos. No lançamento, os sítios do governo federal na Internet onde os cidadãos americanos podem comparar os diferentes seguros de saúde e escolher seu plano não funcionaram. A popularidade de Obama caiu para 42%.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Fed indica redução em breve da enxurrada de dólares

As minutas revelando as discussões internas da última reunião do Comitê da Reserva Federal (Fed), a diretoria do banco central dos Estados Unidos, indicam que "nos próximos meses" deve começar a ser fechada a torneira que joga US$ 85 bilhões por mês em circulação através da compra de títulos no mercado financeiro, informou agora há pouco o jornal The Wall St. Journal.

França prende suspeito de ataques a tiros em Paris

Um homem com "forte semelhança física" com o suspeito de atirar contra a sede do jornal Libération e um banco em Paris foi preso, anunciou hoje à tarde a Procuradoria da capital da França.

Venezuela dá poderes ditatoriais a Maduro

A Assembleia Nacional da Venezuela deu ontem poderes especiais para o presidente Nicolás Maduro enfrentar o que chama de "guerra econômica", na verdade o colapso do modelo econômico imposto pelo falecido presidente Hugo Chávez e seu mal definido "socialismo do século 21".

O problema é que Maduro, ex-motorista de caminhão e ex-dirigente sindical, não pretende mudar a política econômica que tornou um dos países mais ricos em petróleo do mundo numa economia de escassez onde faltam papel higiênico, leite, carne, frangos e outros produtos essenciais - além do dólar.

Como pode um país que recebeu mais de US$ 800 bilhões vendendo petróleo nas últimas décadas não ter dólares para pagar pelas importações? Só mesmo com muita ignorância, incompetência e corrupção. Maduro é mais um idiota latino-americano, na definição do escritor peruano Mario Vargas Llosa.

De que servem poderes especiais se Maduro não sabe o que fazer? Vai continuar prendendo empresários e botando a culpa na oposição por seu próprio fracasso. Dificilmente Maduro chega ao fim do governo. Seu primeiro teste será nas eleições municipais de 8 de dezembro. Por isso, precisava da Lei Habilitante para tentar dar alguns golpes de mestre enquanto a Venezuela marcha para a ruína e a tragédia.

Xerife da economia da Argentina pede demissão

O agora ex-todo-poderoso secretário de Comércio Interior da Argentina Guillermo Moreno pediu demissão ontem como parte de uma ampla reforma ministerial iniciada pela presidente Cristina Kirchner, que reassumiu ontem o governo depois de licença por motivo de saúde.

Moreno deixa o cargo em 2 de dezembro. Será adido econômico da Embaixada da Argentina na Itália, o que significa que foi afastado do jogo político interno como uma das figuras mais impopulares do governo.

Como xerife do congelamento de preços e do protecionismo econômico argentino, Moreno era responsável por fiscalizar preços, barrar importações e restringir a compra de dólares. Esses poderes agora devem ser concentrados no ministro da Economia, Axel Kicillof, um "marxista com um discurso neokeynesiano condicionado com pitadas de peronismo", na definição de Ariel Palacios, o excelente correspondente de O Estado de S. Paulo em Buenos Aires".

Em abril, o governo decretou o congelamento de preços. Como não haveria novas ofertas a anunciar, Moreno proibiu a publicação de anúncios de lojas de varejo para tirar receita dos grandes jornais argentinos Clarín e La Nación, críticos do governo Cristina Kirchner.

Com a inflação rondando os 25% ao ano, o controle de preços fracassou. Como o mercado não gostou da indicação de Kicillof para ministro da Economia, Cristina resolveu entregar a cabeça mais pedida pelos críticos do governo, do impopular secretário de Comércio Interior. Sua ida para a Itália sinaliza a intenção de escapar de processos por abuso de poder.

No mês passado, o kirchnerismo perdeu eleições para renovação parcial do Senado e da Câmara, conquistando apenas 31% do total de votos. Precisa de uma reforma profunda para enfrentar a eleição presidencial de 2015. 

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Ataque a Embaixada do Irã mata 23 no Líbano

Duas explosões que tiveram como alvo a Embaixada do Irã no Líbano mataram pelo menos 23 pessoas, inclusive o adido cultural iraniano em Beirute, hodjatoleslã Ebrahim Ansari, informou hoje a Agência de Notícias República Islâmica (ANRI). Outras 146 pessoas saíram feridas.

Foi o terceiro atentado contra alvos xiitas em Beirute desde junho. O primeiro terrorista suicida chegou de moto e detonou os explosivos que trazia junto ao corpo diante do portão principal da embaixada iraniana às 9h42, uma hora de grande movimento. A segunda explosão, de uma caminhonete Renault Rapid, muito mais forte, de uma bomba de cerca de 50 quilos, ocorreu há 50 metros de distância.

As Brigadas Abdullah Azzam, um grupo jihadista sunita à rede terrorista Al Caeda, reivindicaram a autoria do ataque realizado por dois homens-bomba em protesto contra a intervenção do Irã e da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), sua aliada, na guerra civil na Síria. Os jihadistas exigem a retirada do Hesbolá do Líbano.

Na prática, o atentando deve aumentar a determinação do Irã e da ditadura de Bachar Assad de controlar a região estratégica de Calamum, na Síria. Neste momento, uma ofensiva do Hesbolá com apoio iraniano prejudicaria as negociações do Irã com os Estados Unidos e os outros membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas para desarmar o programa nuclear do país.

domingo, 17 de novembro de 2013

EUA: acordo com Irã para Arak e enriquecimento de urânio

O acordo que as grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha tentam fechar nesta semana com o Irã para a construção da usina nuclear de Arak, suspende o enriquecimento de urânio e autoriza a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a fazer inspeções irrestritas nas instalações nucleares iranianas, disseram fontes do governo dos Estados Unidos ao jornal israelense Haaretz.

As bases do acordo foram reveladas pelo presidente Barack Obama aos líderes do Congresso. Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu repudiou o acordo, afirmando que o Irã poderia produzir a cada três meses material suficiente para fazer uma bomba atômica.

Com a vitória do moderado Hassan Rouhani na eleição presidencial de junho em meio a uma grave crise econômica causada pelas sanções internacionais e o desejo do governo Obama de evitar uma ação militar de Israel contra o Irã, capaz de incendiar o Oriente Médio, as negociações para evitar que o regime fundamentalista iraniano tenha armas nucleares têm sua maior chance de sucesso.

Ao mesmo tempo, Israel estaria negociando com a Arábia Saudita, inimiga do regime xiita iraniano na luta pela supremacia ideológica no islamismo, apoio a uma possível campanha aérea contra as instalações nucleares da república dos aiatolás.

Refém francês é libertado na Nigéria

O engenheiro francês Francis Collomb, de 64 anos, foi libertado no Norte de Nigéria durante um tiroteio entre soldados do Exército e ativistas da milícia fundamentalista muçulmana Ansaru, especializada em atacar estrangeiros, informou hoje o Palácio do Eliseu, sede da Presidência da França.

Escritora Doris Lessing morre aos 94 anos

A escritora Doris Lessing, nascida no Irã e naturalizada britânica, ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura de 2007 pelo conjunto da obra, "morreu pacificamente hoje de manhã em sua casa em Londres", informou a editora Harper Collins, que a descreveu como uma das grandes escritoras do nosso tempo.

Entre suas obras traduzidas em português, destacam-se O Carnê DouradoAmor de novo, As Avós, Debaixo da Minha Pele, O Sonho mais Doce e a autobiografia Andando na Sombra.

Filha de pais britânicos, Doris Lessing nasceu no Irã. Quando criança, foi levada para a Rodésia do Sul, hoje Zimbábue. Vivia em Londres desde 1949, noticia a televisão pública britânica BBC.

Irã não insiste no direito de enriquecer urânio

O Irã tem o direito de enriquecer urânio, mas não vai insistir para que outros países o reconheçam, afirmou o principal negociador nuclear iraniano em declaração à agência de notícias Reuters. Se confirmada, esta posição pode acelerar a chegada a um acordo nas negociações para desarmar o programa nuclear do país, que serão retomadas nesta semana.

Sob pressão de sanções internacionais aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, o novo governo do presidente Hassan Rouhani, eleito em junho de 2013, fez concessões como ampliar o acesso dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nas negociações com as cinco potências com direito de veto na ONU (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia).

As questões centrais para as grandes potências são o enriquecimento de urânio e a abertura irrestrita das instalações iranianas a inspeções da AIEA. Aparentemente, a república islâmica parece disposta a ceder nos dois casos em troca do fim das sanções e do descongelamento de bens e contas bancárias do Irã no exterior.

sábado, 16 de novembro de 2013

Líbia decreta estado de emergência na capital

Depois de manifestações contra milícias e conflitos entre elas que deixaram pelo menos 43 mortos, o governo provisório da Líbia decretou hoje estado de emergência por 48 horas na capital, Trípoli, informou a TV árabe especializada em notícias Al Jazira.

Os milicianos reagiram ontem quando um protesto pacífico foi até seu quartel-general para cobrar das autoridades a dissolução dos grupos armados que ajudaram a derrubar a ditadura de Muamar Kadafi, em 2001, e a entrega da segurança pública a uma polícia nacional e não a milicianos.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

China promete fechar campos de trabalhos forçados

Entre as reformas anunciadas hoje no fim da terceira reunião plenária do atual Comitê Central do Partido Comunista, a China promete fechar os campos de trabalhos forçados para onde os dissidentes do regime eram e são enviados para "reeducação", quase sempre sem condenação judicial.

Foi o único avanço em questões políticas e de direitos humanos do encontro da cúpul do PC chinês.

Atualmente estima-se que cerca de 300 mil chineses estejam internados em centros de "reeducação", uma instituição típica dos regimes stalinistas. Na União Soviética, eram os gulags; na China, chamam-se laogai.

Roqueira da Pussy Riot pede boicote a Jogos de Sóchi

A roqueira Yekaterina Samutsevitch, da banda russa Pussy Riot, condenada a dois anos de prisão por gravar um clipe com mensagem anarquista em ritmo de arruaça dentro da Catedral do Cristo Salvador, em Moscou, está propondo um boicote à Olimpíada de Inverno a ser realizada em Sóchi, na Rússia, de 7 a 23 de fevereiro de 2014. O movimento gay também defende um boicote por causa da discriminação a homossexuais no país.

Solta em liberdade condicional depois de cumprir meses da pena, em entrevista à agência Reuters, Samutsevitch observou que "um evento que deveria ser puramente esportivo está se tornando altamente politizado e cheio de conflitos. Tem de haver um boicote porque as últimas políticas foram longe demais", acrescentou, referindo-se a processos contra oposicionistas como Alexei Navalny, que chamou de forjados.

Além da repressão cada vez maior aos dissidentes desde que o resultado das eleições parlamentares e a reeleição do presidente Vladimir Putin foram contestados, há um aumento de ações de caráter fascista como a crescente perseguição e as agressões a homossexuais.

Com orçamento de US$ 50 bilhões, os Jogos de Sóchi já são os mais caros e com mais denúncias de corrupção e superfaturamento da História. A Copa do Brasil e a Olimpíada do Rio não chegam nem perto. Na Rússia, Putin decidiu fazer os Jogos de Inverno onde não há neve. Até a neve será artificial. É um escândalo.

China relaxa política do filho único

O regime comunista da China decidiu relaxar a política de controle da natalidade que só permitia, desde 1978, que cada casal tenha apenas um filho, anunciou hoje a agência oficial de notícias Nova China. A partir de agora, os casais poderão ter dois filhos se o marido ou a mulher for filho único.

Quando os comunistas tomaram o poder, em 1º de outubro de 1949, a China tinha cerca de 500 milhões de habitantes. O comandante Mao Tsé-tung estimulou o crescimento populacional.

Os dirigentes chineses consideravam inevitável uma guerra nuclear tanto que fizeram uma rede de cidades subterrâneas para servir de abrigos antiaéreos. Quando os sobreviventes saíssem dos abrigos, de cada quatro ou cinco habitantes do planeta arrasado um seria chinês.

Ao lançar suas reformas modernizantes e a abertura econômica que levou a China a ser a segunda maior potência econômica do planeta rumo ao primeiro lugar, em 1978, Deng Xiaoping considerava a explosão demográfica um obstáculo ao desenvolvimento econômico e introduziu a política do filho único.

Como numa sociedade machista e patriarcal começou a haver assassinato de meninas recém-nascidas, em algumas zonas rurais, a política do filho único tinha sido relaxada há décadas.

Uma das formas estudadas agora foi reduzir os subsídios à educação e à saúde. A partir do segundo filho, os casais teriam de pagar o custo real dos serviços. Isso permitiria que a classe média urbana ascendente pudesse ter mais filhos.

A fórmula anunciada hoje preserva o igualitarismo que está na base da ideologia comunista, em que pese a crescente desigualdade econômica decorrente do crescimento acelerado dentro do sistema capitalista.

Nessa semana, o Terceiro Pleno do atual Comitê Central do Partido Comunista mudou o papel do mercado de "básico" para "decisivo" na promoção do desenvolvimento econômico. Os chineses inventaram o conceito de "economia de mercado socialista" para adaptar o desenvolvimento capitalista ao regime supostamente socialista.

Intrigada, a Enciclopédia Britânica mandou emissários pedindo a Deng para esclarecer de que se tratava. O então dirigente máximo chinês alegou que "o mercado é anterior ao capitalismo", assim o capitalismo não teria o monopólio da economia de mercado.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Irlanda anuncia volta ao mercado em dezembro

Depois de três anos, a Irlanda vai sair da crise indo diretamente ao mercado vender títulos para voltar a refinanciar sua dívida interna sem a necessidade de uma linha de crédito da União Europeia, anunciou hoje o primeiro-ministro Enda Kenny.

"Vamos sair do programa de resgate numa posição forte", declarou o taoiseach no Parlamento da Irlanda (Dáil Éireann). "Ainda temos um longo caminho a percorrer, mas claramente estamos nos movendo na direção correta".

O ministro das Finanças, Michael Noonan esperar levantar 6 a 10 bilhões de euros no mercado em 2014 e espera que sejam suficientes para cobrar as necessidades de financiamento do governo irlandês.

A Irlanda era chamada de tigre europeu por causa de suas elevadas taxas de crescimento e baixa carga fiscal, que atraiu empresas e profissionais de vários países, ajudando a criar no país um polo de alta tecnologia. Isso gerou especulação imobiliária e a formação de uma bolha que estourou depois do agravamento da crise mundial com o colapso do banco de investimentos americano Lehman Brothers, em setembro de 2008.

Com o sistema financeiro do país quebrado por causa das hipotecadas caloteadas, o governo da Irlanda teve de intervir para evitar a total desnacionalização dos bancos irlandeses. Isso elevou o déficit orçamentário do país para 32% do produto interno bruto.

O país quebrou. Em 2010, a Irlanda foi obrigada a pedir empréstimos de emergência de 67,5 bilhões de euros à UE e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Agora, pretende sair do programa sem recorrer a uma linha de crédito especial criada para amenizar a saída da crise.

Yellen afirma que EUA ainda não se normalizaram

Em depoimento no Congresso, a economista Janet Yellen, indicada pelo presidente Barack Obama para ser a próxima presidente da Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, adotou uma postura moderada, indicando que ainda considera cedo para desativar o programa de compra de títulos para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação.

"O mercado de trabalho e a economia ainda estão operando muito abaixo do seu potencial", declarou a futura presidente do Fed em sua exposição inicial.

Essa postura cautelosa agradou aos mercados. O Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York registra neste momento alta de 0,22%, enquanto a Bolsa de Valores de S. Paulo sobe quase 2%, enquanto o dólar cai 0,5% para R$ 2,32.

Eurozona volta à estagnação

Depois de crescer 0,3% no segundo trimestre de 2013 e sair da recessão, a economia dos 18 países da União Europeia que usam o euro como moeda avançou apenas 0,1% no terceiro trimestre. Na UE como um todo, de 28 países, o crescimento foi de 0,2%, informou a agência oficial de estatísticas Eurostat.

A França e a Itália encolheram 0,1%, enquanto a Alemanha teve uma expansão de apenas 0,3%.

O governo conservador da Alemanha, que desde o início da crise impõe um ajuste fiscal rigoroso e recessivo aos países endividados, é acusado de prolongar e agravar o problema.

Clubes suspendem greve do futebol na França

O comitê executivo do Sindicato dos Clubes de Futebol Profissional decidiu hoje suspender a greve nos campeonatos da 1ª e da 2ª divisões do futebol francês marcada para o fim do mês como protesto contra a decisão do governo socialista de François Hollande de cobrar 75% de imposto de renda sobre salários que passem de um milhão de euros por anos.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Crescimento do Japão cai pela metade

O crescimento econômico do Japão caiu pela metade para 1,9% ao ano no terceiro trimestre de 2013, anunciou nesta quinta-feira em Tóquio o Ministério das Finanças japonês. Mesmo assim, ficou acima da expectativa dos economistas, que era de 1,7% ao ano.

Foi uma forte desaceleração em contraste com os 4,3% ao ano do primeiro trimestre e os 3,8% ao ano do segundo trimestre.

Desde que chegou ao poder em dezembro de 2012, o primeiro-ministro Shinzo Abe adotou políticas de estímulo econômico, inclusive um agressivo programa de alívio monetário para colocar mais dinheiro em circulação e desvalorizar a moeda japonesa, o iene.

Com a queda de 0,6% nas exportações e crescimento de apenas 0,1% no consumo doméstico, os dois pilares da Abenomics, a política econômica de Abe, fraquejaram.

Cultivo de papoula bate recorde no Afeganistão

A produção de papoula, matéria-prima para a produção de ópio e heroína, cresceu 49% neste ano no Afeganistão, com aumento de 36% na área plantada, para um total recorde estimado em 5,5 mil toneladas, mais do que em todo o resto do mundo somado, informou hoje o Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime. Foi o terceiro ano consecutivo de aumento do cultivo.

A maioria da produção se concentra no Sul e no Leste do Afeganistão, regiões de maior influência da milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes).

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Havaí é 15º estado americano a aprovar casamento gay

Mais um estado americano, o 15º, aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo nos Estados Unidos. A lei chegou hoje à mesa do governador Neil Abercrombie para sanção.

Depois que a Suprema Corte declarou inconstitucional em junho de 2013 a Lei de Defesa do Casamento, o governador havaiano convocou a Assembleia Legislativa para uma sessão especial durante o recesso de verão no Hemisfério Norte para aprovar a mudança histórica.

A nova lei protege clérigos que tenham objeções de consciência ao casamento gay.

Banco da França eleva previsão de crescimento do país

Na sua primeira estimativa sobre o crescimento no quarto trimestre de 2013, feita com base na análise conjuntural de outubro, o Banco da França previu hoje uma expansão de 0,4%.

Há um mês, o banco central francês reduziu a expectativa de avanço de 0,2% para 0,1%. Na quinta-feira, o Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Insee) divulga o índice oficial de crescimento do terceiro trimestre.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Vendas de veículos sobem 20% num ano na China

As vendas de veículos na China registraram alta de 20,3% em outubro de 2013 em relação ao mesmo mês no ano passado, anunciou hoje a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis. Assim, a meta de expansão, de 7%, será amplamente superada.

Em 2012, o mercado de automóveis chinês avançou apenas 4,3% por causa da desaceleração da economia e da tensão diplomática com o Japão em torno da soberania sobre algumas ilhas, que reduziu as vendas de veículos japoneses.

Na Rússia, por outro lado, as vendas de carros caíram 8% nos últimos 12 meses e os analistas não veem sinais de recuperação.

domingo, 10 de novembro de 2013

Total de mortos por supertufão passa de 10 mil

Pelo menos 10 mil pessoas podem ter sido mortas pela passagem do supertufão Haiyan, o mais forte da História, pelas Filipinas, um país do Sudeste Asiático formado por 1,2 mil ilhas. As autoridades estimam que 70% a 80% dos prédios das áreas atingidas tenham sido destruídos.

sábado, 9 de novembro de 2013

Negociações com Irã chegam a um impasse

As negociações das cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha com o Irã realizadas em Genebra, na Suíça, terminaram sem um acordo para desarmar o programa nuclear iraniano em troca da suspensão das sanções internacionais contra o país, suspeito de estar desenvolvendo armas atômicas, informou o ministro do Exterior da França, Laurent Fabius. Serão retomadas em 20 de novembro.

Em entrevista à Rádio França Internacional, Fabius declarou haver problemas em torno de duas questões: o que fazer com o reator de plutônio em construção em Arak e com o estoque de urânio enriquecido a 20%, que poderia ser refinado a mais de 90%, teor de urânio-235 necessário para fazer uma bomba atômica.

A França exige a paralisação da obra em Arak nos seis meses de negociações previstos para se chegar a um acordo definitivo, sob a alegação de que produziria grandes quantidades de plutônio, a carga nuclear usada pelos Estados Unidos em Nagasaki.

O acordo proposto permite que o Irã enriqueça urânio a 3,5%, a concentração necessária para a geração de energia elétrica em usinas nucleares. Em troca, seriam liberados fundos congelados no valor de US$ 3 bilhões e aliviadas as sanções nos setores automobilístico, de ouro, petroquímica e em peças de reposição para aeronaves.

Negociações com Irã podem ser reiniciadas em 7 dias

Se não houver acordo na atual rodada de negociações entre o Irã, as cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha para desarmar o programa nuclear iraniano, o diálogo será retomado em sete a de dias, previu hoje o ministro do Exterior do Irã, Javad Zarif.

As negociações ganharam novo impulso com a chegada a Genebra, na Suíça, ontem e hoje, dos ministros do Exterior dos Estados Unidos, da França, do Reino Unido e da Rússia. Estão avançando, disse o chanceler iraniano à Agência de Notícias República Islâmica, mas ainda há desentendimentos e também divisões entre a China e as outras grandes potências.

Mais cedo, o ministro do Exterior francês, Laurent Fabius, rejeitou um anteprojeto de acordo, exigindo que o Irã suspenda as operações do reator nuclear da usina de Arak. Ontem, ao chegar a Genebra, o secretário de Estado americano, John Kerry, se opôs a um rascunho inicial.

Os Estados Unidos não pretendem fazer grandes concessões nesta fase como suspender as sanções ao Irã. Querem ver primeiro se as promessas do Irã vão se traduzir em ações como parar o enriquecimento de urânio e abrir suas instalações nucleares a inspeções irrestritas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Com medo de um Irã com armas atômicas, Israel e a Arábia Saudita tentam sabotar um acordo.

Total de mortos pelo tufão sobe para 1.200 nas Filipinas

Pelo menos 1,2 mil pessoas foram mortas pela passagem do supertufão Haiyan, considerado o mais forte da História, pelas Filipinas, informou hoje a Cruz Vermelha do país. Mais de mil pessoas morreram na cidade da Taclobã e outras 200 na província de Samar.

A velocidade do vento caiu de quase 380 km/h, o que caracteriza um tufão da categoria 5, para 195 km/h. O supertufão deve chegar à região Centro-Norte do Vietnã nas próximas horas.

Ministros vão à Genebra por acordo nuclear com Irã

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, John Kerry, interrompeu ontem uma visita ao Oriente Médio e foi para Genebra, na Suíça, para participar das negociações para desarmar o programa nuclear do Irã. Os ministros do Exterior da França, Laurent Fabius, e do Reino Unido, William Hague, fizeram o mesmo. Hoje, o chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, vai se juntar a eles.

A expectativa é de que seja feito um acordo preliminar entre as cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) para suspender temporariamente as sanções à república islâmica. Em troca, o Irã pararia de enriquecer urânio acima de 3,5%, o teor necessário para geração de energia elétrica em reatores nucleares.

Este acordo preliminar, a ser fiscalizado através de um sistema de inspeções irrestritas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), daria tempo para uma negociação de fundo.

Quem reagiu duramente foi o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, denunciando o que considera um "mau acordo para a sociedade internacional". Na sua opinião, "o Irã conseguiu tudo o que queria, o fim das sanções e continuar enriquecendo urânio, em troca de nada".

Sob pressão de seu maior aliado no Oriente Médio, o secretário de Estado americano chegou a Genebra fazendo questão de deixar claro que "ainda não houve acordo".