quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Argentina enfrenta nova greve patronal no campo

Em protesto contra a desapropriação da sede da Sociedade Rural Argentina, os fazendeiros e agricultores do país fizeram hoje uma greve de 24 horas em que pararam de vender carne e grãos. Em meio ao locaute, o governo entregou uma intimação para que a entidade abandone em 30 dias o prédio onde desde 1875 se realiza a Exposição Internacional de Palermo.

A sede foi oficialmente vendida para a SRA em 1991 por US$ 30 milhões dentro das privatizações da era Carlos Menem (1989-99). O atual governo, embora hoje aliado ao menemismo, luta para reestatizar a economia argentina. Já enfrentou um longo locaute de ruralistas em 2008, num protesto contra o aumento para mais de 35% da alíquota máxima do imposto sobre exportações de grãos.

O governo Cristina Kirchner alega que a privatização foi feita a um "preço vil" porque o imóvel valeria pelo menos US$ 42 bilhões. A SRA convocou um protesto para amanhã de manhã, convidando os argentinos e cantar o hino nacional e "repudiar o avanço do Executivo sobre a Justiça".

Hoje só 1.381 reses, um terço do normal, foram leiloadas no Mercado de Liniers, o maior do país para venda de gado, informa o jornal Clarín.

O Movimento Produtivo Argentina, dirigido pelo ex-presidente Eduardo Duhalde, divulgou nota advertindo: "O governo ainda segue sem entender a estreita vinculação do produtivo com o político-institucional. Com seu notável e obsoleto revanchismo, pretende acentuar a desarticulação social que já se manifesta hoje em incontáveis atos de violência".

Outra paralisação, dos bancos, está convocada para amanhã. Apesar da pressão do Ministério do Trabalho, os bancários rejeitaram uma proposta de reajuste salarial de 15% alegando que o lucro dos bancos aumentou 41%.

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