segunda-feira, 19 de novembro de 2012

UE pede cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza

A União Europeia condenou hoje os ataques de foguetes contra Israel, pediu ao Estado judaico que reaja proporcionalmente e defendeu um cessar-fogo imediato para evitar uma invasão da Faixa de Gaza.

Depois de horas de discussão sobre o conflito, o Conselho de Ministros da UE manifestou "grave preocupação com a situação em Gaza e em Israel" e declarou que "todos os ataques devem parar imediatamente".

Do exílio, o dirigente máximo do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Khaled Mechal, afirmou que cabe a Israel encerrar o que começou, ignorando os ataques de foguetes disparados de Gaza contra território israelense.

"A UE condena os ataques de foguetes partindo da Faixa de Gaza, que o Hamas e outros grupos armados devem cessar imediatamente. Não há justificativa para atacar diretamente civis inocentes", protestam os ministros do Exterior da Europa.

O bloco europeu forma, ao lado dos Estados Unidos, da Rússia e da ONU, o Quarteto pela paz no Oriente Médio, mas na prática tem pouca influência.

Há uma radicalização do conflito. No rearranjo político da direita israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu vai concorrer nas próximas eleições numa lista comum com o ministro do Exterior, Avigdor Lieberman, líder do ultranacionalista Yisrael Beiteinu.

Mais preocupados com o desenvolvimento de armas atômicas pelo Irã, Netanyahu e Lieberman querem  impor uma solução de força ao problema palestino, anexando parte da Cisjordânia ocupada e desenhando eles mesmos o mapa do futuro estado nacional palestino.

Esta radicalização e a cronificação do problema palestino depois de 45 anos de ocupação já afastaram Israel da Turquia e agora põe à prova do acordo de paz com o Egito, desde a Primavera Árabe governado pela Irmandade Muçulmana.

O Hamas é filho da Irmandade Muçulmana. Sem condições de enfrentar diretamente Israel, parte para o confronto para se legitimar diante dos novos líderes do mundo árabe como verdadeiros representantes do povo palestino. Como observa o jornal The New York Times, ganhou força política com as vitórias eleitorais dos partidos islamitas no Egito e na Tunísia.

Quem fica totalmente marginalizado é o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que não faz luta armada contra Israel mas também não recebe qualquer concessão nas negociações de paz, suspensas há anos em razão do desinteresse israelense em congelar a colonização da Cisjordânia ocupada.

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