terça-feira, 20 de novembro de 2012

Rebeldes tomam cidade no Leste do Congo

O grupo guerrilheiro M23 anunciou hoje ter assumido o controle da cidade de Goma, capital da província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo. Aparentemente, o Exército abandonou suas posições na cidade e na fronteira com a vizinha Ruanda, mas o presidente Joseph Kabila ordenou que lute para retomar Goma.

Diante da indignação do ministro do Exterior da França, Laurent Fabius, que afirmou não entender como a força de paz das Nações Unidas não impediu a tomada de Goma, o comando da missão da ONU explicou que não cabia a ele sustentar o combate depois que os soldados do Exército abandonaram a cidade.

O governo congolês acusa Ruanda e Uganda de sustentar o M23, formado principalmente pelo grupo étnico tútsi.

Goma foi a principal rota de fuga dos hutus derrotados na guerra civil em Ruanda, em 1994, inclusive os responsáveis pelo genocídio de 800 mil tútsis e hutus moderados. Como os baniamulengue do Congo são da mesma etnia tútsi, a presença do inimigo deflagrou uma guerra civil no Congo.

Em consequência, o ditador Mobutu Sese Seko foi derrubado em 1997 depois de desadministrar e roubar o país durante mais de duas décadas, acumulando uma fortuna de bilhões de dólares num dos países mais pobres do mundo.

A queda de Mobutu, ex-sargento do Exército colonial da Bélgica, deflagrou uma guerra civil generalizada envolvendo nove exércitos nacionais e dezenas de grupos rebeldes armados.

Mais de 5,4 milhões de pessoas morreram nos combates, de fome ou doenças causadas pela chamada Primeira Guerra Mundial Africana. Pelo jeito, o conflito ainda não acabou.

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