terça-feira, 20 de novembro de 2012

Centro-direita francesa se divide na eleição de líder

Com uma vantagem de apenas 98 votos e 50,03% do total, Jean-François Copé foi eleito ontem novo líder da União por um Movimento Popular (UMP), partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy, derrotando o ex-primeiro-ministro François Fillon. Para unir o partido rachado ao meio, ofereceu a vice-presidência a Fillon, que contesta o resultado.

No domingo à noite, os dois candidatos cantaram a vitória. Com a vitória consumado, num gesto de conciliação, Copé disse que estendia a mão para o rival: "Já é tempo que a oposição republicana que encarnamos comece a trabalhar. É com este espírito que peço a Fillon que se junte a mim. Estou de mãos e braços abertos", reportou o jornal Le Monde.

Diante do avanço da neofascista Frente Nacional, que obteve 18% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial de 2012 depois de chegar ao segundo turno em 2002, alguns observadores temem o fim da UMP.

A adoção do discurso da extrema direita por Sarkozy na luta pela reeleição favorece os adversários. Na opinião do cientista político Dominique Reynié, isso ameaça implodir o partido.

O ex-ministro Jean-Louis Borloo, líder do partido centrista União de Democratas e Independentes (UDI), comentou que "a ilusão de um partido único que tenta reunir a direita sem complexos, a direita moderada e a centro-direita não se sustenta mais".

A UMP foi fundada em 2002 para garantir uma maioria parlamentar estável para o segundo governo Jacques Chirac (2002-7), que no primeiro mandato (1995-2002) fora obrigado a "coabitar" com o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin, reagrupando as direitas centrista, gaulista e liberal.

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