segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Americanos preferem dar todo poder a um partido

Ao contrário do que aconteceu durante décadas, diante da paralisia do governo federal dos Estados Unidos por causa do desentendimento entre o presidente Barack Obama e uma Câmara dominada pelo Partido Republicano, os americanos agora preferem que o mesmo partido controle a Casa Branca e o Congresso, indica uma pesquisa do Instituto Gallup.

"Até mesmo os independentes se tornaram mais favoráveis a um governo de um só partido neste ano, sete pontos percentuais acima do resultado da pesquisa de 2011", revelou um pesquisador.

O conflito em torno do orçamento começou em 1995, depois que os republicanos conquistaram maioria na Câmara em 1994. Sob a liderança de Newt Gingrich, tentaram impor seu "Contrato com a América" para equilibrar o orçamento. A máquina pública federal chegou a parar duas vezes no governo Bill Clinton (1993-2001).

Com a grande expansão da economia americana nos anos 90, democratas e republicanos conseguiram chegar a um acordo para zerar o déficit orçamentário dos EUA. Clinton entregou a George W. Bush em 2001 um país com orçamento equilibrado.

A grande questão no debate entre o vice-presidente Al Gore e Bush na eleição de 2000 era sobre o que fazer com o superávit. Bush queria cortar impostos, Gore fortalecer a previdência social.

Os republicanos não controlavam a Casa Branca, o Senado e a Câmara ao mesmo tempo desde o governo Dwight Eisenhower (1953-61). Conseguiram isso no governo George W. Bush (2001-9), um dos piores da História dos EUA.

Talvez o eleitorado tenha memória curta. Não quer uma repetição do impasse entre Executivo e Legislativo quando a Câmara não queria autorizar o governo Obama a elevar o teto da dívida pública dos EUA. Isso impediria o banco central de emitir novos títulos de dívida paralisando a máquina administrativa federal.

Para o economista Paul Krugman, a eleição presidencial de 2012 será um plebiscito sobre o New Deal do presidente Franklin Roosevelt (1933-45), que introduziu programas sociais para combater a Grande Depressão (1929-39), e o projeto da Grande Sociedade do governo Lyndon Johnson (1963-69), dos programas de assistência de saúde para os idosos (Medicare) e para os pobres (Medicaid), de um lado, e a onda neoconservadora que pretende acabar com tudo isso.

Krugman acredita na vitória da proteção contra a proposta de resgatar um capitalismo selvagem como se fosse a verdadeira expressão do sonho americano.

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