segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Hesbolá pede mais uma semana de protesto contra filme

Se o filme Inocência dos Muçulmanos foi produzido para ridicularizar uma das grandes religiões da humanidade e isolar seus radicais, o efeito foi exatamente o contrário.

Do Líbano, o líder da milícia fundamentalista xiita Hesbolá, xeque Hassan Nasrallah, convocou hoje mais uma semana de manifestações e advertiu que a violência será muito maior se o filme foi apresentado na íntegra. Do Irã, o Supremo Líder Espiritual, aiatolá Ali Khamenei, exigiu dos líderes ocidentais a censura do filme.

Nasrallah descreveu o filme como "a maior ofensa da História contra o Islã" e afirmou que os Estados Unidos precisam ser responsabilizados. O líder do Hesbolá defendeu a criação de uma lei internacional para proteger as grandes religiões da "blasfêmia".

A onda de protestos violentos revigora o extremismo islâmico. Salafistas e xiitas radicais, inimigos mortais, se unem contra os inimigos comuns: o Ocidente e a democracia liberal.

Sem perder de vista o oportunismo histórico das potências ocidentais e suas políticas imperiais no Oriente Médio, onde antes sustentavam ditadores e hoje apoiam a democracia, o movimento de repúdio ao filme anti-islâmico está sendo usado com objetivos políticos maiores.

O ódio ao Ocidente faz parte da disputa para ver quem são os legítimos representantes do Islã. Há um risco de surgimento de novas democracias antiliberais, como aconteceu na antiga Iugoslávia. Mas há grupos islâmicos como a Irmandade Muçulmana que marcham para o centro e estão preocupados em recuperar a economia.

A Primavera Árabe foi uma consequência da crise econômica mundial e os novos líderes eleitos democraticamente precisam apresentar resultados.

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