quarta-feira, 19 de setembro de 2012

França fecha embaixadas em 20 países na sexta-feira

A França vai fechar suas embaixadas e escolas em 20 países muçulmanos na sexta-feira, dia da folga religiosa semanal do islamismo, depois da publicação hoje de uma nova série de caricaturas do profeta Maomé no semanário humorístico Charlie Hebdo, que já foi alvo de bomba por provocar o ira dos extremistas muçulmanos.

O Islã proíbe a representação da figura humana. Por isso, não há imagens oficiais de Maomé. É uma religião da palavra.

Ao publicar as caricaturas, o semanário anarquista de esquerda entra no conflito deflagrado pela divulgação na Internet do trêiler do filme Inocência dos Muçulmanos, ofensivo ao profeta Maomé.

Às 9h da manhã em Paris, não havia mais nenhum dos 75 mil exemplares, colocados a venda por 2,50 euros. A reação feroz é considerada inevitável.

Na sexta-feira, sai uma segunda edição com 200 mil cópias. Quando republicou as caricaturas de Maomé que apareceram primeiro num jornal de extrema direita da Dinamarca causando furor entre os muçulmanos, o Charlie Hebdo vendeu 480 mil exemplares. Seu sítio de Internet está bloqueado.

Nos Estados Unidos, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, se perguntou o que quer o tabloide francês: "Sabemos que as imagens serão muito chocantes para muita gente. Mas nós falamos regularmente sobre a importância de proteger a liberdade de expressão, garantida por nossa Constituição. Não nos interrogamos sobre o direito de dizer qualquer coisa, mas simplesmente sobre a escolha que presidiu a decisão de publicá-las".

Até agora, as representações diplomáticas e algumas empresas transnacionais americanas eram os principais alvos da ira dos radicais muçulmanos.

Sob o pretexto de que a França não tem nada a ver com o filme, mas com certeza pensando também nas caricaturas, o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault não autorizou uma manifestação convocada pelos muçulmanos para o próximo sábado. O país tem a maior população muçulmana da Europa, cerca de 5 milhões de pessoas.

No Egito, o Partido da Liberdade e Justiça, um braço da Irmandade Muçulmana, declarou: "Rejeitamos e condenamos as caricaturas francesas que desonram o profeta e condenamos toda ação que profane o sagrado".

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