quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Presidente do Egito quer mudança de regime na Síria

Em discurso na conferência do Movimento dos Países Não Alinhados, no Irã, maior aliado da Síria no Oriente Médio, o primeiro presidente eleito democraticamente da História do Egito, Mohamed Mursi, condenou a ditadura de Bachar Assad e defendeu o apoio aos rebeldes que lutam há 17 meses e meio para mudar o regime.

Depois de condenar a ditadura de Assad, Mursi apelou aos países não alinhados. Alegou que é um "deve ético" do movimento apoiar a oposição "contra um regime opressivo que perdeu sua legitimidade", informa a TV pública britânica BBC. É o mesmo discurso adotado pelos Estados Unidos e a Europa, rejeitado pela China e a Rússia, as duas ditaduras com assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A delegação síria se retirou do plenário em sinal de protesto na hora do discurso. Os iranianos próximos à ditadura de Assad ficaram constrangidos, comentou a TV árabe especializada em notícias Al Jazira. Tanto os EUA quanto os rebeldes sírio acusam o Irã de armar o regime sírio e de enviar milicianos ligados à Guarda Revolucionária Iraniana para lutar ao lado das forças leais a Assad.

É a primeira visita de um líder egípcio ao Irã desde a vitória da Revolução Islâmica, em 1979. O regime fundamentalista iraniano rompeu relações com o Egito por causa do apoio deste país à ditadura do xá Reza Pahlevi e do acordo de paz assinado com Israel, lembra a agência de notícias Reuters.

O Irã organizou a conferência do Movimento dos Países Não Alinhados para romper seu isolamento internacional, obter apoio a seu programa nuclear, suspeito de desenvolver armas atômicas, e para seu aliado Assad. A longa guerra civil na Síria o torna mais vulnerável a um ataque de Israel e o isola de seu aliado libanês, a milícia xiita Hesbolá (Partido de Deus).

Mursi defende o direito do povo sírio de resistir a uma tirania brutal, mas é contra uma intervenção militar estrangeira. Ao contrário da Turquia, da Arábia Saudita, do Catar, dos Emirados Árabes Unidos e do Irã, o Egito não está envolvido nos combates.

Diante da falta de alternativa, observa o jornal inglês The Guardian, uma conferência internacional talvez seja o melhor lugar para retomar a busca por uma solução diplomática.

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