sexta-feira, 13 de julho de 2012

Jonathan Littell teme o pior na Síria

Notas de Homs, seu último livro, é uma reportagem sobre o bombardeio a Homs, um dos momentos mais brutais da guerra civil da Síria. O conflito já dura um ano e quatro meses, com total de mortos estimado em 17 mil, e o escritor e jornalista franco-americano Jonathan Littell teme o pior, que seria expandir o conflito para o Líbano e envolver Israel.

Nos últimos 20 anos, Littell esteve em lugar marcados por guerras e atrocidades: Bósnia, Chechênia, Congo, Geórgia, Sudão e agora Síria. "Estou mais interessado no comportamento humano no conflito armado - a violência organizada a nível social - do que no aspecto patológico", declarou o autor em entrevista à revista alemã Der Spiegel.

"A guerra leva ao crime, ao abandono das normas, a uma brutalidade incrível e ao sadismo. Mas é sempre a violência coletiva, a loucura de um grupo como um todo, não a insanidade de um indivíduo como Anders Breivik, na Noruega. Há gente um sistema em ação por trás da matança, uma organização da morte", acrescentou.

Littell fez um livro-reportagem sobre o assalto a Homs. Não é a favor do ativismo na linha do filósofo francês Bernard-Henri Lévy, que defendeu a intervenção militar na Líbia. Mas cobra uma ação da sociedade internacional para buscar uma solução, lembrando que há dois anos Bachar Assad foi recebido em Paris como um ditador confiável, pronto a iniciar reformas liberalizantes.

"Para mim, a psicologia dos ditadores é irrelevante", disse Littell. "Se um deles é supostamente louco, isso não significa nada politicamente. Kadafi era certamente mais excêntrico do que a média, mas não era mais louco do que Napoleão, por exemplo, ou um certo líder alemão dos anos 30".

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