quarta-feira, 27 de junho de 2012

Merkel rejeita eurobônus "enquanto eu estiver viva"

A União Europeia realiza amanhã e depois de amanhã mais uma reunião de cúpula incapaz de tomar medidas para controlar a crise das dívidas públicas, consolidar a união monetária, retomar o crescimento e gerar empregos. Enquanto a Itália e a Espanha esperam um alívio nos juros que pagam para rolar suas dívidas, a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, rejeitou mais uma vez a possibilidade de lançamento de eurobônus, bancados por todos os países da Zona do Euro.

Durante encontro com parlamentares alemães, Merkel assumiu sua postura mais dura contra a divisão da dívida entre todos os países europeus, rejeitando a possibilidade de lançamento de eurobônus "enquanto eu estiver viva".

Isso a coloca na contramão em relação ao presidente da França, François Hollande, e os primeiros-ministros da Itália, Mario Monti, e da Espanha, Mariano Rajoy.

Na visão de Merkel, só uma disciplina fiscal rígida vai resolver os problemas da Europa em longo prazo. O problema é que Itália e Espanha estão sendo obrigadas a pagar juros mais altos a cada leilão de títulos de suas dívidas. Precisam de alívio imediato e não de novas regras que exigem mudanças nos tratados constitutivos da União Europeia. Eles precisam ser aprovados pelos 27 países-membros, ou pelo menos pelos 17 países da que usam o euro como moeda.

Haverá mais tensão e poucas soluções reais para a crise das dívidas públicas da Europa amanhã e depois em Bruxelas, antecipa a revista alemã Der Spiegel.

Monti e Rajoy têm medo do colapso de suas economias. Merkel está mais preocupada com o eleitorado alemão, que não quer pagar a conta de outros povos que considera indisciplinados como gregos, portugueses, italianos e espanhóis.

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