sexta-feira, 25 de maio de 2012

Egito deve ter segundo turno radicalizado

Os resultados oficiais da primeira eleição presidencial competitiva em 6 mil anos de História do Egito só devem sair em 29 de maio, mas contagens paralelas indicam que o brigadeiro e ex-primeiro-ministro Ahmed Chafik deve enfrentar no segundo turno o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohamed Mursi.

Seria uma disputa eleitoral entre um representante do regime militar que governa o país desde a Revolução dos Coronéis, que derrubou a monarquia em 1952, sob a liderança de Gamal Abdel Nasser, e o mais antigo grupo fundamentalista muçulmano, que se tornou a principal força de oposição diante da falta de liberdade do antigo regime.

Dois dos quatro candidatos considerados favoritos no início da campanha - o ex-ministro do Exterior e ex-secretário-geral da Liga Árabe Amir Moussa e o islamita moderado Abdel Monaim Abul Foutouh - parecem ter perdido força na reta final, enquanto o nacionalista de esquerda  Hamdim Sabahi surge como a grande surpresa não detectada pelas pesquisas e pode chegar ao segundo turno.

Até agora, Mursi teria 26% dos votos apurados contra 23% para Chafik e 20% para o surpreendente Sabahi, informa o jornal independente Al-Masri Al-Youm, citado pela agência de notícias AP (Associated Press).

Cerca da metade dos 50 milhões de eleitores inscritos votou no primeiro turno. Com a possível vantagem de um ex-governista e de um islamita, os milhares de jovens que tomaram as ruas para derrubar a ditadura de Hosni Mubarak sentem-se frustrados. Há vários movimentos de boicote ao segundo turno, a ser realizado em 16 e 17 de junho, que promete ser radicalizado, observa o jornal The New York Times.

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