terça-feira, 22 de maio de 2012

"Alemanha é pressionada a pagar pelo Holocausto"

A Alemanha sofre pressão para pagar a conta da crise das dívidas públicas da Zona do Euro por ter cometido o Holocausto, a tentativa de exterminar o povo judeu na Segunda Guerra Mundial. Esta tese controvertida é tema do livro A Europa não Precisa do Euro, lançado ontem pelo ex-diretor do Bundesbank (banco central), Thilo Sarrazin.

Político combativo do oposicionista Partido Social-Democrata (SPD), Sarrazin já criou polêmica ao criticar o impacto da imigração muçulmana sobre a sociedade alemã. Agora, volta ao ataque.

Na sua opinião, os alemães que apoiam a emissão de bônus de dívida pública pan-europeus "são levados por aquele reflexo muito alemão de que só poderemos saldar a dívida do Holocausto e da Segunda Guerra Mundial quando pusermos todo o nosso dinheiro e nossos interesses em mãos europeias".

Para o líder dos Verdes e ex-ministro do Meio Ambiente Jürgen Trittin, "é lamentável que ele invoque o Holocausto para atrair o máximo de atenção para suas teorias sobre eurobônus".

"Sarrazin recorre mais uma vez às provocações costumeiras. Sua crítica ao euro é nacionalista e reacionária", reagiu o porta-voz do SPD para questões orçamentárias.

Já o líder da bancada parlamentar da União Democrata-Cristã, da primeira-ministra Angela Merkel, Volker Kauder, preferiu ignorar a crise das dívidas públicas: "Sarrazin está errado de novo. O euro é e vai continuar sendo um sucesso", reportou a revista alemã Der Spiegel.

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