domingo, 29 de abril de 2012

Sarkozy rejeita ideia de complô contra Strauss-Kahn

O ex-ministro das Finanças Dominique Strauss-Kahn era diretor-geral do Fundo Monetário Internacional e favorito nas pesquisas para a eleição presidencial na França quando foi preso, em 14 de maio de 2010, dentro de um avião prestes a decolar do Aeroporto John Kennedy, em Nova York, sob a acusação de violentar sexualmente uma camareira de um hotel de luxo de um grupo francês.

A denúncia foi retirada depois que uma ligação telefônica da camareira a um namorado traficante preso nos Estados Unidos revelou a intenção de extorquir dinheiro de Strauss-Kahn e minou a credibilidade da acusação. Mas sua candidatura estava destruída.

A quem interessava o escândalo? Ao presidente Sarkozy. Quando a França indicou Strauss-Kahn para o FMI, comentou-se que Sarkozy mandava para o exterior num alto cargo o líder capaz de modernizar o Partido Socialista francês.

Strauss-Kahn cresceu com o papel de destaque do FMI no combate à crise financeira internacional, tornando-se um oponente ainda mais formidável para o presidente desgastado pela crise. Quando o processo entrou em colapso na Justiça de Nova York, a hipótese de uma conspiração do serviço secreto francês com uma imigrante africana de origem francófona se fortaleceu.

Sarkozy reagiu com indignação ontem: "Respeito a presunção da inocência, mas, quando se é acusado do que ele é acusado e se tem um mínimo de dignidade, deve-se ter o pudor de calar e não aumentar a indignidade", declarou o presidente diante de seus simpatizantes.

"Quando penso em todos os escândalos vergonhosos, em Nova York, em Lille, no Carlton, em Pas-de-Calais, foi uma questão de honra para o centro e a direita republicanas não se aproveitar, tapar o nariz, não comentar, essas indignidades", acrescentou. "Mas, quando, em plena campanha eleitoral, Strauss-Kahn tenta dar lições de moral e dizer que sou o único responsável pelo que aconteceu com ele, é demais!"

O presidente reagiu com a mesma indignação por ser acusado de ter recebido US$ 50 milhões do coronel Muamar Kadafi para sua campanha eleitoral em 2007.

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