quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Nasdaq supera 3 mil pela primeira vez em 11 anos

Em mais sinal de recuperação da economia dos Estados Unidos, a bolsa de valores Nasdaq, que negocia ações de empresas de alta tecnologia, superou os 3 mil pontos hoje pela primeira vez desde dezembro de 2000.

Síria inicia "limpeza" final de Homs

As forças da ditadura de Bachar Assad avançaram numa área da cidade de Homs, a terceira maior da Síria, onde 100 mil civis estão sendo bombardeados há mais de três semanas por tanques, foguetes e artilharia pesada. Prometem "limpar" em horas o bairro da Baba Amir e outros focos da rebelião em que mais de 7,5 mil pessoas foram mortas nos últimos 11 meses e meio.

Dois jornalistas foram mortos no ataque a Homs, e dois jornalistas franceses continuam isolados, apesar dos apelos internacionais para que o governo sírio lhes dê um salvo-conduto, noticia o jornal israelense Haaretz.

Hesbolá adverte: ataque ao Irã incendeia Oriente Médio

Um bombardeio israelense contra as instalações nucleares do Irã vai incendiar o Oriente Médio e envolver os Estados Unidos numa conflagração generalizada fora do controle de Israel, advertiu o subcomandante da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).

"Os EUA sabem que, se houver guerra no Irã, toda a região será inflamada, sem limite para os incêndios", declarou à agência de notícias Reuters o xeque Naim Kassem, lugar-tenente do xeque Hassan Nasralah, citado pelo  jornal liberal israelense Haaretz.

A milícia libanesa, rearmada pela Síria e o Irá, seria hoje muito mais poderosa do que em 2006, quando Israel travou uma guerra de 32 dias contra o grupo, em retaliação a ataques e sequestro de soldados.

Durante a visita que fará a Washington na próxima semana, o primeiro-ministro Benjamim Netanyahu vai pedir ao presidente Barack Obama que ameace o Irã militarmente para pressionar a república islâmica a negociar a questão nuclear.

Coreia do Norte promete suspender programa nuclear

Em troca de uma ajuda de alimentos de 240 mil toneladas, o regime comunista da Coreia do Norte prometeu suspender o enriquecimento de urânio, os testes de armas atômicas e de mísseis de longo alcance, informou hoje o governo dos Estados Unidos. A agência de notíciais estatal norte-coreana confirmou esta moratória nuclear.

Não é a primeira vez que a ditadura stalinista de Pionguiangue promete abandonar as armas nucleares. Várias vezes voltou atrás. Faz uma chantagem nuclear com os EUA desde que perdeu o patrocínio com a extinção da União Soviética.

O último país que ainda mantém todo o aparato do stalinismo passou por uma mudança de comando. Com a morte do Querido Líder Kim Jong Il no fim de 2011, ascendeu seu terceiro filho Kim Jong Un. Esse acordo anunciado hoje já estaria praticamente concluído quando o Querido Líder morreu.

A Coreia do Norte fez duas explosões nucleares experimentais, em outubro de 2006 e em 25 de maio de 2009, violando determinação do Conselho de Segurança das Nações Unidas para acabar com seu programa nuclear. Entre uma e outra, em junho de 2008, destruiu a torre do reator da usina de Yongbyon como prova de suas boas intenções.

Na avaliação de especialistas ocidentais, o regime norte-coreano teria urânio altamente enriquecido para seis a oito bombas atômicas. Ainda não mostrou capacidade de empacotar tudo numa bomba e enviá-la num míssil. Mas está a caminho.

Uma das lições da proliferação nuclear no século 21 é que quase todos os países do mundo podem desenvolver armas atômicas. "Se o Paquistão pode, todo o mundo pode", comentou um estrategista americano em palestra na Escola de Guerra Naval.

BCE empresta mais 500 bilhões de euros aos bancos

O Banco Central Europeu emprestou 530 bilhões de euros a 800 bancos em linhas de crédito de três anos com juros baixos para evitar a falta de dinheiro no sistema financeiro do continente, que enfrenta uma crise nas dívidas públicas e uma recessão suave neste início de 2012.

Em 21 de dezembro de 2011, o BCE tinha emprestado 489 bilhões de euros a 523 bancos para acalmar o mercado.

Com o risco de um calote nas dívidas públicas da Grécia, Irlanda, Portugal e talvez Espanha e Itália, os bancos europeus ficaram fragilizados. Têm grande quantidade desses bônus. Se um banco desconfia da saúde financeira de outro banco, não vai fazer negócios com ele.

Aumentou o risco de um colapso do crédito interbancário que irriga a economia. Por isso, o BCE decidiu injetar 1 trilhão de dólares no mercado. Se os líderes políticos da Europa e dos Estados Unidos vacilam ao tomar as medidas necessárias para equilibrar as contas públicas, os bancos centrais agem.

Romney vence primárias em Michigan e no Arizona

O ex-governador de Massachusetts Mitt Romney deu mais um passo importante para conquistar a candidatura do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos em 6 de novembro de 2012, ao vencer as eleições primárias realizadas hoje nos estados de Michigan e do Arizona.

Romney nasceu e foi criado em Michigan, onde seu pai foi governador. Uma derrota seria arrasadora. Ele travou um duelo apertado com o ex-senador pela Pensilvânia Rick Santorum, um católico conservador que busca o voto da ala mais direitista do partido, insatisfeita com o ex-governador, considerado liberal demais.

No momento, a rede de televisão americana CNN projeta 41% para Romney. 38% para Santorum, 12% para o deputado Ron Paul e apenas 7% para o ex-presidente da Câmara Newt Gingrich, cuja candidatura parece liquidada. Gingrich precisa ganhar nos seu estado natal, a Geórgia, para se manter vivo.

Ao celebrar sua vitória, um aliviado Romney prometeu restaurar a grandeza perdida pelo país: "Os EUA são a melhor nação que o mundo já viu e vamos lutar para continuar sendo".

Além de um corte de impostos de 20% para todos os americanos, Romney fala num Estado enxuto e mais eficiente. Ele acusou o presidente Barack Obama de não ter apresentado nenhuma proposta para salvar os programas de saúde Medicare (para idosos) e Medicaid (para pobres), e ficou de apresentar seu plano.

Daqui a uma semana, na Superterça-Feira, Romney pretende consolidar a liderança para evitar uma longa luta interna do partido até a convenção, marcada para agosto.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Frota de F-35s vai custar US$ 1 trilhão

O Departamento da Defesa dos Estados Unidos planeja operar uma Força Aérea de 2.443 aviões de caça F-35 nos próximos 50 anos a um custo total de US$ 1 trilhão, disse à agência de notícias Reuters o subcomandante para aviação do Corpo de Fuzileiros Navais, general Terry Robling.

"Entendemos que os custos são altos. Teremos de tomar decisões ao longo da estrada", admitiu o general, reconhecendo que os EUA precisam reduzir a dívida e o déficit públicos.

Vice diz que operação de Chávez foi bem sucedida

O vice-presidente da Venezuela, Elías Jaua, declarou hoje à tarde que a cirurgia para extirpar um tumor cancerígeno do presidente Hugo Chávez realizada ontem em Cuba foi um sucesso.

"Realizou-se a extração total da lesão pélvica diagnostica, extirpando-se também o tecido circundante à lesão. Não houve complicações", afirmou Jaua na Assembleia Nacional, reporta o jornal El Nacional.

Mortes na revolta síria já passam de 7,5 mil

Com o aumento das ofensivas da ditadura de Bachar Assad, o total de mortos em 11 meses e meio de revolta popular na Síria passa de 7,5 mil, estimaram hoje as Nações Unidas.

"Há informes com credibilidade de que o total de mortos por dia passa de cem", declarou Lynn Pascoe, responsável por assuntos políticos na Secretaria Geral da ONU, noticia o jornal espanhol El País.

Hollande quer cobrar até 75% de imposto de renda

O candidato do Partido Socialista à Presidência da França, François Hollande, quer aumentar as alíquotas do imposto de renda para cobrar até 75% dos ricos.

Com a impopularidade do presidente Nicolas Sarkozy, Hollande lidera as pesquisas. Ganharia no segundo turno por 58% a 42%. Mas, como observou o ex-diretor da Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido, Howard Davies, ainda pode perder, se insistir em propostas demogógicas.

Irlanda convoca referendo sobre pacto fiscal europeu

O primeiro-ministro Enda Kenny anunciou hoje a convocação de um referendo sobre o novo pacto fiscal aprovado pela União Europeia para sustentar a união monetária e evitar uma nova crise das dívidas públicas.

Como a Constituição irlandesa exige que os tratados da UE sejam submetidos a consulta popular, Kenny pediu orientação à Advocacia Geral da Irlanda, que recomendou a convocação de um referendo, informa o jornal The New York Times.

A moeda comum europeia, o euro, caiu com a notícia, por temor de que a reforma fiscal imposta pela Alemanha para garantir maior disciplina fiscal seja rejeitada.

Supremo da França rejeita lei contra negação de genocídio

O Conselho Constitucional, o supremo tribunal da França, derrubou hoje a lei que proíbe a negação de genocídio por ser "um atentado inconstitucional ao exercício da liberdade de expressão e de comunicação".

Seu principal alvo era o genocídio dos armênios pelo Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial, o que provocou a revolta da Turquia, onde é crime admitir que houve genocídio.

Chávez teria só mais um ou dois anos de vida

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, teria apenas mais um ou dois anos de vida, estimam os médicos cubanos e russos que o trataram de um câncer em junho de 2011, revelaram mensagens de correio eletrônico da empresa de segurança americana Stratfor pirateadas pela organização não governamental WikiLeaks.

Chávez está em Cuba desde sexta-feira para fazer uma terceira cirurgia na região abdominal, de onde foi tirado um tumor no ano passado.

Em 5 de dezembro, uma mensagem do fundador da Stratfor para sua diretora de análise revela críticas de médicos russos ao tratamento feito pelos cubanos. Os russos afirmam que os cubanos não tinham o equipamento apropriado e fizeram uma "cirurgia errada".

Dias depois, a equipe russa teria sido forçada a fazer uma segunda intervenção cirúrgica, quando foi removido um tumor descrito pelo próprio Chávez como do "tamanho de uma bola de tênis". O câncer surgiu na próstata e se alastrou.

"É por isso que os russos dão menos de um ano de vida ao líder venezuelano, enquanto os cubanos dão dois", diz o documento vazado pelo WikiLeaks.

Depois de liderar uma tentativa de golpe contra o presidente Carlos Andrés Pérez em fevereiro de 1992, Chávez foi preso e anistiado. Em 1998, foi eleito presidente da Venezuela, cargo que ocupa até hoje.

No poder, Chávez sobreviveu a um golpe de Estado, em abril de 2002, e a uma longa greve da companhia estatal Petroleos de Venezuela (PdVSA). Venceu um referendo sobre a revogação de seu mandato e foi reeleito em 2006.

Agora, é candidato à reeleição mais uma vez, mas já admite que não tem saúde para governar além de 2019, quando terminaria seu próximo mandato, se for reeleito.

Polícia desaloja movimento Ocupe Londres

Depois de quatro meses, a polícia britânica desmontou agora há pouco o acampamento dos manifestantes do movimento Ocupe Londres nos jardins da Catedral de São Paulo, que fica junto ao centro financeiro da capital do Reino Unido, o maior da Europa.

Houve alguma resistência, mas pouca violência.

A ocupação chegou a dividir a Igreja Anglicana. Parte dos bispos e pastores simpatiza com o movimento, no momento em que o país enfrenta sua pior crise econômica desde a Grande Depressão (1929-39).

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Pequena redução nas chuvas abalou civilização maia

O colapso dos maias, uma das três grandes civilizações pré-clolombianas da América, foi causada por uma redução relativamente pequena na quantidade de chuvas na América Central e no Sul do México, indica um novo estudo realizado pela Universidade de Southampton, na Inglaterra.

"Nossos dados mostram uma pequena redução nas chuvas entre o auge do período maia clássico e seu colapso, de 800 a 950 depois de Cristo", diz o professor Eelco Rohling, da Universidade de Southampton, chefe da equipe junto com o professor Martín Medina-Elizalde, do Centro de Pesquisa Científica de Yucatan, no México.

Pesquisas anteriores atribuíam a decadência maia a problemas ambientais que teriam reduzido a produtividade da agricultura tropical. O colapso está sendo estudado, entre outras razões, para tentar entender o impacto que o aquecimento global terá sobre a escassez de água e a produção de alimentos.

"As reduções na precipitação anual foram de apenas 25% a 40%, mas foram suficientes para que a evaporação fosse maior do que a chuva, reduzindo rapidamente a quantidade de água disponível", acrescenta Rohling. "Os dados indicam que a principal causa foi a diminuição das tempestades de verão".

Supremo absolve Garzón por investigar franquismo

Por 6-1, o Tribunal Supremo da Espanha absolveu hoje o juiz de instrução Baltasar Garzón da acusação de violar a lei de anistia de 1977 ao abrir em 2008 uma investigação sobre os crimes da Guerra Civil Espanhola e da ditadura do generalíssimo Francisco Franco, inclusive o desaparecimento de 114 mil pessoas.

Em sua defesa, Garzón alegou que crimes contra a humanidade não podem ser cobertos por anistia. Ele se tornou famoso ao mandar prender, em 1998, o ex-ditador chileno Augusto Pinochet.

Os juízes entenderam que a investigação dos crimes do franquismo era admissível legalmente, noticia a televisão pública britânica BBC.

No início do mês, o Supremo espanhol afastou Garzón de suas funções por um período de 11 anos. O juiz foi considerado culpado por escuta telefônica clandestina de conversas de advogados com presos suspeitos em um escândalo de corrupção envolvendo o Partido Popular, direitista, que voltou ao poder nas eleições de 20 de novembro de 2011.

Garzón, de 56 anos, enfrenta mais um processo. É acusado de receber dinheiro do Banco Santander para organizar um evento acadêmico em Nova York, onde estava dando um curso. Ele afirma que o dinheiro foi usado exclusivamente para organizar o encontro, sem lhe dar nenhum vantagem financeira indevida.

Carro-bomba mata nove em aeroporto no Afeganistão

Um atentado terrorista suicida com carro-bomba matou nove pessoas hoje num aeroporto militar do Leste do Afeganistão. Pelo menos 39 pessoas foram mortas desde que foi revelada a queima de cópias do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, numa base dos Estados Unidos.

A milícia fundamentalista dos Talebã, que governou o Afeganistão de 1996 a 2001, reivindicou a responsabilidade pelo atentado contra o aeroporto de Jalalabade, descrevendo-o como uma vingança pela profanação do livro sagrado.

O aeroporto é usado quase que exclusivamente pelas forças dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), informa a agência de notícias Reuters.

UE aprova novas sanções contra a Síria

A ditadura de Bachar Assad lançou hoje uma nova ofensiva contra cidades do Noroeste da Síria, enquanto a União Europeia aprovava novas sanções contra o regime responsável por uma violenta repressão que causou mais de 7 mil mortes nos últimos 11 meses e meio.

Todos os ativos do banco central da Síria na Europa foram congelados. Mais sete pessoas foram incluídas numa lista de mais de cem indivíduos, empresas e organizações proibidas de viajar ao exterior. Todos os voos de carga da Síria para a Europa foram proibidos. Também foram impostas restrições ao comércio de ouro e metais preciosos.

Com canhões, foguetes e baterias antiaéreas, o Exército bombardeou as cidades de Sarmin, Maarat al-Numan e Binnish. Na semana passada, esta última estava sob controle do Exército da Síria Livre e do Exército de Libertação da Síria, informa a televisão pública britânica BBC.

Parlamento da Alemanha aprova ajuda à Grécia

Apesar de uma entrevista de um ministro à revista Der Spiegel dizendo que a melhor saída para a Grécia seria abandonar o euro para recuperar sua economia, o Parlamento da Alemanha aprovou a participação do país no último pacote de ajuda aos gregos, no total de 130 bilhões de euros, cerca de US$ 173 bilhões, com 496 votos a favor e 90 contra.

Ao defender a proposta, a primeira-ministra Angela Merkel argumentou que seria uma irresponsabilidade deixar a Grécia falir. Não é uma opinião unânime dentro de seu governo.

Para o ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, "as chances da Grécia se recuperar e se tornar competitiva são certamente maiores fora da união monetária do que se o país ficar na Zona do Euro. "Não estou falando em expulsar a Grécia, mas de criar incentivo para uma saída que possa enfrentar".

Síria aprova reforma constitucional

Em meio a uma cruenta guerra civil com mais de 7 mil mortos em 11 meses e meio, a ditadura da Síria anunciou hoje que 89,4% votaram a favor de uma reforma constitucional em referendo realizado ontem. A televisão estatal anunciou ainda que 57,4% do eleitorado participaram da votação.

Com a reforma, deve haver eleições dentro de três meses. O presidente poderá cumprir, no máximo, dois mandatos de sete anos.

A oposição e vários países consideraram a consulta popular uma farsa para justificar a violenta repressão.

Embaixador dá aula inaugural na FGV


O Centro de Relações Internacionais da FGV, sediado na Escola de Ciências Sociais e História (CPDOC), convida a todos para a Aula Inaugural da Formação Complementar em Relações Internacionais, dia 27 de fevereiro de 2012, às 15h30.

O palestrante será o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que atualmente ocupa o cargo Alto-Representante Geral do Brasil no Mercosul, e que tem uma trajetória intelectual e política de destaque, já tendo sido Secretário-Geral do Ministério das Relações Exteriores e Ministro-Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, bem como autor de diversos livros como "Quinhentos Anos de Periferia" e "Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes".

A aula versará sobre os principais rumos da atuação internacional brasileira frente às grandes transformações que vêm sendo observadas no mundo. 
Após a apresentação inicial do Embaixador Pinheiro Guimarães, será aberto o debate com o público presente. A mediação ficará por conta do Prof. Oliver Stuenkel.

O evento é gratuito e é necessário confirmar a participação via Facebook
(www.facebook.com/events/216821978415252/k) ou por meio do emailartur.lascala@fgv.br
O Centro de Relações Internacionais é sediado no CPDOC/Escola de Ciências Sociais e História da FGV. Mais informações em www.fgv.br/cpdoc/ri.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Oposição boicota referendo na Síria

Pelo menos 89 pessoas foram mortas hoje na Síria, onde a ditadura realizou um referendo para reformar a Constituição e tentar se manter no poder depois de mais de 11 meses de uma revolta popular em que cerca de 7 mil pessoas foram mortas. A oposição boicotou a votação.

A reforma prevê a realização de eleições dentro de três meses, limita o exercício da presidência a dois mandatos de 7 anos e acaba, no papel, com o monopólio de poder do partido Baath. Para os rebeldes, são apenas medidas cosméticas destinadas a iludir a opinião pública internacional.

No campo de batalha, a situação não se alterou. O Exército bombardeou Homs, terceira maior cidade síria, pelo 23º dia seguido.

Diante do veto da China e da Rússia para que o Conselho de Segurança das Nações Unidas tome medidas para acabar com o conflito, os Estados Unidos e a Arábia Saudita já admitem armas os rebeldes para derrubar a ditadura de Bachar Assad.

Depois de votar, o presidente acusou a imprensa estrangeira pela guerra civil síria.

Hamas apoia rebeldes da Síria

Para aumentar ainda mais a pressão sobre o ditador da Síria, Bachar Assad, o líder do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e primeiro-ministro da Faixa de Gaza, Ismail Haniya, declarou apoio aos rebeldes.

O Hamas é filho da Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista do mundo, fundado em 1928 no Egito por Hassan al-Bana para reislamizar os muçulmanos e combater a ocidentalização do país. A Irmandade foi a grande vitoriosa nas primeiras eleições livres da História egípcia.

Em pronunciamento no púlpito da mesquita da Universidade de Al Azhar, no Cairo, uma das mais antigas do mundo, durante a oração da última sexta-feira, Haniya descreveu os rebeldes como "heróis".

Ao denunciar Assad, o Hamas se afasta do arco que liga a República Islâmica do Irã, a ditadura síria e a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá. O dirigente máximo do Hamas, Khaled Mechal, fechou o escritório em Damasco, onde viveu anos como refugiado.

A queda de Assad enfranqueceria esta aliança anti-Israel onde o Hamas era o único grupo sunita.

O regime sírio é secularista. É uma ditadura de partido único, o Baath, herdeiro de um socialismo árabe de inspiração soviética adotado por Gamal Abdel Nasser no Egito a partir de 1962 e por Saddam Hussein no Iraque. A família Assad e o núcleo dirigente são da minoria alauíta, que é xiita.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Falha de freios causou acidente na Argentina

O maquinista do trem que se chocou com a barreira de contenção final da plataforma 2 da estação de Once, em Buenos Aires, matando 51 pessoas e ferindo outras 703, declarou que tentou frear duas vezes sem sucesso e ainda acionou o freio de emergência, mas não conseguiu evitar o terceiro pior acidente ferroviário da História da Argentina.

Marcos Antonio Córdoba, de 28 anos, é acusado de negligência. Ele também afirmou que os problemas nos freios eram comuns. Depois de depor, foi posto em liberdade.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Déficit da Alemanha caiu a 1% do PIB em 2011

Com o aumento do nível de emprego, que aliviou a conta da previdência social, o déficit público da Alemanha foi de apenas 1% do produto interno bruto em 2011, em comparação com 4,3% em 2010 e 3,2% em 2009, informa o instituto oficial de estatísticas do país, Destatis.

A Alemanha cresceu 3% no ano passado, mas teve contração de 0,5% no último trimestre principalmente por causa da crise das dívidas públicas de outros países da Zona do Euro.

Comissão Europeia prevê recessão na Eurozona

Depois de registrar contração no fim de 2011, a Zona do Euro deve voltar a entrar em recessão neste primeiro trimestre de 2012 e terminar o ano com queda de 0,3% no produto regional bruto, previu ontem a Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia.

Em novembro, a expectativa era de crescimento de 0,5%.

Obama pede desculpas pela queima do Corão

Sob pressão de protestos em pelo menos oito províncias do Afeganistão, o presidente Barack Obama pediu desculpas ontem pela queima de várias cópias do Corão, livro sagrado do Islã, por militares americanos. Perto de uma das maifestações, um soldado afegão matou dois soldados dos Estados Unidos.

A milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes) defendeu um levante popular para expulsar as forças estrangeiras do país e derrotar o Exército afegão, organizado e treinado pelos EUA, informa o jornal The New York Times.

ONU acusa Síria de violar direitos humanos

No 20º dia seguido de bombardeio a Homs, um painel das Nações Unidas chefiado pelo sociólogo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, acusou a ditadura da Síria de "graves violações dos direitos humanos" na repressão ao movimento inicialmente pacífico pela liberalização do regime.

As ordens, denuncia o relatório, partiram dos "mais altos escalões das Forças Armadas e do governo", mas não aponta nomes publicamente. Uma lista foi entregue à alta comissária da ONU para direitos humanos, Navi Pillay.

O documento de 72 páginas reconhece que o Exército da Síria Livre também cometeu abusos, mas "estes não são comparáveis em escala e organização aos cometidos pelo Estado", noticia o jornal The New York Times.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Magnatas distorcem campanha republicana

Num exemplo claro da manipulação de campanhas eleitorais pelo poder econômico, um pequeno grupo de bilionários, milionários e grandes empresas está usando suas fortunas pessoais para impulsionar as campanhas dos aspirantes à canditadura do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos.

O jornal The Washington Post revela quem são esses grandes eleitores interessados em derrotar o presidente Barack Obama e impor sua ideologia conservadora.

Dois jornalistas estão entre 80 mortos na Síria

No décimo-nono dia consecutivo de bombardeio a Homs, a terceira maior cidade da Síria, os rebeldes que lutam contra a ditadura de Bachar Assad denunciaram ontem 80 mortes, inclusive de dois jornalistas ocidentais que estavam num prédio atingido por disparos de morteiro, que seria um centro de imprensa dos rebeldes.

Marie Colvin era uma correspondente de guerra americana que trabalhava para The Sunday Times, de Londres. Rémi Ochliki era um fotógrafo francês, noticia o jornal The New York Times.

Veterana de muitas guerras, Marie Colvin usava um tapa-olho desde que foi atingida por estilhaços durante a guerra civil no Sri Lanka, o antigo Ceilão. Na véspera de sua morte, ela contou que o conflito na Síria é o pior que já cobriu, com ataques indiscriminados contra a população civil como o que a matou.

Ao que tudo indica, o ataque foi intencional. Aviões sírios que sobrevoam Homs teriam captado sinais de satélites. As mortes devem aumentar o clamor internacional por uma intervenção para por fim à carnificina promovida por Assad. Mais de 7 mil pessoas foram mortas em 11 meses de conflito.

Acidente de trem mata 50 em Buenos Aires

Um trem que vinha de Sarmiento ficou sem freios e bateu ontem na barreira de contenção final da plataforma 2 da estação de Once, em Buenos Aires, matando 50 pessoas e ferindo outras 676. Cerca de 200 vítimas estão internadas em 13 hospitais da capital  da Argentina. Foi o terceiro acidente ferroviário mais greve da história do país.

Os mortos foram retirados em sacos plásticos pela porta dos fundos da estação.

Sem explicações convincentes diante da decadência da infraestrutura argentina, o secretário nacional de Transportes, Juan Pablo Schiavi, negou que o trem tivesse problemas mecânicos. Tentou se esquivar alegando que este tipo de acidente acontece em todo o mundo, na Alemanha, Espanha, Estados Unidos, Itália e Ucrânia.

Schiavi declarou que o trem de Sarmiento circula 320 vezes por dia e que todas as composições estão equipadas com GPS. Afirmou que o trem entrou na estação a 26 quilômetros por hora, mas "não sabemos o que aconteceu nos últimos 40 metros", citou o jornal argentino Clarín.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Obama quer reduzir imposto para empresas

Em mais uma jogada para marcar suas diferenças em relação à oposição conservadora neste ano eleitoral, o presidente Barack Obama vai propor uma ampla reforma no sistema de impostos nos Estados Unidos, com a redução da alíquota para empresas de 35% para 28% da renda bruta.

Para evitar um aumento no déficit orçamentário dos EUA, o presidente quer reduzir as deduções e os furos na lei que permitem às empresas reduzir sua carga fiscal em dezenas de bilhões de dólares, pelos cálculos da Casa Branca.

Obama pretende endurecer o jogo com as companhias de petróleo e oferecer subsídios à indústria manufatureira. Os detalhes serão anunciados hoje pelo secretário do Tesouro, Tim Geithner, noticia o jornal The Washington Post.

O ex-governador Mitt Romney, líder da disputa interna do Partido Republicano para escolher o candidato à eleição presidencial de 6 de novembro de 2012, defende uma redução para 25%. Não explica como vai reduzir o déficit, a não ser com a esperança de que o corte de impostos resulte em mais investimentos e mais crescimento econômico, a fórmula defendida pela direita desde o governo Ronald Reagan (1981-89).

Missão da AIEA no Irã fracassa

Uma equipe de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão das Nações Unidas, está deixando o Irã sem ter visitado a central nuclear de Parchin, onde queria investigar uma suspeita de que o regime fundamentalista iraniano tentou desenvolver lá no passado ogivas para transportar bombas atômicas.

A missão extraordinária chegou a Teerã no domingo, a convite da república islâmica, mas não conseguiu entrar em Parchin. Também não houve acordo para estabelecer um cronograma de inspeções capaz de esclarecer as dúvidas que pairam sobre o programa nuclear do Irã.

"Esforços intensos foram feitos para se chegar a um acordo sobre um documento para facilitar o esclarecimento de questões não resolvidas em relação ao programa nuclear do Irã, especialmente aquelas relativas a possíveis dimensões militares", declarou a AIEA ontem em nota. "Infelizmente, não houve acordo."

O resultado final da missão foi considerado "decepcionante" pelo diretor-geral da agência da ONU. Yukio Amano, citado pelo jornal americano The Washington Post.

Israel ameaça bombardear as instalações nucleares do Irã. Há duas semanas, o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, advertiu que o tempo está se esgotando porque a república dos aiatolás estaria construindo instalações subterrâneas inatingíveis pelas armas do arsenal israelense.

Os Estados Unidos e o Reino Unido fizeram um apelo para Israel não atacar.

Neste ano eleitoral nos EUA, o presidente Barack Obama tenta conter o governo israelense para não prejudicar sua reeleição. Além do risco de uma conflagração geral no Oriente Médio, um ataque ou uma guerra no Irã elevaria os preços do barril de petróleo a US$ 150, golpeando a recuperação mundial.

Mas, como a surpresa é um dos elementos fundamentais num ataque armado, esta bateção de tambores da guerra talvez seja apenas para aumentar a pressão e forçar a ditadura dos aiatolás e da Guarda Republicana Iraniana a abrir suas instalações nucleares e negociar.

Sob intensa pressão política, econômica, diplomática e militar, o Irã manifestou a intenção de negociar na semana passada, mas Israel insiste que é uma manobra para ganhar tempo e tornar o programa nuclear iraniano irreversível.

A questão nuclear iraniana é o maior desafio de segurança de 2012.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

515 mil haitianos ainda vivem ao relento

Mais de dois anos depois do terremoto que devastou Porto Príncipe, matando mais de 200 mil pessoas, cerca de 515 mil haitianos ainda sobrevivem em 700 acampamentos improvisados na capital do Haiti.

Cerca de 20 mil estão acampados diante das ruínas do Palácio Nacional. Quando agentes que prestam ajuda internacional tentam removê-los, a dura realidade é que eles não tem para onde ir.

São 4.614 famílias acampadas no chamado Campo de Marte. Cada uma vai receber US$ 500 para sair dali. Sua única opção será alugar um quarto ou erguer mais um barraco nas favelas de Porto Príncipe, observa o jornal americano The Washington Post.

Conflito com Irã pode levar petróleo a US$ 150

O aumento da tensão no Oriente Médio com a ameaça de um bombardeio de Israel contra o programa nuclear do Irã, suspeito de desenvolver armas atômicas, pode elevar o preço do barril de petróleo acima de US$ 150 por barril, adveriu hoje a empresa Vitol, maior negociadora independente de petróleo do mundo.

A expectativa no momento é que o petróleo do tipo Brent, do Mar do Norte, padrão da Bolsa de Mercadorias e Futuros de Londres, fique em torno de US$ 120.

"É improvável, mas é possível", admitiu Yan Taylor, diretor executivo da Vitol, que seja superado o recorde de US$ 147,50, atingido em julho de 2008, dois meses antes do colapso do banco Lehman Brothers.

Sob pressão de sanções internacionais, o regime fundamentalista iraniano ameaça fechar o Estreito de Ormuz, saída do Golfo Pérsico, por onde passam em média 16 milhões de barris por dia, cerca de um quinto do consumo mundial.

Os EUA enviaram navios de guerra para a região, enquanto o Irã anunciou a realização de exercícios militares para proteger seus instalações nucleares e mandou navios de guerra para a Síria, onde o ditador Bachar Assad, aliado de Teerã, enfrenta uma rebelião em cerca de 7 mil pessoas foram mortas nos últimos meses.

Índice Dow Jones passa de 13 mil pontos

O índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais ações da Bolsa de Valores de Nova York furou hoje a barreira dos 13 mil pontos pela primeira vez desde maio de 2008, quando a crise iniciada no setor habitacional se agravou para se tornar a pior desde a Grande Depressão dos Anos 30.

As altas anteriores foram freadas pelo medo de volta da recessão, o impasse entre o presidente Barack Obama e o Congresso para aumentar o teto da dívida pública dos Estados Unidos, e a crise das dívidas públicas.

No fim do dia, o índice Dow Jones fechou um pouco abaixo dos 13 mil pontos, mas a barreira foi furada. Como desde outubro, houve uma valorização de cerca de 20%, o mercado já se pergunta se esta alta é sustentável, tendo em vista a realidade. Mas a história econômica indica que o mercado de ações começa a se recuperar antes da economia real.

Iêmen vota com boicote no Sul

Depois de mais de três décadas de ditadura de de Ali Abdullah Saleh e de um ano de revolta popular, o Iêmen vota hoje, mas o único candidato a presidente é o vice-presidente Abed Rabbo Mansur Hadi, o que mantém as dúvidas sobre a transição para uma democracia real.

Saleh está em tratamento de saúde nos Estados Unidos. Promete voltar para assumir a liderança do partido.

No Sul do país, separatistas boicotam a votação. No Norte, cresce a revolta da minoria huti.

Europa fecha acordo para emprestar 130 bi à Grécia

Depois de 14 horas de reunião, os países da União Europeia acertaram a concessão de um novo empréstimo de 130 bilhões à Grécia para evitar um calote descontrolado da dívida pública do país, além de um perdão de 100 bilhões de euros de títulos em poder de credores privados.

O dinheiro novo virá dos sócio da Zona do Euro, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A maior dificuldade será aplicar medidas extremamente impopulares como demissões, cortes de salários e aposentadorias num país que entra no quinto ano seguido de recessão.

Os especialistas entendem ser necessário fazer outro plano para a Grécia aumentar a produtividade e voltar a crescer. Caso contrário, não terá condições de honrar sua dívida.

As bolsas europeias operam em baixa nesta manhã.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Terrorista suicida mata 15 em Bagdá

Um atentado terrorista suicida matou pelo menos 15 pessoas e feriu outras 24 hoje perto da academia de polícia de Bagdá, a capital do Iraque.

A suspeita recai sobre grupos extremistas sunitas ligados à rede terrorista Al Caeda.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Maioria dos católicos apoia Obama

A maioria dos católicos americanos apoia a decisão do presidente Barack Obama de exigir que instituições religiosas incluam o controle da natalidade entre as despesas cobertas por seus planos de saúde.

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisas Públicas sobre Religião indicou que 58% dos católicos e 55% do público em geral aprovam a posição de Obama.

O problema foi explorado pela oposição conservadora e a direita religiosa como uma ofensa à Igreja, no momento em que a economia se recupera e a popularidade do presidente supera 50%, tornando-o favorito para a eleição presidencial de 6 de novembro de 2012.

Na realidade, 98% dos católicos americanos não seguem a orientação oficial da Igreja e usam métodos anticoncepcionais, principalmente a pílula.

China multiplica gastos militares

A China vai dobrar seu orçamento militar nos próximos anos. De cerca de US$ 120 bilhões hoje, vai subir para US$ 238 bilhões em 2015, num avanço anual de 18,75%, adverte uma pesquisa do instituto americano de estudos de defesa IHS. É mais dos gastos militares dos 12 países seguintes da Ásia e do Pacífico somados.

Em agosto de 2011, o relatório anual do Pentágono manifestava a preocupação do Departamento da Defesa dos Estados Unidos com a modernização das Forças Armadas da China.

Com a melhoria dos sistema de radar, novos submarinos de ataque e a renovação de sua Marinha de guerra, a China vai subverter a ordem imposta pelos EUA desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O presidente Barack Obama já falou em reforçar a presença militar americana no Sudeste da Ásia, onde está negociando a ampliação de suas bases nas Filipinas.

Diante da ascensão irresistível da China, há uma corrida armamentista e o risco de uma nova guerra fria na Ásia.

Em reação ao crescente poderio militar chinês, a Índia apresentou em 26 de janeiro de 2012 seu novo míssil balístico Agni-4. Já está testando um míssil balístico intercontinental capaz de atacar a China, a Rússia e até os EUA com armas nucleares, noticia o jornal francês Le Monde, que destaca: "A China desenvolve seu Exército em marcha forçada".

Mortos no incêndio em Honduras já são 358

Com as mortes de dois feridos num hospital de Tegucigalpa, o total de mortos no incêndio na prisão de Comayagua subiu hoje para 358.

De acordo com as autoridades, dos 852 presos que estavam na cadeia na hora do incêndio, 353 morreram no local e cinco em hospitais. Outros cinco estão em estado grave.

O brasileiro Adilio Sobral Gomes, condenado por tráfico de drogas e abuso de menores mas ainda não sentenciado, contou que "a polícia queria que todos morressem", acusando os agentes de segurança de não abrir as celas para evitar a fuga de presos. Ele disse ter sido salvo por um enfermeiro que passava e pegou a chave da cela, onde havia 107 detentos.

Depois de demitir toda a cúpula do sistema penitenciário hondurenho, o presidente Porfirio Lobo prometeu ontem prender todos os fugitivos.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Síria ignora ONU e intensifica bombardeio a Homs

A ditadura da Síria ignorou sua condenação ontem por 137 países-membros da Assembleia Geral das Nações Unidas e intensificou hoje o ataque à terceira maior cidade do país. Homs, bombardeada há 15 dias.

Grupos de manifestantes teriam sido atacados pelas forças de segurança quando saíam de mesquitas nesta sexta-feira, a folga religiosa semanal dos muçulmanos. Pelo menos mais 45 pessoas teriam sido mortas, denunciaram ativistas citados pela televisão pública britânica BBC.

Há duas semanas, a China e a Rússia vetaram uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, que ao contrário das decisões da Assembleia Geral, é de cumprimento obrigatório, sujeitando o país a sanções internacionais se não forem obedecidas.

Hoje um enviado especial chinês foi a Damasco encontrar o presidente Bachar Assad. A China e a Rússia  resistem ao plano de paz da Liga Árabe, que prevê a renúncia imediata do ditador, por serem contra uma "mudança de regime" como aconteceu na Líbia.

Irmandade Muçulmana ameaça rever paz com Israel

A Irmandade Muçulmana, o partido islamita que venceu as primeiras eleições parlamentares livres da História do Egito e detém 38% das cadeiras da nova Assembleia Nacional, ameaça revisar o tratado de paz assinado em 1979 com Israel, se os Estados Unidos cortarem a ajuda anual de US$ 1,5 bilhão ao país.

O governo Barack Obama advertiu que poderia suspender a ajuda por causa de processos contra americanos acusados de subversão por trabalhar em organizações não governamentais que ensinaram os egípcios a usar a Internet como arma política.

Pelo menos dois senadores apresentaram projetos nesse sentido ao Congresso dos EUA. Ontem, a Comissão de Relações Exteriores realizou uma audiência para discutir a questão, informa o jornal The New York Times.

O acordo de paz de Camp David foi assinado pelo primeiro-ministro israelense Menachem Begin e o presidente egípcio Anuar Sadat, sob mediação do então presidente americano Jimmy Carter. Sadat pagou com a vida, sendo assassinado por extremistas muçulmanos em 6 de outubro de 1981.

Agora, na confusão de uma revolução inacabada, os militares acusam estrangeiros dentro de uma estratégia para atrasar ao máximo a transferência do poder real aos civis, e os partidos islamitas oportunisticamente se voltam contra um acordo de paz que sempre rejeitaram mas não têm força para derrubar.

Vaticano terá de pagar impostos à Itália

Sob pressão da Comissão Europeia para equilibrar suas contas públicas, a Itália está sendo obrigada a revisar as isenções de impostos sobre a propriedade concedidas ao Vaticano.

A Santa Sé terá de pagar pelo menos 600 milhões de euros por ano, cerca de R$ 1,355 bilhão pela cotação de hoje da moeda europeia. O total pode chegar a 2,2 bilhões de euros, quase R$ 5 bilhões, dependendo do cálculo do valor das 100 mil propriedades.

Depois de décadas de escândalos financeiros e sexuais, a Igreja Católica Apostólica Romana perdeu sua aura de santidade, aliás manchada há muito mais tempo pela Inquisição, as Cruzadas, a caça às bruxas, a perseguição aos judeus e outras minorias, e o silêncio diante do nazifascismo. Agora, perde também privilégios.

O primeiro-ministro Mario Monti mandou carta ao comissário europeu para livre concorrêcia e antimonopólio, o espanhol Joaquín Almunia, informando que o Vaticano vai voltar a pagar impostos. Almunia havia declarado em 2010 que as isenções violam a legislação europeia sobre ajuda estatal.

Em agosto de 2011, o Partido Radical Italiano apresentou um projeto de lei ao Congresso para acabar com esse privilégio fiscal. A proposta foi fortalecida por uma petição popular difundida pela rede social Facebook.

"É uma vitória da pressão popular", festeja o líder radical, Mario Staderini. "Conseguimos quebrar um pouquinho a muralha que protege a Igreja."

O Vaticano não paga impostos sobre cerca de 100 mil propriedades consideradas não lucrativas. São 8.779 escolas, 4,714 clínicas e hospitais, e 26,3 mil igrejas, capelas, conventos, mosteiros e santuários.

Como disse Jesus Cristo, recusando-se a liderar uma revolta contra o Império Romano, "dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".

A esperança do monsenhor Domenico Pompili, porta-voz da Conferência Nacional dos Bispos da Itália, é que seja levado em conta o "valor social" das propriedades, noticia o jornal inglês The Independent.

Al Caeda se infiltrou na guerra civil da Síria

O ramo da rede terrorista Al Caeda no Iraque se  infiltrou na guerra civil da Síria, afirmou ontem o chefe dos serviços secretos dos Estados Unidos. Provavelmente, seja responsável por atentados terroristas suicidas cometidos na capital, Damasco, e em Alepo, a segunda maior cidade do país.

"Acreditamos que Al Caeda no Iraque está estendendo seus ramos para atingir a Síria", declarou o diretor nacional de inteligência dos EUA, James Clapper, ao depor na Comissão das Forças Armadas do Senado.

Na semana passada, altos funcionários dos EUA disseram a repórteres da companhia jornalística americana McClatchy, editora do jornal Miami Herald, que terroristas d'al Caeda foram responsáveis por dois atentados terroristas suicidas em dezembro e janeiro em Damasco e pelos dois ataques da semana passada contra Alepo, a capital econômica síria.

Corrupção derruba presidente da Alemanha

O presidente da Alemanha, Christian Wulff, acusado de prevaricação por ter obtido benefícios financeiros indevidos quando era governador do estado da Baixa Saxônia, renunciou hoje ao caso.

A chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel cancelou uma viagem a Roma para discutir a crise das dívidas públicas da Zona do Euro com o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, para tratar do problema.

Ontem, a promotoria de Justiça da cidade de Hanôver pediu a suspensão da imunidade do presidente, um cargo cerimonial de chefe de Estado eleito indiretamente pelo Parlamento. O poder real é exercido pela primeira-ministra, que já procura um sucessor, informa a revista alemã Der Spiegel.

Wulff, aliado de Merkel, estava no cargo há apenas um ano e meio. É acusado de receber um empréstimo de meio milhão para euros em condições vantajosas e de tirar férias com a mulher numa por conta de empresário que recebeu um aval de 4 milhões de euros do governo da Baixa Saxônia.

Santorum ganhou milhões como lobista em Washington

O ex-senador Rick Santorum, em ascensão na disputa pela candidatura do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos, destaca sua origem operária, mas suas declarações de imposto de renda revelam que ele ganhou US$ 3,6 milhões trabalhando como consultor em Washington depois de sair do Senado.

Como a verdadeira consultoria é o trabalho de especialistas, o que Santorum realmente fez foi usar suas conexões políticas para ajudar as empresas que o contrataram.

Desde 2007, ele pagou um mínimo de US$ 167 mil em 2007 e um máximo de US$ 310 mil em 2009, numa média de 28% de sua renda bruta.

Seu maior rival, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney ganhou uma média de US$ 20 milhões nos últimos dois anos e pagou cerca de 15% de imposto de renda, confirmando a alegação do bilionário Warren Buffet de que os ricaços pagam menos impostos percentualmente do que seus empregados.

Na campanha para a eleição primária de 28 de fevereiro no estado de Michigan, anúncios pagos por partidários de Romney acusam Santorum de apoiar o gasto de bilhões de dólares em emendas de iniciativa individual de parlamentares. O histórico de Santorum no Senado revela uma imagem muito diferente do arquiconservador em questões fiscais que sua campanha tenta vender à opinião pública.

Já o presidente da Câmara Newt Gingrich, a político com maior rejeição nesta corrida à Casa Branca, pagou 32% de impostos sobre os US$ 3,2 milhões que declarou ter ganho em 2010.

Só o deputado federal texano Ron Paul não divulgou ainda suas declarações, alegando ter vergonha por ganhar muito pouco, informa o jornal The Washington Post.

A campanha republicana é para milionários. Depois o partido não gosta quando é acusado de formar governos de ricos, para os ricos e pelos ricos, de lutar obstinadamente contra aumentos de impostos para os ricos e de repudiar gastos públicos em programas sociais para os mais pobres.

Futuro líder chinês faz visita sentimental a Iowa

A pequena cidade de Muscatine, no Rio Mississípi, onde o escritor americano Mark Twain morou em 1854, esteve no caminho da ascensão ao poder do vice-presidente Xi Jinping. No fim deste ano, ele deve ser indicado líder do Partido Comunista e, em 2013, deve se tornar o próximo presidente da China.

Há 27 anos, quando era funcionário do partido numa região de criação de porcos, Xi liderou uma delegação chinesa que visitou fazendas, foi ao Rotary Club e assistiu a um jogo de beisebol em Iowa.

Durante duas noites, ele se hospedou na casa de um casal de classe média em Muscatine. Dormiu entre bonecos do seriado Jornada nas Estrelas no quarto dos filhos do casal, que estavam na universidade.

Foi sua primeira viagem ao exterior. Agora, na primeira visita oficial aos Estados Unidos desde que foi indicado para dirigente máximo da superpotência emergente, aos 58 anos, Xi fez questão de tomar um chá com os velhos amigos.

É a visita mais importante de um líder estrangeiro a Iowa desde que Nikita Kruschev foi conhecer a agricultura do Meio-Oeste americano, em 1959, na primeira visita de um líder da União Soviética aos EUA.

Para o ex-secretário do Tesouro dos EUA Henry Paulson, que o encontrou em dezembro, Xi é "um líder forte e confiante", de comunicação fácil, que conhece o Ocidente.

Depois de encontrá-lo três vezes, o ex-secretário de Estado Henry Kissinger, que iniciou a reaproximação com a China ao visitar o país há 40 anos, descreveu-o como "mais afirmativo do Hu. Quando ele entra na sala, sente-se uma presença importante".

Um dos objetivos da visita sentimental é apresentar o futuro líder chinês como um homem confiante, com personalidade diferente do atual presidente, Hu Jintao, um burocrata sombrio, e familiaridade com os EUA.

Em 1979, pouco depois de lançar as reformas que transformaram a China na segunda maior potência mundial, Deng Xiaoping posou com um chapéu de vaqueiro no Texas. Foi um gesto ousado para um líder que havia sido expurgado durante a Revolução Cultural (1966-76) e enfrentava acusações de minar o sistema socialista com suas experiências capitalistas.

Deng inventou a "economia de mercado socialista". Explicou à Enciclopédia Britânica que o mercado era anterior ao capitalismo, portanto não poderia ser monopólio do sistema capitalista. Mas nunca um alto dirigente do regime comunista chinês tentou mostrar laços pessoais tão fortes com os EUA como Xi Jinping.

Em outubro deste ano, o presidente Hu e outros seis membros do Comitê Permanente do Politburo do Comitê Central do PC chinês, de nove membros, se aposentam, abrindo espaço para uma renovação na cúpula do partido sob a liderança de Xi. Nas ruas, eles são chamados de "os nove imperadores".

Com a economia em desaceleração por causa da crise internacional, a desigualdade social crescente e os enormes problemas ambientais, Xi terá de retomar as reformas econômicas, que ficaram estagnadas na última década, de grande crescimento para a China. Quando o problema é o crescimento acima de 10% ao ano, o governo não se sente na obrigação de fazer grandes mudanças.

O vice-presidente chinês é filho de Xi Zhongxun, herói da revolução e alto dirigente do partido expurgado em 1962 por apoiar a publicação de um livro crítico do Camarada Mao Tsé-tung. Reabilitado depois da Revolução Cultural, propôs e ajudou a implantar a primeira zona econômica especial de processamento de exportações. Apoiou as reformas de Deng até sua morte, em 2002. Foi contra o afastamento de Hu Yaobang da Secretaria Geral do partido, em 1987, e a repressão ao movimento estudantil massacrado na Praça da Paz Celestial, em junho de 1989.

Xi nasceu no luxuoso complexo residencial da cúpula do partido no centro do Beijim, ao lado da Cidade Proibida, o antigo palácio imperial da capital chinesa. Os novos imperadores moram ao lado de onde ficavam os velhos, e a verdadeira cidade proibida hoje é a residência oficial dos caciques do PC.

Hu era filho do dono de uma casa de chá. Teve de galgar por si próprio até chegar ao topo da hierarquia do partido. Os sinólogos dizem que o presidente preferia o vice-primeiro-ministro Li Keqiang como sucessor. Xi Jinping é um dos chamados príncipes da hierarquia comunista.

Quando ele tinha nove anos, o pai foi colocado em prisão domiciliar por um período de 16 anos. Aos 15 anos, durante a Revolução Cultural, Xi foi enviado para reeducação entre os camponeses da província de Xaanxi, no Norte da China.

Como seu pai ajudara a organizar o PC na província nos anos 30, ele foi respeitado e bem tratado pelas lideranças locais.

Durante sete anos, o próximo dirigente máximo da China morou nas casas tradicionadas cavadas na rocha do Norte do país. Suas tarefas eram construir diques e explorar meios de coletar o gás metano dos dejetos de animais.

Numa entrevista em 1996, Xi admitiu ter suportado "mais dureza que a maioria das pessoas" por ser filho de um dirigente político que caiu em desgraça. Ele foi preso três vezes e obrigado a denunciar o próprio pai.

Depois de ser rejeitado nove vezes, em 1974, Xi tornou-se membro do partido. Por duas vezes, não conseguiu entrar na prestigiada Universidade Tsinghua, em Beijim. Seu pai teve de apelar para o filho não ser prejudicado por sua situação política.

Quando Xi se graduou em química orgânica, em 1979, seu pai havia voltado à elite do partido. O filho se tornou secretário do vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa Geng Biao, um amigo e camarada de armas do pai do tempo da revolução comunista. Isso lhe permitiu estabelecer ligações com os militares, o que nem Hu nem seu antecessor Jiang Zemin tem.

Xi Jinping é vice-presidente da Comissão Militar do Comitê Central e deve ser eleito presidente desta comissão, o único cargo oficial de Deng Xiaoping quando era o líder máximo da China.

Ao deixar a farda, em 1982, ele assumiu a subchefia do partido no condado de Zhengding, uma região de criação de portos na província de Hebei, no Norte. Lá Xi conheceu o atual governador de Iowa, Terry Branstad, que visitou Hebei em 1984 dentro de um programa de "estados irmãos". No ano seguinte, uma delegação chinesa foi a Iowa.

Na volta, tornou-se vice-prefeito do porto de Xiamen, trabalhando para outro amigo de seu pai. De lá, passou a líder do partido nas prósperas e dinâmicas províncias de Fujian e Zhejiang, onde se mostrou um bom administrador com bom trânsito nos meios empresariais.

Numa votação informal entre a cúpula do partido, em 2007, Xi despontou como favorito à sucessão, que pela segunda vez seguida aparentemente será previsível na turbulenta história moderna da China.

"Seu pai era muito popular", observa o professor Zheng Yongnian, especialista em política chinesa na Universidade Nacional de Cingapura. "Isso lhe dá mais autoconfiança, além dele ter muito mais conhecimento sobre o Ocidente. Penso que ele acredita que poderá consolidar o poder muito mais rapidamente do que Hu".

Condenado terrorista que quis explodir avião no Natal

O estudante nigeriano Umar Farouk Adbulmutallab foi condenado hoje a quatro sentenças de prisão perpétua mais 50 anos de medida de segurança nos Estados Unidos por tentar detonar explosivos que levava na cueca num voo Amsterdã-Detroit no Natal de 2009.

A bomba chegou a pegar fogo, mas não explodiu, pouco antes da chegada ao aeroporto de Detroit. Umar foi imediatamente imobilizado e preso por passageiros e tripulantes do voo 253 da Northwest Airlines. Entre as acusações, conspiração para cometer um ato terrorista e tentativa de usar uma arma de destruição em massa, noticia o jornal The New York Times.

Durante o julgamento, ele confessou pertencer à rede terrorista Al Caeda, responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2011 nos EUA. Declarou que estava em missão divina contra os "opressores" do Islã: "Os mujahedin têm orgulho de matar em nome de Alá, e é exatamente isso que Alá nos mandou fazer no Corão".

As autoridades acreditam que Umar foi orientado e treinado por Anwar al-Awlaki, líder da rede terrorista Al Caeda no Iêmen, morto no ano passado por um bombardeio de avião não tripulado dos EUA.

Bush autorizou tortura há dez anos

Em 7 de fevereiro de 2002, o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, assinou um curto memorando chamado ironicamente de Tratamento Humano dos Detentos d'al Caeda e dos Talebã, autorizando oficialmente o uso de métodos de interrogatório proibidos pelas convenções internacionais contra a tortura e sobre prisioneiros de guerra.

Durante a chamada guerra contra o terror, os EUA sequestraram suspeitos e os levaram para prisões clandestinas da CIA (Agência Central de Inteligência) em países que admitem a tortura, como Egito, Líbia, Jordânia e Romênia.

Quando tomou posse, em janeiro de 2009, o presidente Barack Obama assinou uma ordem voltando a proibir a tortura. Também prometeu fechar o centro de detenção instalado na base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba. Três anos depois, ainda não conseguiu.

No único julgamento de um suspeito de terrorismo na Justiça comum dos EUA, o juiz rejeitou 384 acusações contra um suspeito de colaborar com os atentados terroristas cometidos contra as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia em agosto de 1998 porque as provas tinham sido obtidas mediante tortura.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Assembleia Geral da ONU condena violência na Síria

Com 137 votos a favor, 12 contra e 17 abstenções, a Assembleia Geral das Nações Unidas condenou hoje a violência política na Síria e adotou o plano de paz da Liga Árabe, que prevê a renúncia do ditador Bachar Assad. O Brasil votou a favor.

É improvável qualquer mudança no campo de batalha. O país vive em guerra civil, mas as decisões da Assembleia Geral não são de cumprimento obrigatório, ao contrário do que acontece com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Duas semanas atrás, a China e a Rússia vetaram a condenção da Síria no Conselho de Segurança, dando carta branca a Assad para massacrar seu próprio povo. Nas últimas duas semanas, o Exército sírio bombardeia sem parar Homs, a terceira maior cidade do país, um dos principais focos da rebelião. Pela primeira vez, usou morteiros e aviões.

Há 11 meses, o governo reprime com dureza uma oposição que começou pedindo reformas liberalizantes pacificamente, a exemplo do que aconteceu em outros países da região na chamada Primavera Árabe. Desde 15 de março de 2011, quase 7 mil pessoas foram mortas na Síria.

Moody's põe 114 bancos europeus em viés negativo

A agência de classificação de risco Moody's colocou em revisão hoje as notas de crédito de 114 instituições financeiras de 16 países europeus afetados pela crise das dívidas públicas, com perspectiva negativa.

Entre os bancos sujeitos a ter o crédito rebaixado, estão pesos-pesados como o Deutsche Bank e o Commerzbank, da Alemanha; Barclay's, HSBC e RBS, do Reino Unido; BNP Paribas, Crédit Agricole e Société Générale, da França; UniCredito, da Itália; ING, da Holanda; e Santander, da Espanha, informa o jornal The Wall St. Journal.

Estes bancos detêm uma grande parcela dos títulos da dívida soberana de países com dificuldades de pagar.

Construção de casas cresce 1,5% nos EUA

O início da construção de casas nos Estados Unidos aumentou 1,5% em janeiro de 2012 em relação ao mês anterior, num sinal de que a lenta recuperação da economia americana pode estar chegando finalmente ao setor habitacional do mercado imobiliário, onde a crise financeira internacional começou.

A concessão de novos alvarás de construção também cresceu, indicando aumento da atividade no setor no futuro próximo.

GM tem lucro recorde

A General Motors teve um lucro recorde de US$, 7,6 bilhões no ano passado, 62% acima do registrado em 2010. O resultado seria ainda melhor se não houvesse perdas na último trimestre na Europa e na América Latina. Mas o recorde anterior, de US$ 6,7 bilhões em 1997, equivaleria hoje a US$ 9,4 milhões, se o valor fosse corrigido pela cotação atual da moeda dos Estados Unidos.

É uma boa notícia para o presidente Barack Obama, que pretende usar a recuperação da indústria automobilística como um de seus principais argumentos na campanha para a eleição presidencial de 6 de novembro de 2012.

Há dois anos, Obama salvou a GM da falência. Em 2011, ela voltou a ser a maior fabricante de automóveis do mundo.

Em campanha para a eleição primária de 28 de fevereiro em Michigan, estado onde fica Detroit, a cidade do automóvel, o líder na disputa pela candidatura do Partido Republicano à Casa Branca enfrenta dificuldades para explicar porque foi contra a intervenção federal para salvar a GM e a Chrysler.

O governo ainda tem 26% das ações da GM, informa o jornal The New York Times.

Pedidos de seguro-desemprego tem menor nível em 4 anos

Em mais um sinal de que a recuperação do mercado de trabalho está ganhando força, o número de novos pedidos de seguro-desemprego caiu na semana passada nos Estados Unidos ao menor nível em quatro anos.

A baixa de 13 mil deixou o total de novos pedidos em 348 mil, o menor nível desde março de 2008, seis meses antes do agravamento da crise financeira internacional. Economistas ouvidos pela agência Reuters esperam 365 mil.

Com a recuperação da economia, é improvável que a Reserva Federal (Fed), o banco central americano, faça uma nova operação de compra de títulos da dívida pública para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação. Os analistas também acreditam que o Fed deve voltar a aumentar as taxas básicas de juros antes de 2014, como indicou depois de uma reunião recente.

Milícias da Líbia estão fora de controle, alerta Anistia

Os grupos armados que derrubaram o coronel Muamar Kadafi estão fora de controle e ameaçam o futuro da revolução na Líbia, advertiu hoje a organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional.

"Centenas de milícias armadas, amplamente apresentadas como heroínas por seu papel na queda do antigo regime, estão fora de controle", alerta o relatório Fora de Controle, divulgado hoje em Londres e citado pela televisão americana CNN. Pelo menos 12 pessoas foram torturadas até a morte desde setembro de 2011, quando os rebeldes assumiram o controle do país.

As milícias torturam suspeitos de ligação com o antigo regime, perseguem migrantes e removeram comunidades inteiras com ataques vingativos, denuncia a Anistia um ano depois do início da revolta popular que acabou com uma ditadura de 42 anos. Cerca de 2,4 mil presos estariam detidos em campos.

Em entrevista à BBC, o embaixador do novo governo líbio em Londres negou envolvimento do Conselho Nacional de Transição, alegando que as violações acontecem em áreas que não estão sob seu controle direto.

EUA iniciam negociações com os Talebã

Os Estados Unidos e o governo do Afeganistão iniciaram negociações até então secretas com a milícia fundamentalista muçulmana dos Talebã, que governava o país até a invasão americana de outubro de 2001 para atacar as bases da rede terrorista Al Caeda, responsável pelos atentados de 11 de setembro.

As negociações foram confirmadas pelo presidente afegão, Hamid Karzai, ao jornal americano The Wall St. Journal.

É uma tentativa de acabar com a mais longa guerra da História dos EUA. Os talebã mais radicais se recusavam a negociar com Karzai, alegando que não passa de um fantoche de Washington. Acabaram cedendo.

A questão é qual o sentido de negociar com um movimento descrito como islamofascista. Os Talebã impuseram ao Afeganistão um regime medieval que proibiu a música, o rádio, o cinema e o futebol, impediu as meninas de irem à escola, obrigou as mulheres a se esconderem atrás de burcas para saírem na rua, executou homossexuais e destruiu monumentos históricos como os Budas de Damiã.

Dá para negociar com essa turma? Mal comparando, seria como negociar com os nazistas o fim da Segunda Guerra Mundial.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Sarkozy lança candidatura à reeleição na França

O presidente Nicolas Sarkozy confirmou hoje à tarde que será candidato à reeleição na França em 22 de abril e 6 de maio de 2012, se houver necessidade de segundo turno.

Com a impopularidade devida à crise econômica, Sarkozy está muito atrás do candidato socialista, François Hollande. As pesquisas sobre o segundo turno lhe dão uma desvantagem de 58%-42%.

Mesmo assim, Hollande ainda pode perder a eleição. Sarkozy preferia posar como o estadista que está salvando o euro, mas não convenceu a opinião pública francesa.

A boa notícia para o presidente foi que a economia da França foi a única a crescer na Zona do Euro no último trimestre de 2011, apenas 0,2%, mas é melhor de que uma contração. A Holanda e a Itália entraram em recessão.


Síria convoca referendo sobre reforma constitucional

O ditador Bachar Assad convocou hoje um referendo sobre uma reforma constitucional para 26 de fevereiro de 2012, com a promessa de democratizar a Síria depois de 11 meses de revolta popular em que mais de 6 mil pessoas foram mortas.

A oposição desconsiderou a proposta, alegando não acreditar em nenhum medida conciliatória enquanto o governo continuar atacando os rebeldes, que inicialmente pediam pacificamente a liberalização do regime.

No 13º dia de bombardeio à cidade de Homs, a Força Aérea síria atacou um oleoduto, causando um grande incêndio.

O Brasil mantém sua atitude omissa, como mostra o discurso da embaixadora brasileira na reunião de ontem da Assembleia Geral, quando a alta comissária para direitos humanos Navi Pillay denunciou a violência sistemática e irrestrita do regime contra a oposição. As observações entre colchetes são minhas:

"A solução para o conflito sírio requer um processo político, conduzido pelos próprios sírios [pela ditadura de Bachar Assad?]. O Governo deve fazer mais e agir mais depressa para estabelecer as condições necessárias para o início as negociações. A repressão política deve cessar de imediato [Assad ignora todos os apelos]. As reformas devem permitir mudanças reais e tempestivas, capazes de promover uma governança mais democrática [com o ditador ou seu vice no poder?]. A oposição deve contribuir por meio de um engajamento construtivo, assim que condições apropriadas sejam estabelecidas [era tudo o que a oposição queria em 15 de março de 2011]. O futuro da Síria está obviamente na mão dos sírios [não está, eles estão à mercê da ditadura que os massacra cotidianamente], mas a comunidade internacional pode e deve ajudar. 

"A ONU deve mandar uma mensagem clara e uníssona de condenação às violações de direitos humanos [China e Rússia vetaram a condenação no Conselho de Segurança], ao mesmo tempo em que apoia os esforços da Liga Árabe e a situação central do processo político liderado pelos sírios. As nossas ações coletivas e individuais devem ser guiadas pela necessidade de por fim à violência, promover a estabilidade e ajudar as partes a encontrar uma saída para o atual impasse político. Nessa conjuntura, a comunidade internacional não deve poupar esforços diplomáticos e precisa buscar uma plataforma de consenso. O Brasil está pronto para dar a sua contribuição." [Qual, depois de apoiar Assad até agora?]

"O engajamento da Liga Árabe continuará sendo decisivo. Apoiamos firmemente um maior envolvimento das Nações Unidas, em cooperação com a Liga Árabe. Compartilhamos os mesmos objetivos.

"Este momento exige uma verdadeira cooperação entre nós e uma firme determinação, sobretudo para evitar ainda maior derramamento de sangue. Devemos isso ao povo sírio e aos seus vizinhos."

O conflito completa hoje 11 meses, com mais de 6 mil mortes.

Irã anuncia novos avanços no programa nuclear

O presidente Mahmoud Ahmadinejad participou hoje do carregamento de um reator de pesquisa com barras de combustível nuclear produzidas no Irã. Num desafio às sanções internacionais impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, o país anunciou a instalação de mais centrífugas para enriquecer urânio. São novos avanços no programa nuclear iraniano, suspeito de desenvolver armas atômicas.

Um reator para produção de energia nuclear trabalha com urânio enriquecido a um teor de 5%. O reator de pesquisas médicas precisa de urânio com teor de enriquecimento de 20%. Ainda está longe, mas é um passo importante rumo aos mais de 90% exigidos para uma bomba atômica.

Nos últimos meses, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) revelou que o país está fazendo simulações de explosões nucleares em computador e tenta dominar a tecnologia dos gatilhos de armas atômicas. Não há uma prova concreta, mas fortes indícios que o regime dos aiatolás quer a bomba.

A república islâmica também anunciou que está transferindo suas instalações nucleares para locais subterrâneos onde estariam protegidas de bombardeios dos Estados Unidos e de Israel, que ameaçam impedir que o regime dos aiatolás tenha armas atômicas.

Economia em alta dá favoritismo a Obama

Com o crescimento econômico e a recuperação do mercado de trabalho, ainda que moderados, a popularidade do presidente Barack Obama passou de 50%, indica uma pesquisa do jornal The New York Times e da TV CBS. Diante de uma série de candidatos fracos na oposição republicana, já é o favorito para a eleição presidencial de 6 de novembro de 2012 nos Estados Unidos.

Obama entra na campanha com um retrospecto bastante positivo, se comparado a seu desastrado antecessor George Walker Bush. O atual presidente acabou com as duas guerras de Bush, matou o líder terrorista Ossama ben Laden, recuperou a economia depois de sua pior crise em 70 anos e ressuscitou a falida indústria automobilística americana.

O presidente mantém a cautela. Sabe que seu futuro depende sobretudo da queda do desemprego nos próximos meses. Desde a Grande Depressão, nenhum presidente se reelegeu com taxa de desemprego acima de 7,2% no dia da votação. Ela está hoje em 8,3%.

A oposição republicana esperava apresentá-lo como mau gestor da economia, mas o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney tem problemas para explicar por que foi contra a intervenção estatal para salvar a General Motors e a Chrysler na campanha para a eleição primária de 28 de fevereiro em Michigan.

Sem carisma e suspeito de ser liberal demais pela ala mais radical do Partido Republicano e por ser mórmon pelos evangelicos, Romney foi ultrapassado nas pesquisas nos últimos dias pelo ex-senador pela Pensilvânia Rick Santorum.

Católico conservador, Santorum logo conquistou o apoio do movimento radical de direita Festa do Chá, que resiste a qualquer tentativa de aumentar impostos e gastos públicos. Mas seu histórico nas votações no Senado indicam que ele não é nenhum linha-dura em questões fiscais. A direita ainda lamenta não ter um candidato à altura do presidente negro.

Zurique é a cidade mais cara do mundo

Com a valorização do franco suíço, Zurique ultrapassou Tóquio e se tornou a cidade com custo de vida mais alto do mundo no ano passado, concluiu uma pesquisa da Economist Intelligence Unit.

A pesquisa, divulgada duas vezes por ano, soma os custos de bens e serviços como alimentação, transporte, escolas particulares e serviços domésticos, mas não o preço da moradia.

Nova York é a base, com índice 100. Como Zurique chegou a 170 e Tóquio a 166, isso significa que o custo de vida nestas cidades é respectivamente 70% e 66% maior do que na principal cidade dos Estados Unidos.

Genebra, na Suíça, e Osaka-Kobe, no Japão, ficaram empatadas. Das outras dez cidades mais caras, três são europeias - Oslo, Paris e Frankfurt - e três da Ásia e da Austrália - Cingapura, Adelaide, na Austrália; e Wellington, na Nova Zelândia.

Londres ficou em 17º lugar e Nova York no 47%, empatada com Chicago.

Cem milhões de nigerianos vivem na miséria

Cerca de cem milhões de nigerianos, 61% do país mais populoso e segundo mais rico da África, vivem na miséria com menos de um dólar por dia, apesar do crescimento econômico dos últimos anos.

O Escritório Nacional de Estatísticas revela que o percentual de nigerianos em "pobreza absoluta" subiu de 54,7% em 2004 para 60,9% em 2010 e prevê a manutenção desta tendência, informa a televisão estatal britânica BBC.

Maior produtor de petróleo do continente, o produto responde por 80% da arrecadação do governo da Nigéria, mas o país não tem capacidade de refino. Isso o obriga a importar combustíveis a um custo elevado.

No mês passado, uma greve geral abortou uma tentativa do governo de cortar os subsídios.

A miséria também divide o país entre o Sul rico e majoritariamente cristão e o Norte mais pobre e predominantemente muçulmano, com o surgimento de um violento grupo extremista muçulmano, Boko Haram, na região central.

Incêndio mata mais de 300 em prisão de Honduras

Um incêndio destruiu ontem à noite e na madrugada de hoje uma prisão na cidade de Comayagua, no centro de Honduras, matando mais de 300 pessoas.

Os números são imprecisos. A polícia estima que 450 presos tenham fugido. A cadeia estava superlotada e é disputada por máfias do tráfico rivais.

O presidente Porfirio Lobo demitiu a cúpula do sistema penitenciário hondurenho.

Desemprego de jovens supera 30% em 6 países da UE

Em seis países da União Europeia, entre eles Grécia, Itália e Portugal, o desemprego atinge mais de 30% dos jovens de 15 a 25 anos. Na Espanha, está em quase 50% e, na Grécia, em 46,6%.

Pelos dados do Parlamento Europeu, o bloco tem 377 milhões de pessoas com 15 a 74 anos, das quais 127,7 milhões estão inativas. Cerca de 8,2 milhões de desempregados pararam de procurar emprego. Outros 8,5 milhões estão subempregados e 22,9 milhões desempregados.

O total de pessoas empregadas nos 27 países da UE é de 207,4 milhões.

Um quarto das crianças do mundo passa fome

Uma em cada quatro crianças, cerca de 25%, não come o necessário para um crescimento sadio e 300 morrem de fome a cada hora, denuncia um novo relatório divulgado pela organização não governamental Save the Children (Salve as Crianças).

Cerca de 170 milhões de crianças de menos de 5 anos são subnutridas desde o nascimento porque suas mães não se alimentaram adequadamente para amamentá-las, e a situação está se agravando com a inflação mundial nos preços dos alimentos.

No início de 2008, o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas alertou para uma crise causada pela alta nos preços dos alimentos. Com a crise financeira internacional, a inflação cedeu, mas o forte aumento do desemprego reduziu o poder de compra das populações mais pobres.

Agora, os preços voltam a subir. No Afeganistão, a alta foi de 25%; no Quênia, de 40%.

A inflação de alimentos e o desemprego foram as principais causas das revoltas populares da chamada Primavera Árabe, que derrubou ditadores na Tunísia, no Egito e na Líbia.

No relatório Uma Vida Livre da Fome: Atacando a Desnutrição Infantil, um terço dos pais disseram que seus filhos se queixam rotineiramente de que não têm comida suficiente. Uma em cada seis famílias nunca tem dinheiro para comprar carne, leite e legumes. No Afeganistão, 60% das crianças não comem o mínimo necessário para crescer.

"Se não houver uma ação conjunta, nos próximos 15 anos, teremos meio bilhão de crianças com desenvolvimento físico e mental prejudicado", adverte Justin Forsyth, ouvido pelo jornal inglês The Independent.

Como os pobres gastam a maior parte de sua renda com comida, uma em cada quatro famílias foi forçada a reduzir seu consumo de alimentos. Uma em cada seis crianças deixou a escola para ajudar seus pais a sustentar a família.

Economia da Eurozona encolheu no fim de 2011

Sob o peso da crise das dívidas públicas, o conjunto dos 17 países que usam o euro como moeda encolheu 0,3% no último trimestre de 2011, dentro da expectativa dos economistas.

Foi a primeira queda desde o segundo trimestre de 2009, no auge da crise internacional. A União Europeia como um todo também registrou baixa de 0,3%

A Zona do Euro está à beira de uma recessão suave neste início de ano, mas pode ser salva pela Alemanha e a França. No fim do ano passado, a Alemanha encolheu 0,2%, mas no ano como um todo avançou 3%, e a França, 1,7%.

Ao mesmo tempo, os economistas observam uma divergência entre as taxas de crescimento entre o Norte e o Sul da Europa capaz de reduzir a coesão interna da UE, onde nas ruas de Atenas os gregos culpam a rigidez da Alemanha por sua própria miséria.

O maior país em dificuldade para honrar suas dívidas, a Itália, encolheu 0,7% de outubro a dezembro de 2011, informa a agência de notícias Reuters. Junta-se à Bélgica, Grécia e Portugal como economias em recessão, definida como dois trimestres consecutivos de queda no produto interno bruto, a soma de todas as riquezas produzidas no país menos as importações.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Ministros da Eurozona cancelam reunião sobre Grécia

Os ministros das Finanças do Grupo do Euro suspenderam uma reunião marcada para discutir a situação da Grécia nesta quarta-feira. Devem conversar em uma conferência telefônica.

A reunião foi cancelada porque a Grécia não cumpriu a exigência de cortar mais 325 milhões de euros, cerca de R$ 428 milhões, em gastos públicos, noticia o jornal The Washington Post. O país depende de financiamento externo para cobrir seu déficit orçamentário.

É um sinal de que outros países da União Europeia já admitem o que antes era inaceitável: a saída da Grécia da união monetária europeia. Há um documento pronto sobre como controlar os danos. Bilhões de euros seriam injetados nos bancos para evitar a quebra dos que têm muitos títulos gregos.

Inflação na Índia cai a menor nível em dois anos

Com queda nos preços dos alimentos, a inflação na Índia baixou em janeiro de 2012 para o menor nível em dois anos e dois meses, aumentando a pressão sobre o banco central para reduzir as taxas básicas de juros da terceira maior economia da Ásia.

O índice de preços no atacado, principal medidor da inflação para as autoridades indianas, caiu de 7,47% por cento ao ano em dezembro para 6,55% no mês passado.

"A inflação no setor manufatureiro caiu mais do que se esperava", observou A. Prasanna, economista da corretora ICICI Securities em Mumbai, a capital econômica do país, citado pela TV americana especializada em notícias CNBC.

Havia uma expectativa no mercado de que o Banco da Reserva da Índia voltaria a baixar os juros a partir de abril. Agora, espera-se que comece em março.

Vendas no varejo sobem só 0,4% nos EUA

Com menos compras de carros e de produtos via Internet, as vendas no varejo avançaram apenas 0,4% em janeiro de 2012 nos Estados Unidos, abaixo da expectativa média dos economistas, de 0,7%.

Sem contar carros, combustíveis e materiais de construção, houve uma alta de 0,7%, em contraste com uma baixa de 0,4% em dezembro de 2011.

"Não vejo nada que coloque em questão a melhora da economia", comentou o economista Wayne Kaufmann, analista de mercado da empresa John Thomas Financial, em Nova York, citado pela agência de notícias Reuters.

Alemanha deve ficar estagnada em 2012, diz OCDE

Depois de crescer 3% em 2011, a Alemanha, maior economia da Europa e quarta do mundo, deve avançar apenas 0,4% neste ano pela previsão da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), um clube de países industrializados. O governo alemão espera 0,7%.

Para evitar a estagnação, a OCDE sugere fortalecer o mercado interno, atacar o desemprego de longo prazo, ampliar as contratações para evitar a escassez de mão de obra qualificada e explorar novas fontes de crescimento para fazer uma transição para uma economia verde, mais adaptada aos desafios ambientais, com menor consumo de carbono para combater o aquecimento global.

"A Alemanha é o pilar central da Europa", afirmou o secretário-geral da OCDE, o espanhol Angel Gurría, ao divulgar o relatório. "É também um dos pilares centrais da OCDE. Ao atacar seus problemas estruturais, vai não apenas estabelecer uma série de boas práticas, vai liderar a reforma econômica. Vai melhorar seu desempenho econômico, ajudar a Europa a sair da crise atual e retomar o crescimento. Portanto, muito vai depender da Alemanha para tornar o projeto europeu um sucesso... no melhor interesse da Alemanha, da Europa e do mundo."


Produção industrial da Europa diminui

A produção industrial no conjunto dos 17 países da Zona do Euro caiu 1,1% em dezembro de 2011 em relação a novembro, revelou hoje a Eurostat, órgão oficial de estatísticas da União Europeia. Na comparação anual, a redução foi de 2%.

Os economistas previam um recuo ainda pior, de 1,2%.

Na UE como um todo, a baixa foi de 0,6% em relação ao mês anterior e de 0,9% num ano.

PIB da Grécia cai mais 7%

Sob pressão da crise das dívidas públicas na Europa, o produto interno bruto da Grécia caiu mais 7% no último trimestre de 2011 em relação ao mesmo período no ano anterior, depois de uma contração de 5% no terceiro trimestre do ano passado.

O país entra no quinto ano seguido de recessão. Desde meados de 2008, a economia grega só cresceu num trimestre. Isso torna ainda mais difícil a aplicação do plano de ajuste fiscal acertado com a União Europeia (UE), o Banco Central da Europa (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Hoje o primeiro-ministro Lucas Papademos, um tecnocrata e ex-presidente do banco central que chegou ao poder sem eleições, precisa da aprovação dos grandes partidos para novas medidas de austeridade exigidas para que o Conselho de Ministros das Finanças da UE aprove um novo empréstimo de 130 bilhões de euros.

Para se qualificar, a Grécia necessita ainda negociar uma redução pela metade de 200 bilhões de euros de sua dívida em poder de credores privados. É também uma precondição para o país receber dinheiro para pagar uma parcela de 14,5 bilhões de sua dívida com vencimento em 20 de março de 2012.

Na semana passada, os ministros dos outros países da UE mandaram as autoridades gregas cortarem mais 3,3 bilhões de euros do orçamento. Houve uma reação violenta nas ruas. Cerca de 50 prédios foram incendiados no centro de Atenas.

O diretor-presidente do grupo Bosch, maior fabricante mundial de autopeças, pediu hoje a saída espontânea ou a expulsão da Grécia da união monetária europeia. Em entrevista publicada hoje na revista Manager Magazine, Franz Fehrenbach, considerou a Grécia um "peso inaceitável" sobre a Zona do Euro e a UE.

De 300 executivos alemães entrevistados pela revista, citada pelo jornal inglês Financial Times, 57% são favoráveis à saída da Grécia da Eurozona.

Em Beijim, o primeiro-ministro Wen Jiabao declarou que "a vontade da China de ajudar a Europa a enfrentar os problemas de dívida soberana é sincero e firme".

Apesar do rebaixamento ontem pela agência de classificação de risco Moody's das notas de crédito de seis países europeus - Itália, Espanha, Portugal, Eslováquia, Eslovênia e Malta - o euro subiu 0,1% para US$ 1,3203 com a divulgação de uma pesquisa indicando um crescimento acima do esperado na confiança dos alemães em sua economia.

Futuro líder da China chega aos EUA

O vice-presidente Xi Jinping, que deve ser escolhido líder do Partido Comunista no fim deste ano e assumir a Presidência da China no início de 2013, chegou hoje a Washington para uma visita de cinco dias aos Estados Unidos. Além da capital, ele vai aos estados de Iowa, onde morou, e da Califórnia.

Nos próximos dias, os americanos vão tentar decifrar o futuro dirigente máximo do país que mais cresce no mundo, a segunda maior economia do mundo rumo ao topo dentro de 10 a 20 anos.

Há uma desconfiança estratégica entre as duas grandes potências mundiais deste início de século 21, atritos comerciais e um temor da China quanto aos planos de expansão da presença militar dos EUA no Leste da Ásia,

Filho de Xi Zhongxun, um alto funcionário que caiu em desgraça e foi expurgado durante a Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76), Xi foi criado numa zona rural pobre do interior do Norte da China para onde seu pai foi enviado para "reeducação".

Durante sete anos, Xi Jinping viveu como um camponês, comendo pão de milho e dormindo em camas infestada por insetos. Esse sofrimento o fez sentir a dureza da vida dos pobres. Espera-se que ele tenha sensibilidade com os deserdados pelo milagre chinês e a crescente concentração da renda.

Reabilitado, o pai tornou-se um dos defensores das reformas dentro do PC chinês e teria discordado da violenta repressão ao movimento estudantil por liberdade e democracia massacrado na Praça da Paz Celestial, em Beijim, em 4 de junho de 1989.

O futuro líder surge num momento de riqueza e poder sem precedentes da China. Mesmo assim, seu governo ditatorial vive sob medo permanente de uma revolta popular, persegue oposicionistas, minorias étnicas e religiosas, artistas e intelectuais.

Numa economia de US$ 6 trilhões por ano, as grandes oportunidades ficam com quem tem boas conexões com o partido, que tem mais membros hoje do que na era de Mao Tsé-tung. A corrupção é endêmica, e a má distribuição da riqueza aumenta a distância entre ricos e pobres.

O atual presidente, Hu Jintao, é acusado de ter recuado para políticas maoístas como a formação de grandes conglomerados estatais e o fortalecimento dos órgãos de segurança para aumentar a repressão aos dissidentes. Várias tentativas de iniciar manifestações de protesto no estilo da Primavera Árabe foram duramente reprimidas. Havia mais policiais e agentes do que manifestantes.

Xi vai herdar uma China com crescimento em queda, há o risco de explosão de uma bolha no mercado imobiliário, e o sistema financeiro mal regulamentado aloca dinheiro com base em conveniências políticas.

Aumentam os protestos contra a corrupção e a destruição da natureza.

Como seu pai foi perseguido por causa de um livro, em artigo no jornal The New York Times, seu biógrafo Ho Pin diz esperar que Xi entenda a importância da liberdade de expressão. Mas, numa das poucas gravações da televisão ocidental em que se expressa livremente, o vice-presidente chinês alega que a China não exporta miséria nem revolução e que outros países deveriam parar de dar palpite nos problemas internos chineses.

A mídia conservadora americana está ironizando o fato do presidente Barack Obama receber Xi Jinping na Casa Branca no Dia dos Namorados, que os EUA comemoram hoje, Dia de São Valentim.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Santorum tem vantagem em pesquisa nacional

Pela primeira vez, o ex-senador Rick Santorum lidera uma pesquisa entre o eleitorado conservador para saber quem é o preferido para ser o candidato do Partido Republicano e enfrentar o presidente Barack Obama em 6 de novembro de 2012.

Em uma sondagem do Centro de Pesquisas Pew, Santorum ficou em primeiro com 30%, batendo o ex-governador Mitt Romney com 28% e o ex-presidente da Câmara Newt Gingrich com 17%.

Moody's rebaixa seis países europeus

A agência de classificação de risco Moody's anunciou no início da noite o rebaixamento da nota de crédito soberano de seis países europeus, os mais afetados pela crise das dívidas públicas depois da Grécia - Itália, Espanha e Portugal -, Eslováquia, Eslovênia e Malta.

O Reino Unido, a França e a Áustria foram colocados em perspectiva negativa, sinal de que podem ter seu crédito rebaixando dentro de um ano.

Em Londres, a reação do governo britânico foi declarar que isto mostra a necessidade de atacar o endividamento público. Para o porta-voz da oposição trabalhista para questões econômicas, Ed Balls, é o resultados de cortes de gastos e aumentos de impostos abruptos, que abortam a recuperação do país.

Israel acusa Irã por atentados contra diplomatas

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusou hoje o Irã de ser o maior exportador mundial de terrorismo por causa de dois atentados a bomba contra diplomatas de Israel na Índia e na ex-república soviética da Geórgia. Seriam retaliações contra os assassinatos de quatro cientistas nucleares iranianos nos últimos anos.

Em Nova Déli, a capital da Índia, a polícia informou que uma bomba explodiu num carro em que a mulher do adido militar israelense ia buscar os filhos na escola. Ela foi operada e não corre risco de vida. Outras três pessoas sofreram ferimentos leves, reporta a agência de notícias Reuters.

Na Geórgia, a polícia desativou uma bomba que seria instalada no carro de um diplomata isralense.

Supremo denuncia primeiro-ministro do Paquistão

O Supremo Tribunal do Paquistão denunciou hoje o primeiro-ministro Youssef Raza Gilani por desacato à autoridade. Ele se nega a cumprir uma ordem judicial para reabrir investigações de corrupção contra o presidente Assif Ali Zardari, viúvo da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, assassinada em 2007.

Gilani foi pessoalmente ao tribunal, onde alegou que o presidente tem imunidade. A organização não governamental Human Rights Watch (Observatório dos Direitos Humanos) aponta uma pressão dos militares, que estariam tentando derrubar o governo numa espécie de golpe travestido de legalidade.