domingo, 18 de dezembro de 2011

Václav Havel morre aos 75 anos

O escritor, dramaturgo, ex-dissidente do regime comunista e ex-presidente da República Tcheca morreu hoje aos 75 anos.

Teatrólogo talentoso, Havel aproveitou a breve abertura política do regime comunista conhecida como Primavera de Praga para liberar sua criatividade, tornando-se um dos escritores de maior prestígio da Tcheco-Eslováquia.

Com a invasão soviética de agosto de 1968, a tentativa do líder Alexander Dubcek de construir "um socialismo com face" foi esmagada pelos tanques do Pacto de Varsóvia, a aliança militar liderada pela União Soviética.

Havel se tornou um dos principais dissidentes políticos do regime comunista, que batizou de Absurdistão. Seus textos daquela época denunciam um sistema político baseado na subserviência e na incompetência, em que os menos capazes subiam graças ao dedurismo e ao puxa-saquismo.

Um dos principais autores da Carta dos 77, que protestava contra a opressão de caráter stalinista, Havel virou o maior porta-voz da luta contra o comunismo na Tcheco-Eslováquia.

Preso em fevereiro de 1989, ele saiu da cadeira com a onda de revoluções liberais que rompeu a cortina de ferro, levou o sindicato independente Solidariedade ao poder na Polônia e derrubou o Muro de Berlim para se tornar o primeiro presidente da Tcheco-Eslováquia livre depois da chamada Revolução de Veludo.

Contra a sua vontade, a democratização provocou a divisão do país. Atingido por um câncer de pulmão, Havel deixou a vida política, mas até a morte foi o homem público mais popular da República Tcheca.

Tive a honra de entrevistá-lo para o Jornal do Brasil antes de sua visita ao Brasil, em setembro de 1996.

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