segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Comissão para reduzir déficit dos EUA fracassa

A comissão bipartidária que há meses tenta encontrar meios de reduzir o déficit orçamentário dos Estados Unidos em trilhões de dólares está à beira do fracasso. Precisa apresentar uma proposta nesta segunda-feira, mas republicanos e democratas não se entendem, informa o jornal The New York Times.

O colapso da comissão especial do Congresso deflagra um corte automático de US$ 1,2 trilhão em 10 anos em gastos militares e programas domésticos a partir de 2013. É pouco.

Havia uma expectativa de que os cortes de gastos e aumentos de impostos levassem a uma poupança de US$ 3 trilhões em 10 anos. As agências de classificação de risco exigem US$ 4 trilhões. Por causa da falta de entendimento político para reduzir o déficit, a S&P tirou dos EUA sua nota máxima.

Mas os republicanos, sob pressão do movimento radical de direita Festa do Chá, não aceitam aumentar impostos em um centavo, enquanto os democratas querem aumentar impostos para os ricos.

A dívida pública dos EUA acaba de ultrapassar oficialmente os US$ 15 trilhões. Mas reduzir as despesas do governo no momento em que os cidadãos têm uma dívida do mesmo tamanho e estão gastando menos, é a receita para a volta da recessão.

O governo Barack Obama critica a postura da União Europeia. Sob a liderança da Alemanha, o bloco comercial europeu, maior mercado do mundo, de US$ 18 trilhões, está adotando rigorosas medidas de controle das contas públicas que desestimulam o crescimento.

Sem voltar a crescer, os países ricos não vão conseguir equilibrar as contas públicas, a não ser a custa de um severo empobrecimento que ameaça principalmente a Grécia e Portugal, mas também é evidente na Espanha, com 22,6% de desemprego, e até mesmo na Itália, pelo peso de sua dívida pública de 1,9 trilhão de euros (US$ 2,5 trilhões).

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