quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Anistia condena tortura e execuções na Síria

Pelo menos 88 presos durante a revolta contra a ditadura de Bachar Assad foram mortos, inclusive dez crianças. A maioria foi torturada brutalmente pelas forças de segurança da Síria numa campanha de “perseguição sistemática em grande escala”, denunciou ontem a organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, informa o jornal inglês The Guardian.

A Anistia documentou as prisões e mortes, e as famílias deram acesso aos corpos para que legistas independentes investigassem as causas das mortes. Há marcas de espancamento, açoite, choques elétricos e mutilações. O correspondente da BBC disse que as imagens eram chocantes demais para serem mostradas na televisão.

Ontem, na festa religiosa do Eid, que marca o fim do sagrado mês do Ramadã no calendário muçulmano, pelo menos mais sete manifestantes de oposição foram mortos pelo regime sírio, que estaria perdendo apoio na classe média. Um menino de 13 anos foi baleado em Derá.

Como uma intervenção internacional na Síria é altamente improvável, dado o apoio da Rússia e do Irã e a posição do país como potência regional no Oriente Médio, a ditadura só cai se houver uma fratura interna no regime.

Depois de seis meses, a fúria repressiva estaria inviabilizando a sobrevivência do regime. Os médicos e profissionais de saúde que se organizaram para atender os feridos foram presos e perseguidos. A categoria profissional aderiu à oposição. Os advogados também foram atacados por defender inimigos do regime.

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