sexta-feira, 1 de julho de 2011

PC da China faz 90 com medo do futuro

O Partido Comunista da China festeja hoje 90 anos de fundação celebrando a ascensão do país a segunda maior economia do mundo, rumo ao topo. Mas a comemoração esconde a insegurança do partido que abriu e modernizou a economia do país sem fazer reformas políticas, e teme seu poder absoluto questionado assim que a primeira crise econômicas abalar o extraordinário desenvolvimento chinês.

A festa apresenta o partido como o instrumento que acabou com "um século de vergonha e humilhação", da derrota para o Império Britânico nas Guerras do Ópio à vitória da revolução liderada por Mao Tsé-tung em 1º de outubro de 1949.

Em discurso, o presidente Hu Jintao pediu desculpas pela turbulência política e as milhões de mortes causadas pelas políticas equivocadas do partido e a luta intestina entre seus líderes.

O movimento Faça Florescer 100 Flores, lançado em 1956 para estimular intelectuais a criticar o PC chinês foi seguido por um expurgo de "direitistas", enquanto alguns problemas denunciados persistem até hoje.

Pior ainda foi o catastrófico Grande Salto para a Frente (1960-62), que pretendia levar a industrialização ao campo. Criou usinas siderúrgicas que fabricavam aço de péssima qualidade ao mesmo tempo em que reduziu drasticamente a produção agrícola. Resultado: 45 milhões de pessoas morreram, principalmente de fome.

Essa tragédia e a subsequente Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76) são atribuídas no discurso oficial ao radicalismo da ultraesquerda representada pelo general Lin Biao, forte candidato à sucessão de Mao morto num acidente aéreo suspeitíssimo em 1969 quando sobrevoava a Mongólia durante uma fuga para a União Soviética.

Veja um balanço da trajetória do PC chinês no poder em artigo do especialista americano David Shambaugh publicado hoje no jornal The New York Times.

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