terça-feira, 28 de junho de 2011

Martine Aubry lança candidatura na França

O líder socialista Martine Aubry lançou hoje oficialmente em Lille, no Norte da França, sua campanha para disputar a candidatura do partido à Presidência do país na eleição do ano que vem.

Com a prisão do favorito, Dominique Strauss-Kahn, num escândalo sexual em Nova York, Aubry, filha do ex-presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, vai disputar as eleições prévias do partido com o ex-presidente do PS François Hollande e Ségolène Royal, candidata derrotada pelo presidente Nicolas Sarkozy no segundo turno em 2007.

Se Strauss-Kahn sem ficha criminal seria um bom candidato, é difícil que algum dos outros três aspirantes socialistas consiga derrotar o conservador Sarkozy, apesar de sua impopularidade.

Pode haver uma candidatura de centro, do ex-ministro da Economia, do Emprego e do Meio Ambiente Jean-Louis Borloo, do Partido Radical. Borloo deixou a coalizão de centro-direita que apoia o presidente Sarkozy e pode fazer uma aliança com os Verdes.

Os partidos tradicionais franceses também enfrentam mais uma vez o desafio da extrema direita, que apela para o nacionalismo, o voto anti-imigrante e consegue galvanizar o apoio de uma parte do eleitorado da classe trabalhadora que no passado votou no Partido Comunista Francês e hoje teme perder o emprego no mundo globalizado.

Sob a liderança de Marion Anne (Marine) Le Pen, filha do líder histórico da Frente Nacional, o neonazista Jean-Marie Le Pen, a extrema direita francesa tenta se mostrar mais civilizada e palatável, com um discurso que procura apresentar respostas fáceis aos anseios e medos da classe média.

Sua lógica é racional e supostamente humanitária: "Não somos contra os imigrantes, mas a França não tem lugar para todo o mundo".

Ao tentar retirar o estigma de racista do partido, Marine tenta ampliar sua penetração junto ao eleitorado que associa ao país às grandes ideias liberais e democráticas, e tem vergonha de apoiar uma plataforma xenófoba e divisionista.

Várias pesquisas a colocam no segundo turno. O PS que não repita os erros de 2002, quando Len Pen, o pai, bateu o primeiro-ministro Lionel Jospin e chegou ao segundo turno contra o desmoralizado presidente Jacques Chirac.

Para barrar a ascensão da extrema direita, a esquerda francesa foi obrigada a tapar o nariz e votar no corrupto Chirac para um segundo mandato, de cinco anos.

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