terça-feira, 28 de junho de 2011

Corrupção ameaça derrubar Ahmadinejad

Depois de sobreviver a uma revolta popular contra sua reeleição fraudulenta, o presidente Mahmoud Ahmadinejad está prestes a ser derrubado por um conflito interno com os aiatolás que mandam no Irã e pelos escândalos de corrupção envolvendo o poderoso chefe da Casa Civil, Esfandiar Rahim Mashaei.

Na semana passada, apertando o cerco sobre o presidente e seu ministro, três aliados próximos de Mashaei foram demitidos, conta Robert Fisk, o laureado correspondente de Oriente Médio do jornal inglês The Independent.

De Teerã, Fisk aponta o ministro do Exterior e ex-chefe por quatro anos da agência de energia atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, como favorito para substituir Ahmadinejad.

O conflito deixa claro mais uma vez que o poder real no regime fundamentalista iraniano está nas mãos dos aiatolás e cada vez mais da Guarda Revolucionária Iraniana.

Ahmadinejad é comparado ao aiatolá Sayed Hussein Ali Montazeri. Sucessor escolhido pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, caiu em desgraça por causa de um genro que teria muito influência sobre ele.

No caso do presidente, a eminência parda é Mashaei, um engenheiro civil da região do Mar Cáspio casado com a filha de Ahmadinejad. Ele teria colocado vários aliados de sua região na Presidência da República Islâmica e teria planos para afastar os líderes religiosos da política. Isso teria irritado o Supremo Líder Espiritual da Revolução, aiatolá Ali Khamenei.

Para o clero conservador e a velha guarda, que se consideram guardiães da revolução, Ahmadinejad sempre foi considerado um estranho no ninho.

Desde sua primeira, inesperada e improvável eleição no segundo turno em 2005, ele tenta reafirmar sua lealdade ao regime. Mas pode ser vítima de mais um golpe palaciano espetacular. 

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